segunda-feira, 30 de junho de 2014

Amor que não se cansa



Pe. Fábio de Melo
Se a tristeza te rouba as palavras
Se as razões se perderam no tempo
Relembrar as histórias passadas desperta saudades

Se alguém prometeu te amar, mas depois partiu
Te deixando sem mesmo explicar, sem dizer adeus
Deus conhece a tua verdade e as saudades do teu coração
Em segredo teu deus te espera, quer te consolar

Então volta
Só Deus é amor que não passa e não passará
Então volta
Só Deus é resposta que vale a pena esperar
De amor vive o coração de Deus, de amor
Amor que não se cansa de amar

domingo, 29 de junho de 2014

Eu sou Malala: a história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo Talibã


Livro: Eu sou Malala: a história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo Talibã
Autoras: Malala Yousafzai com Christina Lamb
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2013


Quando o Talibã tomou controle do vale do Swat,  uma  menina  levantou  a voz. Malala Yousafzai recusou-se a permanecer em silêncio e lutou pelo seu direito à educação. Mas em 9 de outubro de 2012, uma terça-feira, ela quase pagou o preço com a vida. 

Malala foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa dentro do ônibus no qual voltava da escola. Poucos acreditaram que ela sobreviveria.

Mas a recuperação milagrosa de Malala a levou em uma viagem extraordinária de um vale remoto no norte do Paquistão para as salas das Nações Unidas em Nova York. Aos dezesseis anos, ela se tornou um símbolo global de protesto pacífico e a candidata mais jovem da história a receber o Prêmio Nobel da Paz.

Eu sou Malala é a história de uma família exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que valoriza filhos homens. 

O livro acompanha a infância da garota no Paquistão, os primeiros anos de vida escolar, as asperezas da vida numa região marcada pela desigualdade social, as belezas do deserto e as trevas da vida sob o Talibã.

Escrito em parceria com a jornalista britânica Christina Lamb, este livro é uma janela para a singularidade poderosa de uma menina cheia de brio e talento, mas também para um universo religioso e cultural cheio de interdições e particularidades, muitas vezes incompreendido pelo Ocidente. 

“Sentar numa cadeira, ler meus livros rodeada pelos meus amigos é um direito meu”, ela diz numa das últimas passagens do livro. A história de Malala renova a crença na capacidade de uma pessoa de inspirar e modificar o mundo.

Fonte:http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=13536

sábado, 28 de junho de 2014

Pode uma mente bruta se tornar sensível?


Ouçam a pergunta, o significado por trás das palavras. Pode a mente bruta se tornar sensível? Se eu digo que minha mente é bruta e tento torná-la sensível, o próprio esforço para se tornar sensível é brutalidade. Por favor, vejam isto. Não fiquem intrigados, mas olhem. Por outro lado, se reconheço que sou bruto sem querer mudar, sem tentar me tornar sensível, se começo a compreender o que a brutalidade é, observá-la em minha vida dia após dia – o modo voraz de comer, a rudeza com que trato as pessoas, o orgulho, a arrogância, a grosseria de meus hábitos e pensamentos – essa própria observação transforma o que éDo mesmo modo, se sou estúpido e digo que devo me tornar inteligente, o esforço para ficar inteligente é apenas uma forma maior de estupidez; porque o importante é compreender a estupidez. Por mais que eu possa tentar me tornar inteligente, minha estupidez permanecerá. Eu posso adquirir o verniz superficial do aprendizado, posso citar livros, repetir passagens de grandes autores, mas, basicamente, ainda serei estúpido. Mas se eu vejo e compreendo a estupidez quando ela se expressa em minha vida cotidiana – como me comporto frente ao meu empregado, como considero meu vizinho, o homem pobre, o homem rico, o funcionário – então essa própria consciência provoca a dissolução da estupidez
  J. Krishnamurti, The Book of Life
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O autoconhecimento é a base de qualquer mudança. Por isso é tão difícil mudar, porque a auto-observação e a tomada de consciência de nossos defeitos é muito difícil. Na verdade, a maior dificuldade é reconhecermos o que somos. Tenho uma amiga que sempre me fala sobre a mãe dela, que nunca fala de forma normal com os filhos, sempre fala com grosseria e brutalidade. Imagine alguém não conseguir uma coisa tão básica, que é falar com um tom normal de voz. Se alguém ainda não consegue uma coisa tão simples está em maus lençóis, porque estamos vivendo um momento de últimas oportunidades e não adianta mergulhar num mundo de faz de conta que sou meigo, faz de conta que sou doce, porque Deus conhece nosso coração bem melhor do que nós mesmos e a Ele ninguém engana. Precisamos antes de tudo buscarmos o conhecimento dos processos que podem favorecer nossas mudanças, porque se caminhamos às cegas achando que conhecemos todos os processos podemos perder um tempo precioso. Para isso precisamos ter humildade suficiente para reconhecermos o que somos realmente e do que somos capaz,  para darmos o segundo passo que é  procurar as formas que podem nos levar a mudança.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

O Pai Nosso de YOGANANDA


Pai, Mãe, Amigo e Bem Amado Deus. . .

Que a pronunciação incessante e silenciosa do Teu
Sagrado nome, conduza-nos à Tua semelhança.

Inspira-nos, para que a nossa adoração as coisas materiais,
se transforme em adoração à Ti.

Que através da pureza de nossos corações,
possa Teu reino de perfeição vir
à terra e liberar todas as nações do sofrimento.

Que a nossa vontade se torne mais forte ao vencer os desejos mundanos e
sintonize-se afinal com Tua vontade perfeita.

Dá-nos o pão de cada dia, alimento, saúde e prosperidade
para o corpo; eficiência para a mente e sobretudo,
Teu amor e sabedoria para a alma.

É tua lei que diz:
“Com a mesma medida com que medirdes, também vos medirão”.

Que possamos perdoar aqueles que nos ofendem,
sempre atentos à nossa própria necessidade
de Tua imerecida misericórdia.

Não nos abandones no abismo das tentações em que caímos,
pelo mal uso que temos feito da razão que nos concedeste.

E quando for Tua vontade submeter-nos à prova, oh Espírito,
permite-nos compreender que Tu és muito mais fascinante
do que qualquer tentação terrena.

Ajuda-nos a livrar-nos das tenebrosas
cadeias do nosso único mal: não conhecer-Te.

Porque Teu é o Reino, o Poder e a Glória
pelos séculos e séculos.

Amém

terça-feira, 24 de junho de 2014

Os Ombros Suportam o Mundo

Carlos Drummond de Andrade
 
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Sonhos



Todo conhecimento começa com o sonho.

O sonho nada mais é que a aventura pelo mar desconhecido, em busca da terra sonhada.

Mas sonhar é coisa que não se ensina, brota das profundezas do corpo, como a alegria brota das profundezas da terra. 
Como mestre só posso então lhe dizer uma coisa.
Contem-me os seus sonhos para que sonhemos juntos.

Rubem Alves

domingo, 22 de junho de 2014

Viver em Paz

"..Vivei em paz..."
Paulo, (II CORÍNTIOS. 13:11.)

Mantém-te em paz. 
É provável que os outros te guerreiem gratuitamente, hostilizando-te a maneira de viver; entretanto, podes avançar em teu roteiro, sem guerrear a ninguém. 
Para isso, contudo - para que a tranqüilidade te banhe o pensamento -, é necessário que a compaixão e a bondade te sigam todos os passos. 
Assume contigo mesmo o compromisso de evitar a exasperação. 
Junto da serenidade, poderás analisar cada acontecimento e cada pessoa no lugar e na posição que lhes dizem respeito. 
Repara, carinhosamente, os que te procuram no caminho... 
Todos os que surgem, aflitos ou desesperados, coléricos ou desabridos, trazem chagas ou ilusões. Prisioneiros da vaidade ou da ignorância, não souberam tolerar a luz da verdade e clamam irritadiços... Unge-te de piedade e penetra-lhes os recessos do ser, e identificarás em todos eles crianças espirituais que se sentem ultrajadas ou contundidas. 
Uns acusam, outros choram. 
Ajuda-os, enquanto podes. 
Pacificando-lhes a alma, harmonizarás, ainda mais, a tua vida. 
Aprendamos a compreender cada mente em seu problema. 
Recorda-te de que a Natureza, sempre divina em seus fundamentos, respeita a lei do equilíbrio e conserva-a sem cessar. 
Ainda mesmo quando os homens se mostram desvairados, nos conflitos abertos, a Terra é sempre firme e o Sol fulgura sempre. 
Viver de qualquer modo é de todos, mas viver em paz consigo mesmo é serviço de poucos.
Autor: Emmanuel
Psicografia de Chico Xavier. Livro: Fonte Viva

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Strip-Tease


 Martha Medeiros

Chegou no apartamento dele por volta das seis da tarde e sentia um nervosismo fora do comum. Antes de entrar, pensou mais uma vez no que estava por fazer. Seria sua primeira vez. Já havia roído as unhas de ambas as mãos. Não podia mais voltar atrás. Tocou a campainha e ele, ansioso do outro lado da porta, não levou mais do que dois segundos para atender.

Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis. Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou. Ele perguntou o que poderia fazer por ela. A resposta: sem preliminares. Quero que você me escute, simplesmente.
Então ela começou a se despir como nunca havia feito antes.

Primeiro tirou a máscara: "Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci. Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto".

Então ela desfez-se da arrogância: "Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."

Era o pudor sendo desabotoado: "Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou".

Retirava o medo: "Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram. Encontrei".

Por fim, a última peça caía, deixando-a nua
"Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui".

E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca.

Da observação

Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio...

Mário Quintana

Pensamento


Zíbia Gasparetto

Cada pensamento nosso, no qual colocamos crédito, provoca uma atitude. Nossas atitudes são frutos de nossas crenças. Agimos de acordo com elas. Cada atitude nossa movimenta as energias ao nosso redor e promove uma reação. É como quando estamos dentro de uma piscina. Qualquer gesto movimenta a água em ondas que vão e vem, reagindo a nosso contato. Estamos todos mergulhados na mente universal, como quando estamos dentro da água, cercados de energias. Elas são neutras. São nossas atitudes que lhes dão padrão e as projetam para o futuro, provocando reações dentro do sistema, que reage e responde, devolvendo o resultado. Toda atitude nossa tem, portanto, uma resposta da vida. Mas como ela age sempre pelo melhor, essa situação não é definitiva. Quantas vezes vimos predições ruins que nunca se realizaram? É que as leis universais não agem para nos castigar ou punir. Em sua sabedoria, sabem que a punição ou o castigo nunca educaram ninguém. Ao contrário, quando modificamos nossas atitudes, elas apagam e substituem aquelas energias negativas que emitimos anteriormente pelas novas e melhores de agora. Com esse critério, aquelas reações dolorosas que estavam programadas em nossa vida são modificadas.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

A origem das testemunhas


"Foi sobre o transfundo de hostilidade ao sexo e ao casamento por parte dos principais teólogos e, em particular,  dos papas que o celibato compulsório foi impingido aos sacerdotes católicos. Os primórdios do ataque celibatário ao corpo são encontrados já nos séculos iniciais de nossa era, embora esse desenvolvimento só fosse determinado por lei tardiamente e, mesmo assim, em dois estágios: primeiro em 1139, quando o Papa Inocêncio II declarou a ordenação clerical um impedimento destrutivo. O que significava que a ordenação e o casamento eram mutuamente exclusivos; todo o casamento por parte dos sacerdotes depois dessa data foi invalidado. A Igreja tinha então um instrumento nas mãos para impedir o casamento dos padres; mas depois obteve um outro instrumento de controle: no Concílio de Trento (1545-63) criou-se uma cerimônia formal obrigatória para contrair-se o casamento. Até então o casamento não exigia formalidades, ou seja, as pessoas podiam se casar em segredo, contraindo casamentos válidos sem sacerdotes ou testemunhas.  Ao estipular que o casamento ocorresse perante o pastor local e testemunhas, a Igreja impedia que homens que se tivessem casado em segredo se tornassem padres. Assim, depois de 1139 era impossível para os padres se casarem, e depois de Trento era impossível para os homens casados tornarem-se padres.  Depois da época em que os padres podiam se casar, veio a época dos casamentos sacerdotais clandestinos e perseguidos.  Depois de Trento o concumbinato passou a ser a única saída, uma opção triste mas não raramente escolhida. A história do celibato foi conturbada, não só para aqueles que a iniciaram e a desenvolveram como também pra os pessoalmente atingidos. Para muita dessa pessoas, sobretudo para as mulheres, significou um desastre."

Trecho do livro: Eunucos pelo Reino de Deus de Uta Ranke ~Heinemann

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Nosso Orgulho

  
Hammed

"A compulsão de querer controlar a vida alheia é fruto do nosso orgulho.

O ser amadurecido tem a habilidade perceptiva de diagnosticar os processos pelos quais a evolução age em nós; portanto, não controla, mas sim coopera com o amor e com a liberdade das leis naturais. Muitos de nós convivemos com criaturas que tentam cuidar do nosso desenvolvimento espiritual, impondo controle excessivo e disciplina perfeccionista, não respeitando, porém, os limites de nossa compreensão e percepção da vida.


São “censuradores morais”, incapazes de compreender as dificuldades alheias, pois não entendem que cada alma apenas pode amadurecer de acordo com seu potencial interno. Não julguemos, com nossos conceitos apressados, as pessoas e os acontecimentos à nossa volta; antes, aguardemos com calma e façamos uma análise mais profunda de cada situação. Assim agindo, poderemos avaliar melhor todo o contexto vivencial.


Nosso orgulho quer transformar-nos em super-homens, fazendo-nos sentir heroicamente estressados, induzindo-nos a ser cuidadores e juízes dos métodos de evolução da vida excelsa e, com arrogância, nomear os outros como desprezíveis, ociosos, improdutivos e inúteis. Poderemos “agir no processo” de formação e progresso das criaturas, nunca “forçar o processo” ou criticar seu andamento.


Comportamentos como a crítica moralista, o desejo de reformar os outros e o controle do que se deve ou não fazer, revelam os traços de caráter dos indivíduos orgulhosos e ainda distanciados da autêntica cooperação no processo de evolução, que não os deixam perceber o que ocorre na intimidade das criaturas.


Nada é inútil no universo. A divindade age sem cessar em solicitude e consideração a cada uma de suas criaturas e criações.


O progresso da humanidade é inevitável. Todos estamos progredindo e crescendo, ainda que, algumas vezes, não nos apercebamos disso."

sábado, 14 de junho de 2014

Viver é...

 
Joaquim Pessoa
poeta português

Viver é uma peripécia. Um dever, um afazer, um prazer, um susto, uma cambalhota. Entre o ânimo e o desânimo, um entusiasmo ora doce, ora dinâmico e agressivo. 

Viver não é cumprir nenhum destino, não é ser empurrado ou rasteirado pela sorte. Ou pelo azar. Ou por Deus, que também tem a sua vida. Viver é ter fome. Fome de tudo. De aventura e de amor, de sucesso e de comemoração de cada um dos dias que se podem partilhar com os outros. Viver é não estar quieto, nem conformado, nem ficar ansiosamente à espera. 

Viver é romper, rasgar, repetir com criatividade. A vida não é fácil, nem justa, e não dá para a comparar a nossa com a de ninguém. De um dia para o outro ela muda, muda-nos, faz-nos ver e sentir o que não víamos nem sentíamos antes e, possivelmente, o que não veremos nem sentiremos mais tarde. 

Viver é observar, fixar, transformar. Experimentar mudanças. E ensinar, acompanhar, aprendendo sempre. A vida é uma sala de aula onde todos somos professores, onde todos somos alunos. Viver é sempre uma ocasião especial. Uma dádiva de nós para nós mesmos. Os milagres que nos acontecem têm sempre uma impressão digital. A vida é um espaço e um tempo maravilhosos mas não se contenta com a contemplação. Ela exige reflexão. E exige soluções. 

A vida é exigente porque é generosa. É dura porque é terna. É amarga porque é doce. É ela que nos coloca as perguntas, cabendo-nos a nós encontrar as respostas. Mas nada disso é um jogo. A vida é a mais séria das coisas divertidas.
Fonte da imagem: http://irisysurincondesecretos.blogspot.com.br/

quinta-feira, 12 de junho de 2014

quarta-feira, 11 de junho de 2014

EUNUCOS PELO REINO DE DEUS - mulheres, sexualidade e a igreja católica

 
EUNUCOS PELO REINO DE DEUS - mulheres, sexualidade e a igreja católica
Autora: Uta Ranke-Heinemann
Tradução: Paulo Fróes
Editora: Rosa dos Tempos

Este livro e uma contribuição a história da sexualidade humana. Em suas quase quatrocentas páginas, a autora faz uma pesquisa monumental sobre  sexualidade feminina e a igreja católica. Ela segue uma cronologia  desde a origem pagã até os dias de hoje. Em cada período, destaca como e quando cada ideia se tornou falsa, não por falta de fundamentos, mas pelo radicalismo de alguma interpretação. Este livro abalou a Igreja e, pela sua grande originalidade e erudição da autora, tornou-se um dos mais importantes do nosso tempo em sua área. 

Sumário
Introdução O Jesus do Tribunal distrital
I      -   As raízes pagãs do pessimismo sexual cristão
II    -   O antigo tabu contra o sangue menstrual e suas consequências cristãs
III   -   O Novo Testamento, e como foi incompreendido: a concepção virginal, o celibato e o novo casamento das pessoas              divorciadas
IV   -   Os padres da igreja até Agostinho
V     -  O planejamento familiar na antiguidade: o infanticídio, o aborto, a contracepção
VI   -   Agostinho
VII  -   A evolução do celibato 
VIII -  O medo das mulheres entre os celibatários
IX   -  A supressão das mulheres pelos celibatários
X    -  Para transformar leigos em monges
XI   - Os penitenciais e as tábuas de penitência
XII  - A Escolástica primitiva, Parte - I - o casamento dos lascivos e o casamento josefita
XIII - A Escolástica primitiva, Parte - II - a oposição de Abelardo - uma história de aflições
XIV -  Coitus reservatus: a receita para o sexo sem pecado
XV  -  O século XIII: a idade áurea da teologia - e o apogeu da difamação misógena
XVI -  Tomás de Aquino: Lumen Ecclesiae ("A Luz da Igreja")
XVII-  A exaltada campanha contra a anticoncepção ("o sexo antinatural") e suas consequências legais na Igreja - da     
            Idade Média a Atualidade
XVIII-O incesto
XIX  - Os conjuros para impotência, os amores satânicos, as feiticeiras e as crianças de mau gênio trocadas ao nascer
XX   - O Concílio de Trento e o Papa Sisto o momentoso
XXI  - Lutero e a sua influência sobre a moralidade sexual católica
XXII - Os jansenistas e a moralidade jesuítica
XXIII- A contrcepção de 1500 a 1750
XXIV - João Paulo II e o sexo pelo prazer
XXV  - Os séculos XIX e XX: a era do controle da natalidade
XXVI - O aborto
XXVII- O onanismo
XXVIII-A homossexualidade
XXX - Notas sobre mariologia

 Uta Ranke-Heinemann


Uta Ranke-Heinemann, considerada a maior teologa do mundo, perdeu sua cátedra na Universidade de Heidelberg quando publicou este livro. Nascida em Essen em 2 de outubro de 1927) é uma teóloga alemã Cristã, professora e escritora. É, além disso, a filha do ex-presidente da Alemanha 1969-1974, Gustav Heinemann, que também ocupou cargos importantes na Igreja Protestante alemã. Depois de quase sete anos de estudo da teologia protestante, em Bonn, Basel, Oxford e Montpellier se converteu ao catolicismo em setembro de 1953 e foi o coompanheira de estudos teológicos de Joseph Ratzinger, que depois se tornou Papa. Fez seu doutorado em 1954, em Munique, e deve, ser notado que antes desse ano nenhuma mulher tinha obtido um doutorado em teologia católica. Em 1970, ele também se tornou a primeira mulher no mundo a obter uma cadeira de teologia católica: a cátedra de Novo Testamento e da Igreja Primitiva  da Universidade de Essen; mas, em 1987,  foi proibida de continuar a ensinar pela Igreja Católica e foi excomungada por heresia (cânon 1364 § 1 CIC e CIC cânone 751), pois questionou a virgindade de Maria, na concepção e nascimento de Jesus. No entanto, ela ainda se considera uma cristã e uma fiel seguidora da doutrina de amor ao próximo e seu pacifismo de Cristo.

terça-feira, 10 de junho de 2014

No reino da ação

Não Condene.

Ajude ao outro.

Cultive serenidade.

Use os próprios recursos para fazer o bem.

Proceda com bondade, sem exibição de virtude.

Seja qual for o problema, faça o melhor que você puder.

Não admita a supremacia do mal.

Fuja de todo pensamento, palavra, atitude ou gesto que possam agravar as complicações de alguém.

Ouça com atenção e fale amparando.

Recorde que você amanhã, talvez esteja precisando também de auxílio e, em toda situação indesejável, mesmo que o próximo demonstre necessidade de reprimenda, observe, conforme a lição de Jesus, se vocês está em condições de atirar a pedra.


André Luiz

domingo, 8 de junho de 2014

Sem pensar


Cecília Meireles
Não digas onde acaba o dia.
Onde começa a noite.
Não fales palavras vãs.
As palavras do mundo.
Não digas onde começa a Terra,
Onde termina o céu
Não digas até onde és tu.
Não digas desde onde és Deus.
Não fales palavras vãs.
Desfaze-te da vaidade triste de falar.
Pensa,completamente silencioso,
Até a glória de ficar silencioso,
Sem pensar.

sábado, 7 de junho de 2014

A palavra depois de proferida


Existem quatro coisas na vida que não se recuperam:

"A pedra depois de atirada;
A palavra depois de proferida;
A ocasião depois de perdida;
O tempo depois de passado.”

(Provérbio Chinês)
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Nós que estamos envolvidos nesses processos de mudança, com o objetivo de nos melhorarmos, precisamos ter o mínimo de bom senso para usarmos as palavras com mais cuidado. Principalmente quando estamos falando de pessoas. Sem esse primeiro passo não vejo como obtermos bons resultados em nossos processos. O estrago que podemos causar na vida de uma pessoa, com as nossas palavras de calúnia e difamação,  não pode ser reparado de forma alguma. Mesmo que peçamos perdão, mesmo que sejamos perdoado as palavras depois que saem da nossa boca ganham vida própria e andam bem mais rápido que o difamador. Andam tão rápido que se antecipam até a chegada do difamado, que onde chega já é olhado "pelos olhos do difamador" sem direito de defesa e pelo resto da existência  e depois dela será lembrado apenas pela sua fama ou a sua "difama". E se hoje o difamado tá pagando seus erros amanhã como irá reparar o estrago que fez o difamador? 

Olha pro céu meu amor


Hoje, eu vinha chegando no meu condomínio e estava tocando essa música. Era a música de São João que mais a minha mãe gostava. Impossível ouvi-la sem chorar. O pior é que nessa época junina é a primeira música que toca. Impossível administrar tanta saudade!

Não digas nada!

Não Digas Nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender —
Tudo metade
De sentir e de ver...
Não digas nada
Deixa esquecer

Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz
Não digas nada.

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

quinta-feira, 5 de junho de 2014

O Tamanho das Pessoas

Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento.

Uma pessoa é enorme para você, quando fala do que leu e viveu,
quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado.

É pequena para você quando só pensa em si mesma,
quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade, o carinho, o respeito, o zelo e, até mesmo, o amor.

Uma pessoa é gigante para você quando se interessa pela sua vida,
quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto com você. E pequena quando desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende,
quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma.

Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por
comportamentos clichês.

Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas.

Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande.

Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas que se agigantam nas críticas e se encolhem quando estão diante dos olhos que sabem "seus segredos íntimos e suas atitudes covardes fruto de sua própria insegurança".
Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações.

Uma pessoa é única ao estender a mão; e ao recolhê-la, inesperadamente,
se torna mais uma.

O egoísmo unifica os insignificantes.


Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande...é a sua sensibilidade, sem tamanho...
Atribuida, na internet, a Willian Shakespeare

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Autoconhecimento


Impermanência




Um famoso mestre Zen aproximou-se do portal principal do palácio do Imperador. Nenhum dos guardas tentou pará-lo, constrangidos, enquanto ele entrou e dirigiu-se aonde o Imperador estava, solenemente sentado em seu trono.

"O que vós desejais?" perguntou o governante, imediatamente reconhecendo o visitante.

"Eu gostaria de um lugar para dormir aqui nesta hospedaria," replicou o mestre.

"Mas aqui não é uma hospedaria, bom homem",disse o Imperador, divertido, "Este é o meu palácio."

"Posso lhe perguntar a quem pertenceu este palácio antes de vós?" perguntou o mestre.

"Meu pai. Ele está morto."

"E a quem pertenceu antes dele?"

"Meu avô," disse, já bastante intrigado, "Mas ele também está morto."

"Sendo este um lugar onde pessoas vivem por um curto espaço de tempo e então partem - vós me dizeis que tal lugar não é uma hospedaria?"

domingo, 1 de junho de 2014

Minha vida


Mário Quintana
Minha vida não foi um romance...
Nunca tive até hoje um segredo.
Se me amar, não digas, que morro
De surpresa... de encanto... de medo...

Minha vida não foi um romance
Minha vida passou por passar
Se não amas, não finjas, que vivo
Esperando um amor para amar.

Minha vida não foi um romance...
Pobre vida... passou sem enredo...
Glória a ti que me enches de vida
De surpresa, de encanto, de medo!

Minha vida não foi um romance...
Ai de mim... Já se ia acabar!
Pobre vida que toda depende
De um sorriso.. de um gesto.. um olhar...

Diálogo Bobo


- Abandonou-te?
- Pior ainda: esqueceu-me...
                                                                                                                                        Mario Quintana