quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O Segundo Grande Elo (novamente)

Ainda sobre o livro O Segundo Grande Elo.

Tenho pensado em como é interessante essa relação entre o autor e o leitor, porque a nossa compreensão depende do que trazemos em nós, que são  nossos referenciais para o reconhecimento do que chama a nossa atenção em qualquer situação fora de nós, seja em um filme, em um livro ou mesmo na vida de forma geral. Outro dia, meu professor me contou uma história sobre Osvaldo Montenegro. Ele contou que ele, Osvaldo Montenegro,  um dia foi fazer uma prova e encontrou nela uma letra de uma música dele,  para ser interpretada,  e ele não passou na prova. Tudo é muito relativo, tudo é muito subjetivo, tudo depende de muita coisa!

Fico imaginando em um livro, como O Segundo Grande Elo, que traz tantos ensinamentos, quantas lições diferentes deve trazer suas entrelinhas para cada leitor! Lições que vão além do que o Espírito Sophie se propôs a passar. Um exemplo? A história de Dwane.
                        
Reencarna na Rússia. Disputando um trono com a irmã, assiste a morte dela – por afogamento – sem prestar nenhum socorro. Anos e anos de conflito entre os dois ele pede nova chance. Uma nova encarnação para cuidar da irmã. Nasce rico, na França, vende a irmã para ser amante de um velho burguês e depois ainda nega socorro para ela, deixando-a morrer abandonada. No mundo maior, tomado de remorsos, pede nova chance. Pede para voltar como mãe. Nasce em Portugal, abandona a filha em um convento, onde ela morre em circunstâncias parecidas, e parte para o Brasil em busca de ouro.Só bem depois, na Segunda Guerra Mundial, numa situação complicadíssima consegue quitar seu débito.
É claro que a história não é só isso. Só com a leitura é possível compreender com clareza a sequência dos fatos.

Mas a lição que Sophie traz após essa história se refere a perdão, mágoa e ressentimentos e o papel deles em nossa saúde e em nossa evolução. Lições profundas da forma objetiva como é uma característica desse Espírito tão amadurecido. Sei que a grande maioria vai se prender a esses ensinamentos, pelo que eles podem trazer de melhora para nossa vida física e espiritual. Mas, embora as lições sobre o perdão tenha mexido comigo, o que chamou mesmo minha atenção foram os compromissos assumidos, as escolhas erradas apesar do auxílio do plano espiritual, porque lembrei  da minha história. Foi um compromisso que tomou 35 anos dessa minha encarnação, nesse período tive que fazer escolhas difíceis, renúncias imensas aos 28 anos – no melhor tempo – mas, apesar de ser a pessoa tão atrapalhada que sou, acho que consegui fazer as escolhas certas (com certeza tive muita ajuda do alto) e lendo esse livro  agradeci muito a Deus. Como é bom conseguir ir até o final! Apesar das marcas tão profundas que ficaram... a consciência está sorrindo.

O que acabei de colocar aqui sobre o livro O Segundo Grande Elo encontramos só em uma ou duas páginas. São 721 páginas. Marquei muitas para voltar a ler e refletir com calma. Esse livro traz uma grande oportunidade de mudança para nossa vida.
Áurea Ribeiro


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Retrato



Cecília Meireles

"Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?"

Quando eu estiver triste...


Nando Reis

"Quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace.
Quando eu estiver louco
Subitamente se afaste.
Quando eu estiver fogo
Simplesmente se encaixe.
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce.
Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate
de dentro de ti..."

domingo, 27 de outubro de 2013

Felicidade realista


Mário Quintana

A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. 
Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. 
E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. 
Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. 
Olhe para o relógio: hora de acordar.
É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente.
A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. 
Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.

sábado, 26 de outubro de 2013

Praticando a atenção plena (mindfulness)

Miguel Lucas
Faça um esforço! Sempre que você pensar sobre isso no seu dia-a-dia, lembre-se que pode ser mais conscientes. Veja por si mesmo como seria se prestasse atenção mais cuidadosa e permita-se a experimentar diretamente o que está acontecendo no momento presente, incluindo especialmente o que está acontecendo no seu próprio corpo e mente. Ao iniciar uma nova atividade (antes do início de uma reunião faça dois minutos de silêncio e foque a sua atenção na respiração, ou faça algumas respirações conscientes antes de entrar no quarto de um paciente, ou foque-se  na sua respiração antes de iniciar a sua rotina de exercícios, são algumas possibilidades e exemplos).
No meio de uma situação ou tarefa em curso (foque a atenção na respiração, ou para as sensações resultantes enquanto lava pratos, come uma refeição, passeia o cão, executa o seu trabalho, etc). Ou quando você está fazendo uma pausa entre as suas tarefas diárias, ou tem um furo no seu calendário, subtilmente foque a sua atenção para a respiração, ou  para os sons ,ou para as sensações, ou até mesmo para os pensamentos. Faça isso mesmo quando está parado num sinal vermelho, numa fila  do supermercado, ou à espera de alguém.
Nestas situações, use a sensação da respiração como a “âncora” para ativar a consciência no momento presente. Promova a atenção plena focando estritamente nas sensações que emergem da sua respiração. Permita-se sentir a respiração, sinta o ar que entra e sai, e perceba o momento de pausa entre os dois movimentos. Não tente controlar a respiração. Basta deixá-la processar-se à vontade, solta e a fluir. Foque o máximo da sua tenção de forma contínua na sensação de respirar.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Não viva a vida do outro

    
Steve Jobs
"Seu tempo é limitado, então não percam tempo vivendo a vida de outro. Não sejam aprisionados pelo dogma – que é viver com os resultados do pensamento de outras pessoas. Não deixem o barulho da opinião dos outros abafar sua voz interior. E mais importante, tenham a coragem de seguir seu coração e sua intuição. Eles de alguma forma já sabem o que vocês realmente querem se tornar. Tudo o mais é secundário."

domingo, 20 de outubro de 2013

A Noite Escura da Alma


O poema de São João da Cruz narra a jornada da alma desde a sua morada carnal até a união com Deus. A jornada é referida como “Noite Escura”, pois a escuridão representa as dificuldades da alma em desapegar-se do mundo e atingir a luz da união com o Criador. Há vários níveis nesta escuridão atados em sucessivos estágios. A ideia principal do poema pode ser vista como sendo a dolorosa experiência que as pessoas têm de suportar ao buscar crescimento espiritual e a união com Deus.

A obra é dividida em dois livros que referem-se a dois estágios da escuridão da noite. O primeiro é a purificação dos sentidos. O Segundo e o mais intenso de ambos é o da purificação do espírito, que é também o mais difícil de ser atingido. A “Noite Escura da Alma” ainda descreve os dez níveis na progressão em direção ao amor místico, tal como fora descrito por São Tomás de Aquino e, em parte, por Aristóteles. O poema foi escrito no período em que João da Cruz esteve preso devido a seus irmãos carmelitas não aceitarem suas reformas na Ordem do Carmo. O tratado foi escrito posteriormente e consiste em um comentário teológico sobre o poema, explicando cada um dos níveis mencionados em seus versos.

sábado, 19 de outubro de 2013

Um canção que toca fundo nossa alma! (Cancioneiro Espírita).


Por que as noites são escuras?

Meu professor de astronomia explicou o motivo da noite ser escura e o dia ser claro. Ele falou que existem muitas estrelas tão distantes da Terra que a luminosidade delas ainda  não chegou até nosso planeta e por essa razão as noites são escuras, mas  a cada dia chega mais luz dessas estrelas distantes, devido a movimentação do Universo,  e a cada dia que passa ou cada noite que passa a escuridão noturna vai diminuindo e que vai chegar o dia – um dia ainda bem distante – que as noites não vão ser mais escuras. Não é lindo isso? Eu me apaixonei por essa explicação! É claro que a explicação não é tão simples assim. Esse é apenas o meu  jeito de dizer ou  interpretar as explicações que ele deu. Quem quiser ver uma explicação mais completa por de acessar:   http://www.seara.ufc.br/folclore/folclore23.htm.

O fato é que isso tem tudo a ver com a visão espírita sobre esse momento de transição que estamos passando,  para chegar a um mundo de regeneração. Até a escuridão da noite também está em processo de modificação bem no ritmo de Deus.

Se  lembrarmos  também que somos um “universo em miniatura”, podemos entender essa  noite escura em nós. Quanto mais diminuímos a distância entre nós e Deus mais luz recebemos e mais diminuímos nossa escuridão.
Legal  como as coisas de Deus acontecem!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Vírus destruidor

 
Espírito: Joanna de Angelis
Médium: Divaldo Franco
          
   A intriga é semelhante a um vírus destruidor que se multiplica rapidamente, aniquilando a organização de que se nutre.
Imiscui-se sutilmente e prolifera com volúpia, irradiando a sua morbidez devastadora.
Com facilidade transfere-se de uma para outra vítima, conseguindo gerar o ambiente pestífero que lhe é próprio.
O intrigante, por sua vez, é enfermo da alma, portando graves distúrbios emocionais e morais.
É invejoso, e transfere-se da conduta deplorável que lhe é característica para a das acusações perniciosas; é portador de complexo de inferioridade, mantendo sentimentos competitivos com os demais, e porque não possui os requisitos hábeis para vencer, oculta-se na intriga, mediante, a qual, denigre aquele de quem se faz opositor; é perverso, porque respira mágoas a respeito do seu próximo, que procura anular através das covardes assacadilhas...
Urde planos nefastos e mascara-se com sorrisos pérfidos com que engana as suas vítimas, enquanto as combate com ferocidade.
Sempre armados, a sua imaginação corrompe tudo quanto ouve e vê, adaptando à vérmina que traz no pensamento.
Ninguém se livra da intriga insidiosa e cruel.
São célebres na história da humanidade as intrigas palacianas...
Nas cortes, onde a frivolidade e o ócio predominavam, as intrigas no passado, assim como no presente, têm sido o alimento mantenedor dos parasitas morais que as constituem.
Quase todas criaturas têm sido abaladas pela insídia da sua maldade, derrubando potentados e afastando pessoas nobres da execução dos seus elevados ideais.
Tronos são derruídos pela insídia da intriga; reis e potestades tombam nas malhas que os asfixiam.
A intriga é irmã gêmea da traição que se homizia no âmago dos Espíritos infelizes.
Todo grupamento social, político, acadêmico, popular, religioso, cultural ou de trabalho e de lazer, é vítima dos profissionais da intriga, neles integrados com os nefandos objetivos de os desagregar.
...E a intriga campeia a soldo da insegurança, da imaturidade psicológica das criaturas humanas.
O intrigante é instrumento dócil das Trevas que pretendem manter a sociedade na ignorância, no atraso moral, a fim de nutrir-se das emanações humanas que vampirizam.
Movimenta-se com facilidade porque é pusilânime, tornando-se hoje amigo daquele que no passado feriu, e assim, sucessivamente, em relação às pessoas que, no futuro, serão suas vítimas.
Alegra-se ao ver os distúrbios que provoca sem deixar-se trair, sorrindo de prazer ante as injunções penosas que a sua conduta reprochável dá lugar.
Encontra-se em toda parte, por constituir larga fatia da sociedade inditosa que se compraz na maledicência, nas observações distorcidas...
São necessários antídotos vigorosos para sanar essa epidemia ou muita água em forma de paciência e compaixão para apagar os incêndios morais que provoca.
A intriga é semelhante a cupim que destrói a fonte de onde retira o alimento, sem deixar vestígios externos, até o momento em que se desorganizam as estruturas nas quais se refugia.
*
Fecha os ouvidos à persuasiva palavra simulada do intrigante, que te escolhe para a catarse da própria desdita.
Não passes adiante a informação infeliz que ele te transmite com o objetivo de envenenar-te o que, invariavelmente, consegue.
Abafa a intriga que te chega ao conhecimento no poderoso algodão do silêncio e da dignidade.
Desarma-te, em relação ao teu irmão, adquire autoconfiança e autoconsciência, que te instrumentalizam para não aceitares a morbidez da intriga destruidora.
Mesmo no colégio galileu, a intriga e o ciúme campeavam, culminando na traição de Judas e em a negação de Pedro em referência a Jesus, que sempre os amou.
Sê fiel ao teu ideal, mantendo lealdade com relação àqueles que constituem a tua família biológica, quanto à espiritual.
Não agasalhes informações nefastas, deixando-te contaminar pelo morbo sempre ativo da intriga.
Respeita a concha dos teus ouvidos, preservando-a da intriga e dignifica a tua voz não a propagando, dessa maneira deixando-a diluir-se no oceano da tua conduta moral.
Aqueles que se permitem criar embaraços ao seu próximo, acusando-os indevidamente, tecendo as redes das informações malsãs, vigiando-os de forma implacável, empurrando-os na direção do abismo do desânimo e do sofrimento, tornam-se responsáveis pelo mal que lhes venha acontecer.
São as mãos invisíveis que os asfixiam e as forças infelizes que os comprimem, derrubando-os pelo caminho da evolução.
Se alguém, por acaso, não corresponde à tua confiança, nem retribui o teu comportamento sadio, não te aflijas, porque o infeliz é ele que, ingrato, não é capaz de compreender a beleza nem o significado da amizade legítima.
Em qualquer circunstância, sê aquele que vive com elevação e honradez, a fim de que longos e saudáveis sejam os teus dias na viagem abençoada pela Terra.
Divulga o bem e canta a glória da afeição pura, entronizando na mente e na emoção, os valores da alegria defluente dos deveres retamente cumpridos.
Embora aceito pelos frívolos, o intrigante é detestado e temido por todos, que lhe conhecem o caráter e percebem que, de um para outro momento, poderão ser-lhes vítimas também.
O que fazem com os outros, certamente farão contigo, sem compaixão.
*
Jesus recomendou a vigilância e a oração como terapia preventiva e curadora, para uma existência digna e feliz.
Vigia as nascentes do coração para que nelas brote a água lustral do amor que se expande, enquanto orarás, arando com os tratores da caridade, os solos humanos que a vida te oferece.
Intriga, jamais.
*
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 10 de setembro de 2012, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia

domingo, 13 de outubro de 2013

Essa Clarice...

Clarice Lispector

"Saudade é um pouco como fome. 
Só passa quando se come a presença. 
Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. 
Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."

O Segundo Grande Elo (começando a leitura)

Elizabeth Pereira (médium)
Sophie (Espírito)

Ainda estou nas primeiras 200 páginas, mas não resisti em comentar um pouco sobre o que já li. Os livros ditados por esse Espírito Sophie trazem tantas informações e trazem tantos  ensinamentos que precisamos fazer uma leitura muito lenta ou, fazer como fiz com o outro livro Horizonte Vermelho, ler uma vez e depois ler uma outra vez muito calmamente para assimilar melhor as lições.

Há uns 25 anos eu assisti uma reportagem sobre a Segunda Guerra Mundial. Nela o repórter entrevistava uma  mulher russa. Ela tinha mais ou menos  70 anos  e  contava como tinha sido a vida dela em Lenigrado durante a Segunda  Guerra. Contava ela que tinha assistido a mãe morrer de fome,  em seus próprios braços,  apontando para um corpo caído na rua (a fome era tão grande que ela não teria escrúpulos  de comer a carne do outro caído na rua). Eu só acreditei porque  eles deram um close bem nos olhos dela e a profunda tristeza  estampada neles falava mais do que qualquer palavra. Muitas vezes, diante das dificuldades que enfrentei com minha mãe nesses hospitais do SUS, eu lembrava dela e pensava: mas isso nem chega perto do que viveu a mulher russa. Este pensamento me dava muita força para continuar. Em O Segundo Grande Elo, que trata sobre o trabalho da espiritualidade na Segunda Guerra, encontrei os detalhes sobre a vida em Lenigrado,  naqueles tempos de guerra,  confirmando com uma riqueza imensa de detalhes a história da mulher russa.

Mas o livro não é só isso. Entre uma história e outra sobre a guerra surge um personagem belíssimo falando sobre as virtudes de uma forma inigualável. Por exemplo: a primeira virtude que ele traz é a honestidade. E ele começa explicando: “a honestidade não é uma virtude e sim um conjunto delas, que vamos adquirindo paulatinamente ao longo de nossa caminhada de maneira individual e progressiva. A honestidade segue essa ordem: verdade, seriedade, sinceridade, doçura, confiabilidade, retidão, dignidade, misericórdia, pureza, autoridade. Na ausência de uma só dessas virtudes não há honestidade.”   Despois disso ele segue explicando cada uma delas e fazendo uma conexão incrível entre elas de forma tal que,  no final, nós chegamos a triste conclusão que é melhor acabar com essa história de que “sou honesto” e tratar de ir à luta para se melhorar.
Não sei o que vai restar das minhas virtudes quando chegar na página 721 desse livro

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Quase

 
Sarah Westphal
Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

domingo, 6 de outubro de 2013

Promessas

Mário Quintana
Somos donos de nossos atos,
mas não donos de nossos sentimentos;
Somos culpados pelo que fazemos,
mas não somos culpados pelo que sentimos;
Podemos prometer atos,
mas não podemos prometer sentimentos...

Atos sao pássaros engailoados,
sentimentos são passaros em voo.

sábado, 5 de outubro de 2013

A Lista de Schindler - a história verdadeira

 
Terminei a leitura do livro A Lista de Schindler  - a verdadeira história e, embora o filme seja espetacular,  o livro é muito mais encantador. A riqueza de detalhes sobre a segunda guerra mundial e algo interessante de se conhecer e a mensagem  principal do livro é, sem dúvida, bem mais profunda do que aquela que conseguimos captar assistindo ao filme. O autor, no próprio livro, esclarece vários pontos do livro que diferem  do filme:
 
“Quando perguntei a Spielberg por que só dois cruéis integrantes da SS em seu filme – Amon Gὅth e Albert Hujer – ele disse que era necessário focar um pequeno número de atores principais, senão o espectador ficaria sobrecarregado e iria para casa sem uma imagem clara. Ele também reduziu consideravelmente a encenação das crueldades dos integrantes da SS perante os judeus, principalmente com as crianças – mais uma concessão para o público. Além disso,  por motivos de dramaturgia, o surgimento da lista foi apresentado de modo muito simplificado. Na realidade,  teria sido impossível que Oskar Schindler ditasse a lista de memória a Isak Stern, à máquina de escrever. Ninguém sabia de cor os nomes de mil pessoas e seus números de detento, datas de nascimento e profissão. Algum especialista em marketing deve ter sugerido a Spielberg a “cena do porão” com Amon Gὅth e Helene Hirsch. Durante os trabalhos de filmagem, tentei convencê-lo da improbabilidade histórica dessa cena. Gὅth tinha internalizado completamente as leis nazistas sobre raças. O tabu da “desonra da raça” – a miscigenação – resguardou amplamente nossas mulheres de excessos sexuais por parte da SS e outras equipes de vigilância.
Spielberg também me explicou que ele criara intencionalmente um único personagem a partir de duas pessoas: Izak Stern e eu. Os bastidores complexos – a antiga relação e posterior amizade de Stern com Oskar Schindler,  assim como a minha história como estenógrafo pessoal de Gὅth e autor das listas aperfeiçoadas de produção – não eram apropriados para o filme por serem multifacetados.”
A forma como a lista de Schindler foi elaborada consta nas  páginas 190 e 191 do livro.

Esse é Oskar Schindler  (o verdadeiro):
Segue o endereço  para assistir o filme novamente. Vale a pena assistir:  http://www.filmesonlinegratis.net/assistir-a-lista-de-schindler-dublado-online.html
 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Tempo certo

 
Embora não goste muito dos livros de Paulo Coelho, encontrei esse texto dele, na internet, e achei muito interessante, porque veio de encontro a algumas experiências que tenho vivido. Com o passar do tempo vamos desenvolvendo essa capacidade de decifrar "sinais" em nossa volta e vamos ampliando nossa visão de mundo. É muito legal encontrar respostas nesses "sinais", porque elas chegam sem a influência de opiniões de terceiros. É só falar menos e observar mais. Segue o texto:
 
De uma coisa podemos ter certeza:
de nada adianta querer apressar as coisas;
tudo vem ao seu tempo,
dentro do prazo que lhe foi previsto.
Mas a natureza humana não é muito paciente.
Temos pressa em tudo e aí acontecem os atropelos do destino,
aquela situação que você mesmo provoca,
por pura ansiedade de não aguardar o tempo certo.
Mas alguém poderia dizer:
Qual é esse tempo certo?

Bom, basta observar os sinais.
Quando alguma coisa está para acontecer  ou chegar até sua vida,
pequenas manifestações do cotidiano enviarão sinais indicando o caminho certo.
Pode ser a palavra de um amigo,
um texto lido, uma observação qualquer.
Mas, com certeza, o sincronismo se encarregará  de colocar você no lugar certo,
na hora certa, no momento certo,  diante da situação ou da pessoa certa.

Basta você acreditar que nada acontece por acaso.
Talvez seja por isso que você esteja  agora lendo estas linhas.
Tente observar melhor o que está a sua volta.
Com certeza alguns desses sinais  já estão por perto e você nem os notou ainda.
Lembre-se, que o universo sempre conspira a seu favor quando você possui um
objetivo claro e uma disponibilidade de crescimento.
 
Imagem retirada do blog: http://fabikeller.blogspot.com.br/