terça-feira, 28 de junho de 2016

O caminho estreito para os confins do norte


Romance vencedor do Man Booker Prize 2014 narra a história de um cirurgião feito prisioneiro em um campo de trabalhos forçados japonês na Segunda Guerra Mundial.
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Aclamado com o Man Booker Prize 2014, um dos mais prestigiosos prêmios literários do mundo, e considerado um dos melhores livros de 2014 por jornais como Guardian, Financial Times e The Washington Post, O caminho estreito para os confins do norte, de Richard Flanagan, é lançado no Brasil pela Biblioteca Azul.

O romance narra a história de Dorrigo Evans, um jovem tasmaniano que vai para Melbourne estudar medicina e se alista no exército. Capturado pelo exército japonês, é obrigado a trabalhar na construção da Estrada de ferro de Thai-Bhurma, também conhecida como a Ferrovia da Morte. 

A narrativa não linear alterna o presente, no qual Evans é um cirurgião estabelecido assombrado pelas lembranças da guerra, e passado, quando viveu uma história de amor que marcou sua vida. O médico, que parecia ter um futuro promissor e um relacionamento sério com sua namorada Ella, tem sua vida transformada ao se apaixonar por pela misteriosa Amy, a esposa de seu tio.

A poesia é um elemento que permeia o romance. O título O caminho estreito para os confins do norte é uma citação a um livro de Bashô publicado em 1694, após o poeta viajar mais de 2 mil km a pé pela ilha japonesa de Honshu. A inocência do médico pretensioso que gosta de poesia é perdida no ambiente opressivo e violento do campo de trabalhos forçados, no qual Evans luta inutilmente para salvar seus companheiros da fome, da cólera e da disenteria.

O livro mistura elementos históricos e ficção. O relato da guerra é inspirado na vida do pai do autor, um dos sobreviventes dos trabalhos forçados na “Linha”. Idealizada pelo Império japonês para dar suporte às tropas na campanha da Birmânia, a ferrovia tem 415 km de extensão e mais de 14 mil homens morreram durante a construção. 

Ao receber o Man Booker Prize 2014, Flanagan revelou que escrever este romance foi particularmente difícil. Ele precisou de 12 anos, cinco rascunhos e de um período de isolamento para terminar o livro. “Vivi um tempo sozinho em uma ilha durante os últimos seis meses [de escrita] do romance”

O autor conversou bastante com seu pai em busca de detalhes sobre a experiência no campo. “Eu estava interessado pequenas coisas – o cheiro da pele apodrecendo, como é o gosto de arroz no café da manhã, a textura da lama”. O pai do escritor morreu aos 98 anos, no dia em Flanagan concluiu o livro.

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