domingo, 30 de novembro de 2014

Em Algum Lugar do Passado


Livro: Em Algum Lugar do assado
Autora: Verônica Wolff
Editora: Nova Cultural

Trechos da nota da autora sobre o enredo
Eu vi certa vez um retrato do atraente James Graham, marquês de Montrose, e no mesmo instante senti necessidade de descobrir mais a respeito daquele homem. Li, então, a biografia dele escrita por C.V. Wedgwood, e fiquei tão envolvida com a história desse nobre carismático, poeta culto e guerreiro habilidoso, que se transformou em um dos maiores líderes militares da História da Escócia, que eu literalmente solucei quando cheguei na parte que descreve a morte dele no cadafalso, em 21 de maio de 1650. Naquele momento eu soube que precisava reescrever o destino dele e enviar uma mulher de volta no tempo para salvá-lo.
.....
Algumas citações, entretanto, parafraseiam relatos históricos verdadeiros: as palavras nervosas de um amigo em Mercat Cross, partes do discurso de James durante a atalha e, obviamente, seus poemas são coisas que não posso reivindicar como criação minha.

Curiosamente são as coisas que verdadeiramente aconteceram que são difíceis de acreditar. James de fato comandou vitórias impressionantes, realmente conduziu seus homens através de trilhas nevadas nas Terras Altas e, lamentavelmente, foi traído, capturado, levado em desfile através da Escócia e enforcado.

Mas esse não é o livro que deu origem ao filme em Em algum lugar do Passado. O livro que deu origem ao filme foi escrito por Richard Matheson e lançado em 1975, este livro foi relançado em 1980, após a estreia do filme com o título “Somewhere in Time” e em português “Em Algum Lugar do Passado”, tendo nos papéis principais Christopher Reeve e Jane Seymour.


Em algum lugar do Passado, Matheson conta a história de um amor que ultrapassa os limites do tempo. Richard Collier — um jovem jornalista e escritor teatral — na noite de estréia da sua primeira peça, recebe de uma senhora idosa um antigo relógio de bolso e, esta, em tom de súplica, lhe diz: "volte para mim". Retira-se sem dizer mais nada, deixando Richard intrigado, enquanto voltava para seu quarto no hotel e aí começa a história. É uma história de amor que ultrapassa o tempo e as barreiras impostas pela sociedade e se realiza de forma plena, embora temporária. É uma história que não deve ser entendida, mas apenas sentida.

O Filme



http://armagedontv.blogspot.com.br/2013/08/em-algum-lugar-do-passado-dublado.html

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Metade




Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.Oswaldo Montenegro

sábado, 22 de novembro de 2014

Uma ilha que não submerge nas ondas


"Não é sobre as faltas alheias que devemos fixar a atenção, mas sobre o que nós mesmos deixamos de fazer. Fácil é ver a falta do próximo; difícil, a nossa própria. A dos outros, damos o maior relevo possível; a nossa, ao contrário, dissimulamos, como o trapaceiro esconde seus dados falsos. Que te pode interessar que outrem seja ou não culpado? Vem, amigo, e olha o teu próprio caminho! Que, pouco a pouco, sem se cansar, o sábio sopre sobre as impurezas de tua alma, como o ourives sopra sobre as partículas de prata. Pela atividade viril, pelo esforço vigilante, pela paz da alma e pelo domínio sobre si mesmo, o sábio pode fazer uma ilha que não submerge nas ondas. Calmo é o seu espírito, calma a sua palavra, calma a sua maneira de agir. ”

Texto Budista

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Não tenhais medo

Bezerra de Menezes

Filhos, não tenhais medo da vida, nas provas e surpresas do caminho; não tenhais receio do amanhã, que somente a Deus pertence.

Vivei com alegria e destemor, submissos à Vontade Divina em qualquer circunstância.

Combatei os vossos erros, todavia compreendei a necessidade de aprender a lição nos reveses a que ninguém se furta.

Colhei, resignadamente, na gleba que plantastes, sem reclamar dos espinhos que vos dilaceram as mãos que não souberam separar as urzes do bom grão.

Que a revolta silenciosa não vos amargure a existência, determinando as vossas mais veladas atitudes.

Não vos canseis de ser generosos, tolerantes e compassivos.

Amai sem esperar serdes amados.

Cumpri com as vossas obrigações pelo pão de cada dia, recordando-vos de que o Senhor alimenta os pássaros e veste os lírios do campo...

Não leveis a vida de forma leviana e inconseqüente, sem atinar que as sombras que rondam os passos alheios também espreitam os vossos.

A dor que nos tira a tranqüilidade é a mesma que nos possibilita tomar consciência de nossas fragilidades.

Se, de quando em quando, o sofrimento não visitasse o homem, é possível que ele jamais se interessasse pela transcendência da Vida.

Não vos permitais, pois, concessões de qualquer natureza, na satisfação dos próprios desejos.

Se a ascensão do espírito é infinita, a queda a que voluntariamente se arroja não conhece limites... Sempre haverá como descer a mais fundo, escuro e indevassável abismo de dor.

Filhos, vivei somente com a intenção de fazer o Bem, e em tudo vereis a manifestação da Sábia Providência.

Não tenhais medo e não vos enclausureis na inércia como quem retrocede e se oculta, com o pensamento de que a Vida não o encontrará, mais cedo ou mais tarde, para arrancá-lo ao comodismo e trazê-lo de volta à realidade.

Fonte: O Eremita Espírita
Postado por Nilza Garcia em 20 novembro 2014 no Espirit Book
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Recebi hoje. Bem na mosca!!!!!

sábado, 15 de novembro de 2014

Transmissão do Pensamento


O espiritismo nos faz compreender a ação da prece, ao explicar a forma de transmissão do pensamento, seja quando o ser a quem oramos atende ao nosso apelo, seja quando o nosso pensamento eleva-se a ele. Para se compreender o que ocorre nesse caso, é necessário imaginar os seres, encarnados e desencarnados, mergulhados no fluido universal que preenche o espaço, assim como na Terra estamos envolvidos pela atmosfera. Esse fluido é impulsionado pela vontade, pois é o veículo do pensamento, como o ar é o veículo do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, enquanto as do fluido universal se ampliam ao infinito. Quando, pois, o pensamento se dirige para algum ser, na terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece de um a outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som.

A energia da corrente está na razão direta da energia do pensamento e da vontade. É assim que a prece é ouvida pelos Espíritos, onde quer que eles se encontrem, assim que os Espíritos se comunicam entre si, que nos transmitem as suas inspirações, e que as relações se estabelecem à distância entre os próprios encarnados.

Esta explicação se dirige sobretudo aos que não compreendem a utilidade da prece puramente mística. Não tem por fim materializar a prece, mas tornar compreensíveis os seus efeitos, ao mostrar que ela pode exercer ação direta e positiva. Nem por isso está menos sujeita à vontade de Deus, juiz supremo em todas as coisas, e único que pode dar eficácia à sua ação.

O Evangelho Segundo o Espiritismo

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Você é alguma coisa em si mesmo?


"Interrogante: Se eu não tiver imagem de mim mesmo, então eu nada sou. Krishnamurti: Mas você é alguma coisa mesmo? [Riso] Por favor, não riam, isto é sério demais. Você é alguma coisa em si mesmo? Dispa-se de seu nome, título, dinheiro, posição, sua pequena capacidade de escrever um livro e ser adulado e o que você é? Então, por que não perceber e ser isso? Veja, nós temos uma imagem do que é ser nada, e não gostamos dessa imagem; mas o fato real de ser nada, quando você não tem imagem, pode ser inteiramente diferente. E é inteiramente diferente. Não é um estado que pode ser percebido em termos de ser nada ou ser alguma coisa. É inteiramente diferente quando não há imagem de você mesmo. E não ter imagem de você mesmo demanda atenção, tremenda seriedade. Só o atento, o sério, vive, não as pessoas que têm imagens delas mesmas. "

 Krishnamurti, Collected Works, Vol. XV,196,Choiceless Awareness

domingo, 9 de novembro de 2014

A Paciência


UM ESPÍRITO AMIGO
Havre, 1862

A dor é uma benção que Deus envia aos seus eleitos. Não vos aflijais, portanto, quando sofrerdes, mas, pelo contrário, bendizei a Deus todo poderoso, que vos marcou com a dor neste mundo, para a glória no céu.

Sede paciente, pois a paciência é também caridade, e deveis praticar a lei de caridade, ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste em dar esmolas aos pobres é a mais fácil de todas. Mas há uma bem mais penosa, e conseqüentemente bem mais meritória, que é a de perdoar os que Deus colocou em nosso caminho para serem os instrumentos de nossos sofrimentos e submeterem à prova a nossa paciência.

A vida é difícil, bem o sei, constituindo-se de mil bagatelas que são como alfinetadas e acabam por nos ferir. Mas é necessário olhar para os deveres que nos são impostos, e para as consolações e compensações que obtemos, pois então veremos que as bênçãos são mais numerosas que as dores. O fardo parece mais leve quando olhamos para o alto, do que quando curvamos a fronte para a terra.

Coragem, amigos: o Cristo é o vosso modelo. Sofreu mais que qualquer um de vós, e nada tinham de que se acusar, enquanto tendes a expiar o vosso passado e de fortalecer-vos para o futuro. Sede, pois, paciente, sede cristãos: esta palavra resume tudo.

sábado, 8 de novembro de 2014

A pena de pavão

          Conta uma lenda árabe que um nômade do deserto resolveu, certo dia, mudar de oásis.
          Reuniu todos os utensílios que possuía e de modo ordenado, foi colocando-os sobre o seu único camelo.
          O animal era forte e paciente. Sem se perturbar, foi suportando o peso dos tapetes de predileção do seu dono.
          Depois, foram colocados sobre ele os quadros de paisagens árabes, maravilhosamente pintados.
          Na seqüência, foram acomodados os objetos de cozinha, de vários tamanhos.
     Finalmente,  vários baús cheios de quinquilharias. Nada podia ser dispensado. Tudo era importante.
         Tudo fazia parte da vida daquele nômade, que desejava montar o novo lar, em outras paragens, de igual forma que ali o tinha.
         O animal aguentou firme, sem mostrar revolta alguma com o peso excessivo que lhe impunha o dono.
         Depois de algum tempo, o camelo estava abarrotado. Mas continuava de pé.
        O beduíno se preparava para partir, quando se recordou de um detalhe importante: uma pena de pavão.
      Ele a utilizava como caneta para escrever cartas aos amigos, preenchendo a sua solidão, no deserto.
        Com   cuidado, foi buscar a pena e encontrou um lugarzinho todo especial, para colocá-la em cima do camelo.
       Logo que fez isso, o animal arriou com o peso e morreu. O homem ficou muito zangado e exclamou:
          “Que animal mole! Não aguentou uma simples pena de pavão!”
        Por vezes, agimos como o nômade da história. Não é raro o trabalhador perder o emprego e reclamar:“Fui mandado embora, só porque cheguei atrasado 10 minutos.”
           Ele se esquece de dizer que quase todos os dias chega atrasado 10 minutos.
        Outro  diz:  “Minha  mulher  é  muito  intolerante. Brigou  comigo  só  porque cheguei um pouquinho embriagado,  depois da festinha com os amigos.”
          A  realidade é que ele costuma chegar muitas vezes embriagado, tornando-se inconveniente e até agressivo.
          Há pessoas que vivem a pedir emprestado dinheiro, livros, roupa para ir a uma festa, uma lista infindável.
           E ficam chateadas quando recebem um não da pessoa que já cansou de viver a emprestar!
           Costuma-se dizer que é a gota d’água que faz transbordar a taça. Em verdade, todo ser humano tem seu limite.
           Quando o limite é ultrapassado, fica difícil o relacionamento entre as pessoas.
         No trato familiar,  são as pequenas faltas,  quase imperceptíveis, que se vão acumulando, dia após dia.
       É então que sucumbem relacionamentos  conjugais,  acabam casamentos  que  pareciam duradouros.
            Amizades de longos anos deterioram. Empregos são perdidos, sociedades são desfeitas.
        Tudo se deve ao excesso de reclamações diárias, faltas pequenas, mas constantes, pequenos deslizes, sempre repetidos.
           Mentiras que parecem sem importância. Todavia, sempre renovadas.
           Um dia  surge  em que a pessoa não suporta  mais e toma uma  atitude que  surpreende a quem não se dera conta de como a sobrecarregara, ao longo das semanas, meses e anos.
* * *
Fique atento em todas as suas atividades diárias.
Não deixe que suas ações prejudiquem a outros, mesmo que de forma leve.
Não descarregue nos outros a sua frustração ou insatisfação.
Preze as amizades. Preserve a harmonia do ambiente familiar.
Seja você, sempre, quem tolere, compreenda e tenha sempre à mão uma boa dose de bom senso.

Redação do Momento Espírita com base no texto 
A pena de pavão, de Djalma Santos, extraída do Jornal Laços Fraternos (RJ), março/2004

O Destino do Coração


A Escriba


Título: A Escriba
Autor: Antonio Garrido
Tradução: Eliana Aguiar
Editora: Suma de Letras
Edição: 1
Ano: 2009
Idioma: Português

Alemanha, ano 799. Carlos Magno, em vésperas de ser coroado imperador do Ocidente, encarrega Gorgias, um ilustre escriba bizantino, da tradução de um documento de vital importância para o futuro da Cristandade. O trabalho deverá ser executado no mais absoluto segredo. Entretanto, Theresa, filha de Gorgias e aprendiz de escriba, é falsamente acusada de um crime e procura refúgio na cidade alemã de Fulda, perdendo o contacto com o pai. Aí, conhecerá Alcuino de York, um frade britânico que investiga uma terrível epidemia que assola a população. Quando Theresa é informada do desaparecimento misterioso de Gorgias, ela e Alcuino embarcam numa aventura inquietante para o encontrar e infiltram-se numa teia conspirativa de ambição, poder e morte, em que nada nem ninguém é o que parece e da qual depende o futuro do mundo ocidental. Combinando o rigor histórico com uma prosa de ritmo trepidante, este romance de Antonio Garrido conduz o leitor por cidades, claustros e abadias medievais, num thriller apaixonante inspirado em factos reais.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Para Sempre


Carlos Drummond de Andrade
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

sábado, 1 de novembro de 2014

Largue o copo



Uma psicóloga a falar sobre o stress numa conferência levantou um copo de água. Todos pensaram que ela iria perguntar: 

"Meio cheio ou meio vazio?". 
Mas com um sorriso no rosto ela perguntou; 
"Quanto pesa este copo de água?" 
As respostas variaram entre 100 e 350 g. 

Ela respondeu:

"O peso absoluto não importa. 
Depende somente do tempo que o segura. Senão, vejamos:

Se eu segurar um minuto, não existe problema nenhum. 
Se eu o segurar durante uma hora, ficarei com dores no braço, óbvio. 
Se eu o segurar por um dia,o meu braço ficará duro e paralisado. 
Em todos os casos representados anteriormente o peso do copo não mudou, mas quanto mais tempo eu o segurava, mais pesado ele ficava". 

E então, continuou: 

"O stress e as preocupações da vida são exatamente como este copo de água. 
Se eu pensar neles por um curto período de tempo,nada acontece. 
Se pensar neles um pouco mais de tempo, irão começar a criar mossa. 
E se pensar neles durante o dia todo vou-me sentir paralisada, incapaz de fazer qualquer coisa".

Então lembre-se de "largar o copo".

-desconheço a autoria e não consigo largar o copo-

Vivemos uma época de celebridades, apelos fáceis à riqueza, ao consumismo, às paixões avassaladoras. Transitamos aturdidos por um mundo em que o destaque vai para aquele que mais tem.

E a todo instante os comerciais de televisão, os anúncios nas revistas e jornais, os outdoors clamam:Compre mais. Ostente mais. Tenha mais e melhores coisas.

É um mundo em que luxo, beleza física, ostentação e vaidade ganharam tal espaço que dominam os julgamentos.

Mede-se a importância das pessoas pela qualidade de seus sapatos, roupas e bolsas.

Dá-se mais atenção ao que possui a casa mais requintada ou situada nos bairros mais famosos e ricos.

Carros bons somente os que têm mais acessórios e impressionam por serem belos, caros e novos. Sempre muito novos.

Adolescentes não desejam repetir roupas e desprezam produtos que não sejam de grife. Mulheres compram todas as novidades em cosméticos. Homens se regozijam com os ternos caríssimos das vitrines.

Tornamo-nos, enfim, escravos dos objetos. Objetos de desejo que dominam nosso imaginário, que impregnam nossa vida, que consomem nossos recursos monetários.

E como reagimos? Será que estamos fazendo algo – na prática – para combater esse estado de coisas?

No entanto, está nos desejos a grande fonte de nossa tragédia humana. Se superarmos a vontade de ter coisas, já caminhamos muitos passos na estrada do progresso moral.

Experimente olhar as vitrines de um shopping. Olhe bem para os sapatos, roupas, joias, chocolates, bolsas, enfeites, perfumes.

Por um momento apenas, não se deixe seduzir. Tente ver tudo isso apenas como são: objetos.

E diga para si mesmo: Não tenho isso, mas ainda assim eu sou feliz. Não dependo de nada disso para estar contente.

Lembre-se: é por desejar tais coisas, sem poder tê-las, que muitos optam pelo crime. Apossam-se de coisas que não são suas, seduzidos pelo brilho passageiro das coisas materiais.

Deixam para trás gente sofrendo, pessoas que trabalharam arduamente para economizar...

Deixam atrás de si frustração, infelicidade, revolta.

Mas, há também os que se fixam em pessoas. Veem os outros como algo a ser possuído, guardado, trancado, não compartilhado.

Esses se escravizam aos parceiros, filhos, amigos e parentes. Exigem exclusividade, geram crises e conflitos.

Manifestam, a toda hora, possessividade e insegurança. Extravasam egoísmo e não permitem ao outro se expressar ou ser amado por outras pessoas.

É, mais uma vez, o desejo norteando a vida, reduzindo as pessoas a tiranos, enfeiando as almas.

Há, por fim, os que se deixam apegar doentiamente às situações.

Um cargo, um status, uma profissão, um relacionamento, um talento que traz destaque. É o suficiente para se deixarem arrastar pelo transitório.

Esses amam o brilho, o aplauso ou o que consideram fama, poder, glória.

Para eles, é difícil despedir-se desse momento em que deixam de ser pessoas comuns e passam a ser notados, comentados, invejados.

Qual o segredo para libertar-se de tudo isso? A palavra é desapego. Mas... Como alcançá-lo neste mundo?

Pela lembrança constante de que todas as coisas são passageiras nesta vida. Ou seja: para evitar o sofrimento, a receita é a superação dos desejos.

Na prática, funciona assim: pense que as situações passam, os objetos quebram, as roupas e sapatos se gastam.

Até mesmo as pessoas passam, pois elas viajam, se separam de nós, morrem...

E devemos estar preparados para essas eventualidades. É a dinâmica da vida.

Pensando dessa forma, aos poucos, a criatura promove uma autoeducação que a ensina a buscar sempre o melhor, mas sem gerar qualquer apego egoísta.

Ou seja, amar sem exigir nada em troca.

Redação do Momento Espírita.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 6, ed. Fep.
Em 30.7.2013.