segunda-feira, 1 de agosto de 2016

O MEU DEUS É LIBERAL, ENTÃO POR QUE EU NÃO SERIA?



Um grande parte dos nossos sofrimentos emocionais são causadas por conflitos entre as crenças que professamos e a forma como agimos. Muitas pessoas dizem acreditar na concepção ocidental de Deus, mas quando questionadas acerca de suas condutas, mostram-se bem distantes da essência dessa imagem.
Esse Deus ocidental é bom, amoroso, imutável, perfeito, onisciente, onipresente e onipotente, traços que por si só já o definem como eternamente centralizado e nunca polarizado. Um dos principais argumentos relacionados à essa figura é o livre-arbítrio.

Enquanto Deus é assumidamente reconhecido como liberal, a maioria dos que se dizem deístas são conservadores, tiranos, autoritários e polarizados entre esquerda e direita. São intolerantes e relativizam o peso que um mesmo evento tem quando ocorre contra ou a favor de seu pensamento.

A figura de Deus não é reguladora, não se define por Estado ou Democracia, mas sim por plena e total liberdade. Um padre poderá ser degolado e Deus nada fará para impedir isso, porque se o fizesse seria parcial, regulador e, portanto, não-Deus. Qualquer tentativa de imposição de regras, normas e conceitos convencionados define apenas o caráter das pessoas que as proclamaram, mas nunca Deus.

Moisés foi uma figura conservadora, estadista, que regulava as decisões. Pôncio Pilatos foi um democrata, que decidia pela vida ou morte de outro ser humano baseado no número de mãos levantadas. Jesus, por outro lado, foi um libertário, alguém que confiava nas próprias palavras, e que não obrigava ninguém a segui-lo ou a pensar como ele.

Se nem mesmo Deus se preocupa com a regulação, porque um grupo de pessoas o faz? Ninguém pode definir o que podemos ou não comer, fumar, vestir, pensar, transar, etc. Ninguém. Quem pensa deter esse poder baseado em interpretações tendenciosas é movido pelo próprio ego e pela ilusão de ser um intérprete de Deus.

Se quer sofrer menos, escolha seguir e amar a um Deus ou a uma filosofia que esteja de acordo com seu modus vivendi, caso contrário, estará sempre gestando conflitos intrapsíquicos inconscientes que não lhe permitirão viver em paz, pois sempre haverá incômodo na forma como os outros vivem suas vidas.

Eu não sou de esquerda, não sou de direita e não sou de centro, eu sou livre, pois minha referência de conduta é o Deus ocidental e se Ele me disse que eu posso fazer o que bem entender arcando com as consequências, não será um grupo de doutores da lei que me convencerá do contrário.

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