domingo, 31 de agosto de 2014

Uma questão de escolha


Pe. Fábio de Melo
O coração anda no compasso que pode.
Amores não sabem esperar o dia amanhecer.
O exemplo é simples.
O filho que chora tem a certeza de que a mãe velará seu sono.
A vida é pequena, mas tão grande nestes espaços que aos cuidados pertencem.
Joelhos esfolados são representações das dores do mundo. 
A mãe sabe disso. 
O filho, não. 
Aprenderá mais tarde, quando pela força do tempo que nos leva, ele precisará cuidar dos joelhos dos seus pequenos.
O ciclo da história nos direciona para que não nos percamos das funções.
São as regras da vida. 
E o melhor é obedecê-las.
Tenho pensado muito no valor dos pequenos gestos e suas repercussões. 
Não há mágica que possa nos salvar do absurdo.
O jeito é descobrir esta migalha de vida que sob as realidades insiste em permanecer. 
São exercícios simples...
Retire a poeira de um móvel e o mundo ficará mais limpo por causa de você.
É sensato pensar assim. 
Destrua o poder de uma calúnia, vedando a boca que tem ânsia de dizer o que a cabeça ainda não sabe, e alguém deixará de sofrer por causa de seu silêncio.
Nestas estradas de tantos rostos desconhecidos é sempre bom que deixemos um espaço reservado para a calma.
Preconceitos são filhos de nossos olhares apressados.
O melhor é ir devagar.
Que cada um cuide do que vê. 
Que cada um cuide do que diz.
A razão é simples: o Reino de Deus pode começar ou terminar, na palavra que que escolhemos dizer.
É simples...

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

A Montanha da Vida

A vida pode ser comparada à conquista de uma montanha. Como a vida, ela possui altos e baixos. Para ser conquistada, deve merecer detalhada observação, a fim de que a chegada ao topo se dê com sucesso.
Todo alpinista sabe que deve ter equipamento apropriado. Quanto mais alta a montanha, maiores os cuidados e mais detalhados os preparativos.
No momento da escalada, o início parece ser fácil. Quanto mais subimos, mais árduo vai se tornando o caminho.
Chegando a uma primeira etapa, necessitamos de toda a força para prosseguir. O importante é perseguir o ideal: chegar ao topo.
À medida que subimos, o panorama que se descortina é maravilhoso. As paisagens se desdobram à vista, mostrando-nos o verde intenso das árvores, as rochas pontiagudas desafiando o céu. Lá embaixo, as casas dos homens tão pequenas...
É dali, do alto, que percebemos que os nossos problemas, aqueles que já foram superados são do tamanho daquelas casinhas.
Pode acontecer que um pequeno descuido nos faça perder o equilíbrio e rolamos montanha abaixo. Batemos com violência em algum arbusto e podemos ficar presos na frincha de uma pedra.
É aí que precisamos de um amigo para nos auxiliar. Podemos estar machucados, feridos ao ponto de não conseguir, por nós mesmos, sair do lugar. O amigo vem e  nos  cura os ferimentos.
Estende-nos as mãos, puxa-nos e nos auxilia a recomeçar a escalada. Os pés e as mãos vão se firmando, a corda nos prende ao amigo que nos puxa para a subida.
Na longa jornada, os espaços acima vão sendo conquistados dia a dia.
Por vezes, o ar parece tão rarefeito que sentimos dificuldade para respirar. O que  nos  salva é o equipamento certo para este momento.
Depois vêm as tempestades de neve, os ventos gélidos que são os problemas e as dificuldades que ainda não superamos.
Se escorregamos numa ladeira de incertezas, podemos usar as nossas habilidades para parar e voltar de novo. Se caímos num buraco de falsidade de alguém que estava coberto de neve, sabemos a técnica para nos levantar sem torcer o pé e sem machucar quem esteja por perto.
Para a escalada da montanha da vida, é preciso aprender a subir e descer, cair e levantar, mas voltar sempre com a mesma coragem.
Não desistir nunca de uma nova felicidade, uma nova caminhada, uma nova paisagem, até chegar ao topo da montanha.
* * *
Para os alpinistas, os mais altos picos são os que mais os atraem. Eles desejam alcançar o topo e se esmeram.
Preparam-se durante meses. Selecionam equipe, material e depois se dispõem para a grande conquista.
Um desses arrojados alpinistas, Waldemar Nicliewicz, o brasileiro que conquistou o Everest, disse: Quem de nós não quer chegar ao alto de sua própria montanha?
Todos nós temos um desejo, um sonho, um objetivo, um verdadeiro Everest. E este Everest não tem 8.848 metros de altitude, nem está entre a China e o Nepal. Este Everest está dentro de nós.É preciso ir em busca deste Everest, de nossa mais profunda realização. 
Redação do Momento Espírita, baseado em texto de Valdemar Nicliewicz, colhido da Internet.Disponível no CD Momento Espírita, v. 6, ed. Fep. Em 25.03.2009.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

"Cansaço" - Fernando Pessoa


"O que é amar ao próximo?
É não julgá-lo, não criticá-lo, não acusá-lo ... Ou seja, não aplicar valor algum a ele.
Você só amará ao próximo quando quiser deixar de saber quem ele é ...
Aí estará amando-o. Mas, enquanto quiser criar valores para amá-lo não o estará amando, mas sim aos valores que você determinou."

sábado, 23 de agosto de 2014

Observai os pássaros do Céu

Não acumuleis tesouros na Terra, onde a ferrugem e os vermes os comem e onde os ladrões os desenterram e roubam; - acumulai tesouros no céu, onde nem a ferrugem, nem os vermes os comem; - porquanto, onde está o vosso tesouro aí está também o vosso coração.

Eis por que vos digo: Não vos inquieteis por saber onde achareis o que comer para sustento da vossa vida, nem de onde tirareis vestes para cobrir o vosso corpo. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que as vestes?

Observai os pássaros do céu: não semeiam, não ceifam, nada guardam em celeiros; mas, vosso Pai celestial os alimenta. Não sois muito mais do que eles? - e qual, dentre vós, o que pode, com todos os seus esforços, aumentar de um côvado a sua estatura?

Por que, também, vos inquietais pelo vestuário? Observai como crescem os lírios dos campos: não trabalham, nem fiam; - entretanto, eu vos declaro que nem Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. - Ora, se Deus tem o cuidado de vestir dessa maneira a erva dos campos, que existe hoje e amanhã será lançada na fornalha, quanto maior cuidado não terá em vos vestir, ó homens de pouca fé! 

Não vos inquieteis, pois, dizendo: Que comeremos? ou: que beberemos? ou: de que nos vestiremos? - como fazem os pagãos, que andam à procura de todas essas coisas; porque vosso Pai sabe que tendes necessidades delas.

Buscai primeiramente o reino de Deus e a sua justiça, que todas essas coisas vos serão dadas de acréscimo. - Assim, pois, não vos ponhais inquietos pelo dia de amanhã, porquanto o amanhã cuidará de si. A cada dia basta o seu mal. (S. MATEUS, cap. VI, vv. 19 a 21 e 25 a 34.)

Interpretadas à letra, essas palavras seriam a negação de toda previdência, de todo trabalho e, conseguintemente, de todo progresso. Com semelhante princípio, o homem limitar-se-ia a esperar passivamente. Suas forças físicas e intelectuais conservar-se-iam inativas. Se tal fora a sua condição normal na Terra, jamais houvera ele saído do estado primitivo e, se dessa condição fizesse ele a sua lei para a atualidade, só lhe caberia viver sem fazer coisa alguma. Não pode ter sido esse o pensamento de Jesus, pois estaria em contradição com o que disse de outras vezes, com as próprias leis da Natureza. Deus criou o homem sem vestes e sem abrigo, mas deu-lhe a inteligência para fabricá-los. (Cap. XIV, nº 6; cap. XXV, nº 2.)

Não se deve, portanto, ver, nessas palavras, mais do que uma poética alegoria da Providência, que nunca deixa ao abandono os que nela confiam, querendo, todavia, que esses, por seu lado, trabalhem. Se ela nem sempre acode com um auxílio material, inspira as idéias com que se encontram os meios de sair da dificuldade. (Cap. XXVII, nº 8.)

Deus conhece as nossas necessidades e a elas provê, como for necessário. O homem, porém, insaciável nos seus desejos, nem sempre sabe contentar-se com o que tem: o necessário não lhe basta; reclama o supérfluo. A Providência, então, o deixa entregue a si mesmo. Freqüentemente, ele se torna infeliz por culpa sua e por haver desatendido à voz que por intermédio da consciência o advertia. Nesses casos, Deus fá-lo sofrer as conseqüências, a fim de que lhe sirvam de lição para o futuro. (Cap. V, nº 4.)

Cap. XXV - Itens 6 a 8 Tema: 
O Evangelho Segundo o Espiritismo

domingo, 17 de agosto de 2014

Perseverança



Quem quer que tenha parado para observar uma criança tentando descobrir como funciona alguma coisa, ou na tentativa de execução de algo que queira, já deve saber o que é perseverança.

Perseverança é essa virtude que leva à perfeição. Uma virtude que parece inata nos bebês e nos primeiros anos, desaparecendo depois, quando os homens começam a crescer e passam a acreditar que o mais importante, no mundo, é fazer muitas coisas, não importa de que forma.

Alguns pais incutem essa forma de pensar nos seus pequenos, quando os colocam em múltiplas atividades e eles precisam correr de uma aula para outra, e fazer tudo às pressas, para darem conta do recado.

Possivelmente, seja este um dos motivos pelo qual muitos desistem, a meio caminho, quando desejam fazer alguma coisa. É comum ouvir-se as pessoas falarem de seus projetos abandonados porque dificuldades apareceram.

Abandona-se aquele e se opta por algo mais fácil, menos trabalhoso e cujo resultado seja quase imediato.

Isso nos recorda de uma experiência comovente de um artista japonês. Ele se chamava Hokusai e suas pinturas eram muito cobiçadas pela realeza.

Um dia, um nobre o visitou e encomendou uma pintura de seu precioso pássaro. Ele deixou o pássaro com Hokusai, e o artista disse ao nobre para que retornasse uma semana depois.

Porque gostasse muito do pássaro, o nobre ficou ansioso e, ao final de semana, retornou ao estúdio do artista. Contudo, o quadro não fora feito.

O artista pediu humildemente que ele retornasse depois de duas semanas. 
As duas semanas se transformaram em dois meses, em seis meses. 
Um ano mais tarde, o nobre chegou no estúdio de Hokusai, exigindo a pintura de imediato e o seu pássaro de volta. Conforme o costume japonês, Hokusai se curvou ante o nobre e retornou à sua mesa de trabalho. Pegou um pincel, uma grande folha de papel de palha de arroz e, em poucos instantes, desenhou o pássaro, sem nenhum esforço, exatamente como ele era.O proprietário da ave ficou maravilhado diante da pintura para, logo em seguida, descarregar sua raiva:

Por que você me fez esperar um ano se podia ter aprontado a pintura em tão pouco tempo?

O senhor não entendeu, disse com voz macia o artista.

E convidou o nobre a entrar em um cômodo, onde as paredes estavam cobertas de pinturas do mesmo pássaro. Nenhuma delas, no entanto, expressava a graça e a beleza do último trabalho.

Ele treinara durante um ano e o seu esforço estava recompensado: ele criara uma obra de arte.

Quando você estiver a ponto de desistir de um sonho, de um plano, de uma atividade, lembre do artista japonês e de sua perseverança até atingir a perfeição.

Recorde da criança que tenta girar uma chave na fechadura do armário pela primeira vez e, sentada no chão, ou de joelhos, tenta, tenta e tenta. E, se hoje não consegue, ele vai embora, para retornar depois e tentar outra vez, e outra mais.

Recorde, finalmente, que você está no mundo para realizar uma obra de arte: a sua vida. E não meça esforços, nem se importe com as repetições. São os rascunhos que conferem perfeição à obra final.

por Redação do Momento Espírita, com base no cap. Por trás de um desenho rápido, de Joni Eareckson Tada, do livro Histórias para o coração da mulher, de Alice Gray, ed. United Press. Do site:http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4214&stat=0.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Se teu sonho for maior...

Que são nossos sonhos?
Serão todos eles realmente possíveis?
E se teu sonho for maior que tu, que tuas possibilidades, que tuas forças?
Os compositores Ivan Lins e Leda Selma, trazem em uma de suas obras, uma mensagem belíssima dentro deste tema. Dizem assim:

“Se teu sonho for maior que ti;
Alonga tuas asas, esgarça os teus medos;
Amplia o teu mundo, dimensiona ao infinito;
E parte em busca da estrela.
Voa alto... Voa longe... Voa livre... Voa.”


Quando desejamos algo com muita intensidade, e este anelo se transforma em imagem nos campos invisíveis de nossa alma;

Quando esta visão nos inunda com um sentimento de alegria, leveza e esperança, estamos “sonhando”.

Sonhar é o primeiro requisito para aqueles que desejam alçar vôos. Mas talvez, a palavra “sonho” ainda pareça um tanto subjetiva demais, etérea demais, distante da realidade e da racionalidade. Assim, podemos substituí-la por outra se preferirmos: “objetivo”, e aí teremos nas mãos a grande chave para o progresso humano, para os vôos mais altos.

Sem traçar objetivos, o homem não alcança o progresso. A visão do porvir, do tempo sem fim e da perfeição como meta final, apresentam-se ainda muito distantes, assaz difíceis de serem visualizadas pela inteligência humana no grau em que está. Desta forma, faz-se necessário estabelecer metas mais próximas, mais possíveis de serem atingidas com os recursos que temos atualmente.É por esta razão que os sonhos, ou objetivos, são tão necessários em nossa existência.

Uma alma sem sonhos dificilmente chegará a algum lugar na vida, pois nem sabe para onde ir, onde empregar seus esforços, sua dedicação...

O sábio Sêneca afirmava com exatidão, que “nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir.”
 
Joanna de Ângelis, Espírito, em sua obra intitulada “Autodescobrimento”, elucida: “O homem e a mulher, conscientes das responsabilidades que lhe dizem respeito, estabelecem metas de realizações que passam a conquistar, a pouco e pouco, promovendo-se no processo da evolução.”  Ela chega também a entrar em detalhes importantes neste estabelecimento de metas, complementando que “em razão disso, apresentam-se-lhes metas educacionais, familiares, sociais, econômicas, artísticas e espirituais.” Assim, podemos organizar nossas metas em áreas, facilitando-nos seu atingimento e monitoramento ao longo de nossa vida. Dependendo do momento e das circunstâncias, podemos nos concentrar mais nesta ou naquela área. Por exemplo, quando estamos iniciando uma vida a dois, estabelecendo as bases de uma nova família, é claro que as metas familiares devem falar mais alto e tomar nossa atenção especial. Muitas delas podem ser levadas em paralelo, e monitoradas da mesma forma, fazendo com que evoluamos, no processo de atingimento, a pouco e pouco.

O Espírito precisa de metas. Precisa vislumbrar onde deseja chegar para poder saber como empregar melhor suas forças e seu tempo.
Pensamento
Toda ascensão exige esforço.
Assim como toda mudança propõe ampliação ou renovação de paradigma, todo crescimento exige dedicação, empenho.
As grandes conquistas da Humanidade firmaram-se mediante a superação dos paradigmas então vigentes, ficando, pelos valores de que se constituíram, com caráter propulsionador de progresso.
Avançar sempre. Esmorecer jamais.
Se teu sonho parecer maior que tu mesmo, amplia tuas asas, tuas habilidades, e abraça-o mesmo assim.

(Redação do Momento Espírita com base na música “Voa”, de Ivan Lins e Leda Selma e no cap. 6 do livro “Autodescobrimento”, de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.-ww.momento.com.br)
(os grifos são meus)

Campanha incentiva atos de gentileza nos transportes coletivos


Com o intuito de contribuir com a educação no uso do transporte coletivo, o Sindiônibus e o Criarht (grupo de profissionais de Recursos Humanos das empresas de ônibus) lançaram a campanha educativa ‘Faça Diferença com Boas Atitudes’. O projeto, que iniciou no último domingo 10, busca incentivar o público em geral a praticar atitudes gentis. Cartazes com mensagens educativas e ilustrações com exemplos da rotina dos usuários de ônibus estarão fixadas no interior dos veículos.

Segundo a gerente administrativa do Sindiônibus, Maria José Luz, a ideia do projeto surgiu a partir dos diversos trabalhos realizados pelo RH das empresas, sobretudo, em treinamentos sobre a qualidade no atendimento aos usuários realizados para os operadores (motoristas e cobradores). O conteúdo desses treinamentos, explica Maria José, sempre aborda e valoriza as regras da boa educação e gentileza no trato com usuários.

Os temas abordados na campanha foram escolhidos de acordo com o dia a dia dos coletivos. Neste contexto, a ação abordará assuntos como assentos preferenciais, comportamento nas filas, respeito aos idosos, facilidade de troco para os cobradores, benefícios do Bilhete Único e o canal de relacionamento com o Sindiônibus, onde os usuários podem deixar suas sugestões, reclamações ou elogios. “O foco dos temas está nas situações cotidianas do sistema de transporte coletivo”, afirma Maria José.

Conforme a gerente, a campanha “Faça Diferença com Boas Atitudes” aposta na participação população. “A expectativa é que haja uma melhoria no convívio entre as pessoas nos ambientes relacionados ao transporte coletivo - nos terminais, pontos de parada e nos ônibus”, avalia Maria José.

Campanha
A campanha que começou no último dia 10 seguirá até novembro deste ano. Durante esse período, a ação que já acontece através dos cartazes afixados nos coletivos e nos terminais ganhará reforço com a inserção de spots na rádio Expresso Somzoom Sat e a divulgação nas redes sociais do Sindiônibus e das suas associadas.

Todas as empresas associadas ao Sindiônibus - 14 urbanas e sete metropolitanas – aderiram ao projeto. De acordo com Maria José, embora a campanha tenha data para finalizar, o sindicato já tem planos para iniciar uma nova ação na sequência.

Fonte: http://www.boanoticia.org.br/noticias_detalhes.php?cod_noticia=6225&cod_secao=1

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Ou toca ou não toca.

Clarice Lispector

Sou composta por urgências: 
minhas alegrias são intensas; 
minhas tristezas, absolutas. 
Entupo-me de ausências,
Esvazio-me de excessos. 
Eu não caibo no estreito, 
eu só vivo nos extremos.

Pouco não me serve, 
médio não me satisfaz,
metades nunca foram meu forte! 

Todos os grandes e pequenos momentos,
feitos com amor e com carinho,
são pra mim recordações eternas.
Palavras até me conquistam temporariamente...
Mas atitudes me perdem ou me ganham para sempre.

Suponho que me entender 
não é uma questão de inteligência 
e sim de sentir, 
de entrar em contato...
Ou toca ou não toca.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

O Dever



Nosso dever é redescobrir o que é verdadeiro para nós e não escondermos nossos sentimentos de qualquer pessoa ou de nós mesmos, mas sim ter liberdade e segurança em nossas relações pessoais, para decidirmos seguir na direção que escolhemos. 

Não “devemos” ser o que nossos pais ou a sociedade querem nos impor ou definir como melhor. Precisamos compreender que nossos objetivos e finalidades de vida tem valor unicamente para nós; os dos outros, particularmente para eles. 

Obrigação pode ser conceituada como sendo o que deveríamos fazer para agradar as pessoas, ou para nos enquadrar no que elas esperam de nós; já o dever é um processo de auscultar a nós mesmos, descortinando nossa estrada interior, para, logo após, materializá-la num processo lento e constante. 

Ao decifrarmos nosso real dever, uma sensação de autorealização toma conta de nossa atmosfera espiritual, e passamos a apreciar os verdadeiros e fundamentais valores da vida, associados a um prazer inexplicável. 
Lembremo-nos da afirmação do espírito Lázaro em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”: 

O dever é a obrigação moral, diante de si mesmo primeiro, e dos outros em seguida”.

Do livro RENOVANDO ATITUDES
FRANCISCO DO ESPIRITO SANTO NETO pelo espírito de HAMMED

domingo, 10 de agosto de 2014

O autoconhecimento é um processo


Assim, para compreender os inumeráveis problemas que cada um de nós tem, não é essencial que haja autoconhecimento? E esta é uma das coisas mais difíceis, autoconsciência – o que não significa isolamento, afastamento. Obviamente, conhecer a si mesmo é essencial; mas conhecer a si mesmo não implica um afastamento da relação. E seria um erro, certamente, pensar que a pessoa pode se conhecer significativamente, completamente, integralmente, por meio do isolamento, da exclusão, ou indo a algum psicólogo, ou sacerdote; ou que se pode aprender sobre si mesmo por meio de um livro. O autoconhecimento é, obviamente, um processo, não um fim em si mesmo; e para se conhecer, a pessoa deve estar consciente de si mesma em ação, o que é relação. Você se descobre, não no isolamento, não afastado, mas na relação, na relação com a sociedade, com sua esposa, seu marido, seu irmão, com o homem; mas descobrir como você reage, quais são nossas reações, requer uma extraordinária vigilância da mente, uma sutileza de percepção. 
 Krishnamurti
 What Are You Doing with Your Life?

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Os Canhões de Navarone (resgatei uma relíquia!)

O LIVRO

MINHA EDIÇÃO:
Os Canhões de Navarone
Autor: Alistair Maclean (escritor escocês)
Tradução: Mariza Murray
Editora: Abril Cultural
Ano: 1984
SINOPSE
Grécia, 1943. Dois mil soldados britânicos perderam-se em Kheros. Exaustos e indefesos, eles têm apenas uma semana para partir, pois em Berlim o supremo comando do eixo determinara fazer uma demonstração de força no Mar Egeu,  para fazer a Turquia entrar na guerra do seu lado. A demonstração seria em Kheros, sem valor militar, mas próximo à costa da Turquia. O melhor armamento alemão seria usado e assim os britânicos seriam facilmente dominados, a não ser que pudessem fugir antes. Porém a única rota de fuga possível estava bloqueada, pois dois canhões enormes controlados por um radar estavam em Navarone, uma ilha vizinha. Assim, um grupo aliado tem a quase impossível missão de escalar uma parede de rocha em Navarone e invadir uma fortaleza nazista, onde estão os canhões, que se não forem destruídos vão afundar diversos navios aliados, pondo um fim na tentativa de resgatar os soldados britânicos.

Um livro espetacular. Difere muito do filme, porque a abordagem psicológica no livro é bem mais profunda do que no filme. Homens fortes, valentes e humanos. Cada personagem tem uma história de vida que é uma exemplo de coragem e força e leva a gente a refletir sobre o nosso comportamento diante dos obstáculos da vida.

O FILME (em duas partes)
FICHA TÉCNICA
Título: The Guns of Navarone (Original) - Os Canhões de Navarone
Ano produção: 1961
Dirigido por J. Lee Thompson
Duração: 158 minutos
Gênero: ação, aventura, drama, guerra
País de Origem: Estados Unidos da América
PRIMEIRA PARTE

SEGUNDA PARTE


O ATOR PRINCIPAL

 Gregory Peck (Eldred Gregory Peck , La Jolla, 5 de abril de 1916 — Los Angeles, 12 de junho de 2003) foi um premiado ator estado-unidense. Interpretou personagens de caráter nobre e corajoso, que lutam contra injustiças. O mais famoso desses é o advogado Atticus Finch do filme O Sol é Para Todos de 1962, que lhe deu o Oscar de melhor ator e que foi escolhido o maior herói das telas pelo American Film Institute em maio de 2003, apenas duas semanas antes de sua morte, que foi anunciada em Los Angeles no dia 12 de junho de 2003, uma quinta-feira. Segundo sua mulher Veronique, que estava ao seu lado, "ela estava segurando sua mão, ele fechou os olhos, dormiu e se foi".

domingo, 3 de agosto de 2014

A Lenda do Esconderijo Seguro


Divaldo Pereira Franco 
ditado pelo Espírito de Selma Lagerlöf

Aconteceu em tempos já distantes...

Observando o comportamento irregular das criaturas humanas, a sua ingratidão e contínua rebeldia, Deus resolveu reunir a Corte Celeste, a fim de apresentar sua opinião pouco favorável aos seres inteligentes que, invariavelmente utilizavam do conhecimento e da razão para protestar, exigir, reclamar contra tudo e todos, demonstrando irritabilidade e desconsideração para com a Paternidade Divina. 

Ante a expectação geral dos anjos, arcanjos, querubins e potestades, o Senhor explicou que desejava ensinar aos homens e mulheres terrestres uma forma condigna para O buscarem. 

Todos sabiam que Ele residia no Paraíso, cujo endereço era muito conhecido, e para onde se dirigiam suas queixas e desgostos, raramente a gratidão e o amor. Assim, Ele estava pensando, pelo menos por um período, transferir-se da sua morada, para um lugar onde fosse difícil de ser encontrado. Isso seria uma espécie de férias que Ele desejava experimentar e uma advertência para os filhos ingratos.

Concedera-lhes os predicados do pensamento e da lógica, a fim de que pudessem examinar as belezas existentes no Cosmo, presentes em mil expressões terrenas e, não obstante, na maioria das vezes, esses atributos eram utilizados para o desregramento, a agressividade e a insensatez. 

Todos os membros da Corte Celeste concordaram plenamente com a proposta divina e ficaram mais surpresos ainda, quando o Senhor lhes pediu sugestão sobre um lugar na Terra ou próximo dela onde pudesse ocultar-se temporariamente. 

Após larga reflexão, um serafim muito honrado pediu vênia para falar, e propôs: 

- Acredito que a Lua seria um excelente lugar para repouso. O silêncio que paira na sua superfície é grandioso, e dali a observação do planeta terrestre faz-se tão bela quanto emocionante. Sugiro, portanto, que o Criador a eleja como Vossa próxima residência. 

Todos os membros da excelsa assembleia concordaram com a sugestão tomada com sorrisos de júbilo. 

Mas, o Supremo Senhor, após meditar, redarguiu, preocupado: 

- Eu posso prever o futuro, e graças a essa capacidade, vejo o ser humano chegando ao satélite terrestre e colocando ali os seus símbolos. Se lá eu estiver, nessa oportunidade, será muito mais difícil ter que suportar o atrevimento desses visitantes, que certamente não me deixarão em paz. 

Um grande silêncio se abateu sobre todos, ante a desolação estampada na face do Excelso Pai. 

Um arcanjo, que era tido como um dos mais sábios, pediu licença, e expôs: 

- Os oceanos são ainda grande mistério para os humanos, e o Triângulo das Bermudas apresenta uma fossa muito profunda, inalcançável. Sugiro que ali seja estabelecida a Vossa residência. 

Parecia estar resolvida a questão, quando o Supremo Chefe respondeu com tristeza: 

- O ser humano é capaz de tudo. Posso prever um futuro não muito distante, no qual, se utilizando de equipamentos sofisticados e valiosos, ele descerá às maiores profundezas oceânicas, e, encontrando-me lá, tentará perturbar-me com a sua petulância e imprudência. 
Estava-se num grande impasse, quando um anjo modesto, quase desconsiderado, pediu licença para opinar. 

Ele dizia pertencer ao Terceiro Mundo, onde havia muitos pobres, os quais, sempre se ajudavam, procurando diminuir as dificuldades que enfrentavam reciprocamente. 

As Entidades mais elevadas, ante o inusitado acontecimento, olharam-no quase com piedade, pensando no que poderia sugerir um modesto anjo encarregado da limpeza do Paraíso!

Mas Deus, por misericórdia, olhou na direção do interlocutor e, com muita ternura, interrogou-lhe: 

- Se tens alguma ideia, dize-nos. Em que lugar pensas que me poderei ocultar, a fim de não ser afligido pelos seres humanos?! 

Eu sugiro, Senhor - redarguiu o anjo humilde, que vos oculteis no coração da própria criatura humana, porque ali somente chegarão aqueles que muito se esforçarem para alcançar a própria evolução, e esses, quando a conseguirem, respeitar-vos-ão, entoando hinos de louvor à Vossa Majestade. 

Houve uma comoção que tomou conta de todos, que passaram a aplaudir o modesto servidor angelical. 
E, a partir daquele momento, Deus passou a residir no coração do ser humano, somente sendo encontrado por aqueles que realizam a viagem interior, auto-iluminando-se e amando profundamente ao seu próximo. 

Até hoje esse é o lugar preferido por Ele...


sábado, 2 de agosto de 2014

Confia Sempre!


Você é...


Martha Medeiros
Você é os brinquedos que brincou, as gírias que usava, você é os nervos a flor da pele no vestibular, os segredos que guardou, você é sua praia preferida, Garopaba, Maresias, Ipanema, você é o renascido depois do acidente que escapou, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra. 

Você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito quase no altar, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora. 

Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, você é o pelo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, você é as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda. 

Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo o que os outros mentem, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, você é aquele que rema, que cansado não desiste, você é a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta, você é o que você queima. 

Você é aquilo que reinvidica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia. 

Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê. Você é o que ninguém vê.