segunda-feira, 31 de março de 2014

Seguindo...

“Porque a vida segue. Mas o que foi bonito fica com toda a força. Mesmo que a gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o tempo apaga. E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade. Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vive tentando deixar pra trás.”

Caio Fernando Abreu

domingo, 30 de março de 2014

Não é romance...


Luis Fernando Veríssimo
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.”

sábado, 29 de março de 2014

Ser Páscoa


"É ser capaz de mudar,
É partilhar a vida na esperança,
É lutar para vencer toda sorte de sofrimento,
É dizer sim ao amor e à vida,
É investir na fraternidade,
È lutar por um mundo melhor,
É ajudar mais gente a ser gente,
É viver em constante libertação,
É crer na vida que vence a morte."

Desconheço o autor

A Morte de Dimas - O Processo de Desencarnação - Caso de André Luiz - Curta Metragem Espírita


quinta-feira, 27 de março de 2014

A maturidade



Pe. Fábio de Melo

A maturidade nos faz perceber que não podemos mudar os fatos.

A maturidade faz parte de um processo. Em um processo não podemos queimar etapas. Ele é lento, chato e demorado. Uma criança passa por um momento de amadurecimento a partir do momento que começa a brincar. A maturidade acontece, quando tomamos posse do que nós somos, para aí então poder nos dividir com os outros. Isso faz parte do processo de maturidade. 

Não nascemos amando, pelo contrário, queremos ter a posse dos outros. Essa é a forma de amar da criança, pois ela não consegue pensar de maneira diferente. Ela não consegue entender que o outro não é ela. Quantas pessoas já adultas pensam assim, trata-se da incapacidade de amar, falta de maturidade. Todos os encontros de Jesus levam a implantação do Reino de Deus. Mas só pode implantar esse reino quem é adulto, que já entende que só se começa a amar a partir do momento, que eu não quero mudar quem eu amo. 

Geralmente quando tememos alguém ruim ao nosso lado, é porque nos reconhecemos naquela pessoa. Jesus não tinha o que temer porque era puramente bom, por isso contagiava os que estavam ao seu lado. Na maturidade de Jesus você encontra a capacidade imensa de amar o outro como ele é. Amar significa: amar o outro como ele é. Por isso quando falamos em amar os outros, podemos perceber o quanto deixamos de ser crianças. Devemos nos questionar a todo o momento quanto a nossa maturidade. A santidade começa na autenticidade. Por isso Jesus nos pede para ser como as crianças, que são verdadeiras e simples. É nisso que devemos manter da nossa infância e não a forma de possuir as coisas para si. 

Você tem condições para perceber a sua maturidade. É só observar se você é obediente mesmo quando não há pessoas ao seu redor. Você não precisa que ninguém te observe, pois você já viu aquilo como um valor. Pessoas imaturas sofrem dobrado. Pessoas imaturas querem modificar os fatos, pessoas maduras deixam que os fatos os modifiquem. A maturidade nos faz perceber que não podemos mudar os fatos. Um imaturo ganha um limão e o chupa fazendo careta. O maduro faz uma limonada com o limão que ganhou. Muitas vezes os nossos relacionamentos de amizade são uns fracassos porque somos imaturos. Amigos não são o que imaginamos, mas o que eles são e com todos os defeitos. 

Amizade é processo de maturidade que nos leva ao verdadeiro encontro com as pessoas que estão ao nosso lado. Elas têm todos os defeitos, mas fazem parte da nossa vida e não a trocamos por nada deste mundo. Isso porque temos alma de cristão e aquele que tem alma de cristão não tem medo dos defeitos dos outros, porque sabe que aqueles defeitos não serão espelhos para nós, mas seremos um instrumento de Deus para ele superar esse defeito.Padre só pode ser padre a partir do momento que é apaixonado pelos calvários da humanidade. Se você não consegue lidar com os limites dos outros, é porque você não consegue lidar com os seus limites

A rejeição é um processo de ver-se. Toda vez que eu quero buscar no outro o que me falta, eu o torno um objeto. Eu posso até admirar no outro o que eu não tenho em mim, mas eu não tenho o direito de fazer do outro uma representação daquilo que me falta. Isso não é amor, isso é coisa de criança. O anonimato é um perigo para nós. É sempre bom que estejamos com pessoas que saibam quem somos nós e que decisões nós tomamos na vida. É sempre bom estarmos em um lugar que nos proteja. Amar alguém é viver o exercício constante, de não querer fazer do outro o que a gente gostaria que ele fosse. A experiência de amar e ser amado é acima de tudo a experiência do respeito. 

Como está a nossa capacidade de amar? Uma coisa é amar por necessidade e outra é amar por valor. Amar por necessidade é querer sempre que o outro seja o que você quer. Amar por valor é amar o outro como ele é, quando ele não tem mais nada a oferecer, quando ele é um inútil e por isso você o ama tanto. Na hora que forem embora as suas utilidade, você vai saber o quanto é amado. Tudo vai ser perdido, só espero que você não se perca. Enquanto você não se perder de si mesmo você será amado, pois o que você é significa muito mais do que você faz. O convite da vida cristã é esse: que você possa ser mais do que você faz! ”

terça-feira, 25 de março de 2014

Inesquecível Advertência


(Hoje recebi essa mensagem que tocou tanto meu coração que resolvi postá-la no blog)
Emmanuel

“...Que te importa a ti? Segue-me tu.” – JESUS.
(JOÃO, 21:22.)

Viste, sim, as desilusões com que não contávamos.

Muitos daqueles mesmos amigos que nos exortavam à estrada certa, enovelaram-se nos cipoais da perturbação, como que petrificados na indiferença.

Companheiros que supúnhamos estandartes vivos nas trilhas da verdade, renderam-se a deslavadas mentiras.

Irmãos que nos prometeram fidelidade inquebrantável deixaram-nos a sós, na primeira dificuldade.

Parentes que nos deviam proteção e respeito bandearam-se para campos de sombra e vício, hostilizando-nos o ideal.

E multiplicam-se tropeços para que a nossa caminhada se obstrua.

Converteram-se estímulos em sarcasmos.

Quem nos dava esperança, fornece negação.

Quem ontem nos ajudava, hoje nos desajuda.

Mãos que nos atiravam flores de aplauso fazem agora chover sobre nós as farpas da incompreensão.

Sozinhos, sim...

Muita vez, encontrar-nos-emos, desse modo, entre a expectativa e a solidão.

Nosso primeiro impulso é o de reclamar naquilo que supomos nosso direito; contudo, buscando a palavra do evangelho, surpreendemos a inesquecível advertência do Senhor:

- ...”Que te importa a ti? Segue-me tu”.

Livro: “Palavras de Vida Eterna” - Psicografia Francisco Candido Xavier – Espírito Emmanuel


"Sabemos por diversos textos religiosos e  filosóficos, que há uma lei de destruição. Ela se encarrega de fazer a impermanência acontecer em todos os contextos em que estamos inseridos.

Aquelas coisas tidas como as mais certas desaparecerão e outras virão em seu lugar. Não há relacionamento, forma de ser, paradigma, pensamento, valor, estrutura, que em algum instante não venha sofrer mudanças.

Aquilo que é bom em dado momento será obsoleto, merecerá atualização ou precisará ser profundamente alterado. É como se houvesse um impulso natural da vida que transforma o bom em ruim com o passar do tempo. Já percebeu isso? A maior parte das coisas que hoje julgamos boas, daqui a algum tempo serão vistas como ruins.
.....
A vida parece fazer convites quando nos aproximamos do  momento limite. Parece dar sinais que vão sendo cada vez mais fortes. É importante ter desenvolvida a capacidade de perceber quando é chegado o momento da mudança, antes que a vida precise gritar muito alto. É bom estarmos atentos para notar os recados que chegam e que apontam os diversos tempos. "
Kau Mascarenhas
Trechos do livro Mudando para Melhor

Que tempo será esse?



Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus:

*tempo para nascer, e tempo para morrer; tempo para plantar, e tempo para arrancar o que foi plantado;

*tempo para matar, e tempo para sarar; tempo para demolir, e tempo para construir;

*tempo para chorar, e tempo para rir; tempo para gemer, e tempo para dançar;

*tempo para atirar pedras, e tempo para ajuntá-las; tempo para dar abraços, e tempo para apartar-se.

*Tempo para procurar, e tempo para perder; tempo para guardar, e tempo para jogar fora;

*tempo para rasgar, e tempo para costurar; tempo para calar, e tempo para falar;

*tempo para amar, e tempo para odiar; tempo para a guerra, e tempo para a paz.
Bíblia - Ec 3:1-8

Céu de Santo Amaro


Caetano Veloso 
                                                                                                                          Autoria: Flávio Venturini

Olho para o céu
Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo em nós
A força desse amor
Nos invadiu...
Com ela veio a paz, toda beleza de sentir
Que para sempre uma estrela vai dizer
Simplesmente amo você...

Meu amor..
Vou lhe dizer
Quero você
Com a alegria de um pássaro
Em busca de outro verão
Na noite do sertão
Meu coração só quer bater por ti
Eu me coloco em tuas mãos
Para sentir todo o carinho que sonhei
Nós somos rainha e rei

Na noite do sertão
Meu coração só quer bater por ti
Eu me coloco em tuas mãos
Para sentir todo o carinho que sonhei
Nós somos rainha e reiOlho para o céu
Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo em nós
A força desse amor nos invadiu...
Então...

Veio a certeza de amar você...

quinta-feira, 20 de março de 2014

Álbum de Momentos




Estou lendo o livro O Tamanho do Céu de autoria de Thrity Umrigar[i]. Eu conheci essa autora por indicação de Carmen Prieto, do Trocandolivros, e este é o segundo livro dela que eu leio. Leitura muito boa. Mas o que quero colocar aqui é uma frase desse livro que me levou a  analisar  muitas lembranças. Em um determinado momento, o narrador diz: “Ellie desejou que alguém de repente inventasse um álbum para arquivar momentos, assim como se faz com as fotografias”. Eu acredito que nós temos esse álbum.

Certa feita, eu tive o privilégio de assistir uma conferência de Rubem Alves. Antes de começar a conferência todos nós, que estávamos ali para ouvi-lo, pegamos caneta e papel na mão para as coisas mais importantes, que tínhamos certeza que seriam muitas. Mas ele, antes de começar sua fala, pediu que guardássemos nossas canetas e papéis. Depois falou que “as coisas importantes para nós são guardadas na memória do coração”. Acredito que esta memória é o nosso álbum de momentos. Nela guardamos tudo que marca a nossa vida. Na maioria das vezes momentos tão pequenos!  Às vezes um olhar, uma palavra, um toque acontecem tão carregados de sentimentos que ficam em nossa memória como uma fotografia. Ficam para Sempre. Atravessam o tempo. É uma pena não podermos guardar só os momentos bons, porque os bons trazem saudade e os ruins só trazem tristeza. 

A verdade é que esta frase mexeu com muitas lembranças...

Esta frase me deixou saudosa...

Estou envelhecendo...

Que bom!

Áurea Ribeiro


[i] Thrity Umrigar nasceu na Índia, tendo emigrado para os Estados Unidos quando tinha vinte e um anos. Colabora como jornalista com o Washington Post, Plain Dealer e a secção literária do Boston Globe e lecciona Escrita Criativa e Literatura na Case Western Reserve University. É autora de quatro romances e de um livro de memórias. Tem um doutoramento em Literatura Inglesa e vive em Cleveland, no Ohio.

terça-feira, 18 de março de 2014

Inveja

A inveja sempre foi uma emoção sutilmente disfarçada em nossa sociedade, assumindo aspectos ignorados pela própria criatura humana. As atitudes de rivalidade, antagonismo e hostilidade dissimulam muito bem a inveja, ou seja, a própria “prepotência da competição”, que tem como origem todo um séquito de antigas frustrações e fracassos não resolvidos e interiorizados.

O invejoso é inseguro e supersensível, irritadiço e desconfiado, observador minucioso e detetive da vida alheia até a exaustão, sempre armado e alerta contra tudo e todos. Faz o gênero de superior, quando, em realidade, se sente inferiorizado; por isso, quase sempre deixa transparecer um ar de sarcasmo e ironia em seu olhar, para ocultar dos outros seu precário contato com a felicidade.
.....
A emoção da inveja no adulto é produto das atitudes internas de indivíduos de idade psicológica bem inferior à idade cronológica, os quais, embora ocupem corpos desenvolvidos, são verdadeiras almas de crianças mimadas, impotentes e inseguras, que querem chamar a atenção dos maiores no lar.
.....
Eis alguns sintomas interiorizados de inveja que podemos considerar como dissimulados e negados:

- perseguições gratuitas e acusações sem lógica ou fantasiada; 

- inclinações superlativas à elegância e ao refinamento, com aversão à grosseria; 


- insatisfação permanente, nunca se contentando com nada; 


- manifestação de temperamento teatral e pedantismo nas atitudes; 


- elogios afetados e amores declarados exageradamente; 


- animação competitiva que leva às raias da agressividade.



O caráter invejoso conduz o indivíduo a uma imitação perpétua à originalidade e criação dos outros e, como consequência lógica, à frustração. Isso acarreta uma sensação crônica de insatisfação, escassez, imperfeição e perda, além de estimular sempre uma crescente dor moral e prejudicar o crescimento espiritual das almas em evolução.

Livro: As Dores da Alma, trechos do item Inveja
Espírito de Hammed
Psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto

sábado, 15 de março de 2014

Um preconceito



Hoje, quando estava indo trabalhar, o carro em que eu ia parou em um sinal e na frente do nosso carro parou uma moto com um casal homossexual. Um deles desceu, beijou o rosto do outro e saiu andando. O rapaz parado na moto ficou observando o outro indo embora com um olhar tão amoroso e o outro que seguia caminhando, a cada três passos, parava e olhava para trás com um olhar tão cheio de amor que tocou meu coração. Quanto amor eu vi ali!

Depois fiquei pensando como a vida às vezes pode ser cruel com algumas pessoas. Uma relação baseada em um amor assim, tão grande que salta aos olhos, é condenada por uma maioria esmagadora de pessoas que fazem parte de uma sociedade cheia de convenções baseadas “na moral e nos bons costumes”. Enquanto outras relações baseadas apenas em outros interesses, sejam eles financeiros ou sociais, são acatadas como algo intocável. Será que essas pessoas não são capazes de construir um núcleo familiar até mais salutar e verdadeiro do que outras que mal conseguem conviver entre si?

Não que eu seja contra as tais convenções, porque elas são necessárias para facilitar o convívio social, mas o que eu questiono é em que estão embasadas essas convenções. No amor não é. Porque se fosse no amor não haveria tanto preconceito social. Como sofrem essas pessoas que não se enquadram na “receita social para ser um pacato cidadão”! Fico imaginando o que passavam essas pessoas em outros séculos sem poder expressar de modo algum seus sentimentos. Pelo menos agora já podem, na maioria dos países, fazer uma opção sexual de acordo com a sua natureza.

Tenho alguns amigos homossexuais e espero que eles consigam, apesar de todos  preconceitos,  conquistar uma vida plena em todos os sentidos.
Áurea Ribeiro

sexta-feira, 14 de março de 2014

Círculo vicioso


Machado de Assis
Bailando no ar, gemia inquieto vagalume:
"Quem me dera que eu fosse aquela loira estrela
Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!"
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:

"Pudesse eu copiar-te o transparente lume,
Que, da grega coluna à gótica janela,
Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela"
Mas a lua, fitando o sol com azedume:

"Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela
Claridade imortal, que toda a luz resume"!
Mas o sol, inclinando a rútila capela:

Pesa-me esta brilhante auréola de nume...
Enfara-me esta luz e desmedida umbela...
Por que não nasci eu um simples vagalume!
*********************************************************************************
É assim é a alma humana.

Como incomoda as conquistas dos outros... como incomoda a felicidade dos outros!

Alguém falou que o bom amigo é aquele que suporta a nossa felicidade. Mas só conseguimos identificá-lo se tivermos uma capacidade de observação bem desenvolvida, porque temos uma tendência de ver com o coração ou só vemos no outro o que existe dentro de nós. E, decididamente, não podemos conhecer nem todas as nossas máscaras imagine as dos outros. Se observarmos as reações dos outros diante das nossas conquistas, sem nos identificarmos com a situação,  podemos ver o quanto de maldade carrega o coração humano. As vezes se entristecer não basta, mas é preciso destruir  o outro. Sinto uma curiosidade imensa de saber o sente um coração capaz de fazer algo assim. O que sente depois de ter conseguido destruir o outro. Quero acreditar que apenas um grande vazio. O vazio do coração que não sabe amar.

Quanto mais vivo mais reconheço a importância do silêncio não só como uma ferramenta para nosso crescimento humano, mas também como defesa pessoal. Calar e observar sempre, sempre e cada vez mais
Áurea Ribeiro

terça-feira, 11 de março de 2014

Insegurança

Hammed - As dores da alma
.....
A intensa motivação que invade os indivíduos para serem amados e queridos a qualquer preço nasce das dúvidas íntimas sobre si mesmos, pois são pessoas que, raramente, podem se realizar na vida sem se "pendurar" no que chamam de grande amor.

A insegurança transborda de tal modo que transforma a natural necessidade de amar em uma necessidade patológica de satisfação, somente alcançada através da possessividade do amor.

Parte do desenvolvimento da personalidade humana é construída na infância e a esta soma-se milenar bagagem espiritual adquirida em outras encarnações. As bases de muitas indecisões diante da vida se devem à educação autoritária dada pelos pais, que escolhem, sistematicamente, pelos filhos, desde roupas, alimentos, esportes, brinquedos, férias, até amigos, profissão e afetos. Crianças crescem deixando parentes, companheiros ou professores decidirem por elas sem levar em conta seus gostos e preferências. Essas crianças se tornarão, mais tarde, homens sem segurança, firmeza e coragem de tomar atitudes perante a vida. O direito de decidir deve ser estimulado sempre nos menores, a fim de lhes fornecer apoio vital na formação de um sólido sentimento de determinação e firmeza, que refletirá no adulto de amanhã.

Indagou o Codificador do Espiritismo: " Que é o que resulta dos embaraços que se oponham à liberdade de consciência?". E a Espiritualidade foi taxativa: " Constranger os homens a procederem em desacordo com o seu modo de pensar, fazê-los hipócritas. (...)".

Essa hipocrisia não é propriamente intencional ou feita conscientemente, mas é quase sempre inconsciente. Não deixa, porém, de ser um modelo comportamental falso ou fingido da criatura humana, que se conduz de maneira diferente do seu jeito de ser e agir.

O constrangimento que se faz à nossa liberdade de consciência prejudica a busca de nós mesmos, a nossa afirmação perante a vida, bem como nos dificulta encontrar a peculiar forma de amar.

Em razão disso tudo, indivíduos passam a usar uma máscara de "bonzinhos" como meio de seduzir, conquistar ou conseguir disfarçar a enorme incerteza que carregam, mas, periodicamente, mostram de modo claro sua insatisfação interior: explodem em raiva inesperada contra aqueles com quem convivem. As relações ficam sensivelmente limitadas, pois nunca se sabe quanto a sua "bondade extremada" vai suportar uma opinião contrária ou algo que lhes desagrade.

Essas "estranhas bondades" são peculiares das pessoas que não desenvolveram a confiança em suas idéias, intuições e vocações íntimas e nunca se afirmaram em si mesmos. Não admitem suas insegurança e, por isso, a agressividade acaba quase sempre controlando suas reações. Vivem comportamentos irreais e simulados, tentando agradar a todos e fazendo da mentira uma necessidade para viver. Pagam, porém, um preço fisiológico, ou seja, a somatização das raivas e fragilidades que mantêm fantasiadas em candura e amabilidade.

Um comportamento exagerado de um indivíduo geralmente significa oposto do que ele demonstra e confessa.

Os inseguros vivem numa espécie de "heteronomia crônica", quer dizer, não escolhem as leis que regem sua conduta. Distanciados cada vez mais de uma vida autônoma , submetem-se a princípios e a pessoas diferentes de seu modo de pensar.

Usar a nossa própria intimidade para nos guiar, lançar mão de nossas sensações, emoções e sentimentos é a chave essencial que nos dará segurança.

domingo, 9 de março de 2014

Recomeçar


Carlos Drummond de Andrade

Mesmo que o hoje te dê um não, lembre-se que há um amanhã melhor, a certeza de que os nossos caminhos devemos traçar ao lado de quem nos ama; com amor, paz, confiança e felicidade, é a base para se recomeçar.

Um recomeço, pra pensar no que fazer agora, acreditando em si mesmo, na busca do que será prioridade daqui pra frente;

PLANOS? Pra que os fizemos, já que o amanhã é mistério? A qualquer momento pode ser tempo, de revisar os conceitos e ações, e concluir, que tudo aquilo que você viveu marcou, porém não foi suficiente pra que continuasse.

As lembranças passadas ficam, tudo que vivemos era pra ser vivido , o destino é como um livro do qual nós somos os autores, ele não vêm pronto, antes de nascermos ele está em branco, ao nascermos introduzimos as primeiras passagens, um começo, com o tempo através das escolhas vamos escrevendo-o página por página, rabiscadas, rasgadas ou marcadas, onde encontramos obstáculos onde indicarão a melhor hora pra recomeçar, nos últimos dias de vida concluiremos, e no final deixamos nossas histórias marcadas no coração daqueles, que sempre farão parte de nossa história, onde quer que estejam.

Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo, é renovar as esperanças na vida e o mais importante, acreditar em você de novo.

sábado, 8 de março de 2014

O futuro...


Trecho de um texto de Pedro Bial

"Não se preocupe com o futuro.
Ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba que pré-ocupação é tão eficaz quanto mascar chiclete para tentar resolver uma equação de álgebra.
As encrencas de verdade em sua vida tendem a vir de coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada, e te pegam no ponto fraco às 4 da tarde de uma terça-feira modorrenta.

Todo dia, enfrente pelo menos uma coisa que te meta medo de verdade.

Cante.

Não seja leviano com o coração dos outros.
Não ature gente de coração leviano.
Use fio dental.

Não perca tempo com inveja.
Às vezes se está por cima,
às vezes por baixo.
A peleja é longa e, no fim,
é só você contra você mesmo.

Não esqueça os elogios que receber.
Esqueça as ofensas.
Se conseguir isso, me ensine."
*********************************************************************************
Nesses últimos 30 dias morreram dois amigos meus espíritas. Pessoas que me honraram muito com a sua amizade, pessoas que conviveram comigo por muitos anos e que me ensinaram muita coisa. Sei que estão muito bem,  onde estiverem agora, porque fizeram por merecer. Mas o fato é que quando pessoas da nossa faixa etária começam a morrer, o morrer aqui sabemos que é apenas a morte do corpo físico, porque o Espírito segue adiante desligado da carne, a gente tem que botar o pé  no chão e ir se conscientizando que isso tudo é só uma rápida passagem  e que a qualquer momento também estaremos partindo. É chegada a hora do desapego, mas um desapego com tempo para reflexão (será?) e eu fico pensando sobre tantas coisas...

Um dia, eu li um livro espírita que relatava 15 encarnações de um Espírito e na última encarnação o personagem principal, faltando 8 meses para fecha um longo círculo, se impacienta e tira a própria vida. Eu fico pensando e acho que todos nós deveríamos pensar melhor sobre o que andamos fazendo, com os outros e com nós mesmos, porque não sabemos quanto pouco tempo temos pela frente. São tantas e tantas coisas... 

Podemos desprezar alguém que está tão perto de ir embora... se vivenciássemos um pouquinho que fosse os ensinamentos de Jesus, com certeza teríamos a tolerância  necessária para chegarmos até o final, não digo amando, porque amar é sentimento de poucos, mas tolerar é prática de quem caminha com Jesus...

Podemos deixar de dizer tantas coisas e depois ser tarde demais... Como deve ser triste pensar que não dissemos o que queríamos e não sabemos quando ou se ainda vamos encontrar aqueles que estão, de uma forma ou de outra, em nossa vida. Sempre tive esse cuidado quando cuidava da minha mãe e hoje me sinto muito bem por saber que falei tudo que tinha para falar.

Mas são muitos pontos a se pensar, são muitas coisas a se ter que  desapegar, são muitos vícios morais a serem mudados, muitas atitudes a serem tomadas e deixamos tudo para amanhã.

Amanhã. O que é o amanhã?

Este trecho do texto de  Pedro Bial nos faz pensar sobre a nossa levianidade. Será que não somos apenas passageiros levianos? Será que não estamos  passando pela vida sem pensar em nós e nos outros? E depois?
                                                                                                                  Áurea Ribeiro

quinta-feira, 6 de março de 2014

Quando o Amor Acontece


João Bosco

Coração sem perdão, diga fale por mim
Quem roubou toda a minha alegria
O amor me pegou, me pegou pra valer
É que a dor do querer, muda o tempo e a maré

Vendaval sobre o mar azul
Tantas vezes chorei, quase me desesperei
E jurei nunca mais seus carinhos

Ninguém tira do amor, ninguém tira, pois é
Nem doutor nem pajé, o que queima e seduz, enlouquece
O veneno da mulher

O amor quando acontece a gente esquece logo que sofreu um dia, ilusão
O meu coração marcado tinha um nome tatuado que ainda
doía, pulsava só a solidão

O amor quando acontece a gente esquece logo que sofreu um dia, esquece sim
Quem mandou chegar tão perto se era certo um outro engano coração Cigano
E agora eu choro assim

O amor quando acontece a gente esquece logo que sofreu um dia, esquece sim
Quem mandou chegar tão perto se era certo um outro engano, coração cigano.

quarta-feira, 5 de março de 2014

O amor não acaba, nós é que mudamos

Martha Medeiros

Um homem e uma mulher vivem uma intensa relação de amor, e depois de alguns anos se separam, cada um vai em busca do próprio caminho, saem do raio de visão um do outro. Que fim levou aquele sentimento? O amor realmente acaba? 

O que acaba são algumas de nossas expectativas e desejos, que são subtituídos por outros no decorrer da vida. As pessoas não mudam na sua essência, mas mudam muito de sonhos, mudam de pontos de vista e de necessidades, principalmente de necessidades. O amor costuma ser amoldado à nossa carência de envolvimento afetivo, porém essa carência não é estática, ela se modifica à medida que vamos tendo novas experiências, à medida que vamos aprendendo com as dores, com os remorsos e com nossos erros todos. O amor se mantém o mesmo apenas para aqueles que se mantém os mesmos. 

Se nada muda dentro de você, o amor que você sente, ou que você sofre, também não muda. Amores eternos só existem para dois grupos de pessoas. O primeiro é formado por aqueles que se recusam a experimentar a vida, para aqueles que não querem investigar mais nada sobre si mesmo, estão contentes com o que estabeleceram como verdade numa determinada época e seguem com esta verdade até os 120 anos. O outro grupo é o dos sortudos: aqueles que amam alguém, e mesmo tendo evoluído com o tempo, descobrem que o parceiro também evoluiu, e essa evolução se deu com a mesma intensidade e seguiu na mesma direção. Sendo assim, conseguem renovar o amor, pois a renovação particular de cada um foi tão parecida que não gerou conflito. 

O amor não acaba. O amor apenas sai do centro das nossas atenções. O tempo desenvolve nossas defesas, nos oferece outras possibilidades e a gente avança porque é da natureza humana avançar. Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice. Paixão termina, amor não. Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa.

terça-feira, 4 de março de 2014

Soneto do amigo


Vinicius de Moraes

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Tua caminhada ainda não terminou...


Charles Chaplin

Tua caminhada ainda não terminou....
A realidade te acolhe
dizendo que pela frente
o horizonte da vida necessita
de tuas palavras
e do teu silêncio.

Se amanhã sentires saudades,
lembra-te da fantasia e
sonha com tua próxima vitória.
Vitória que todas as armas do mundo
jamais conseguirão obter,
porque é uma vitória que surge da paz
e não do ressentimento.

É certo que irás encontrar situações
tempestuosas novamente,
mas haverá de ver sempre
o lado bom da chuva que cai
e não a faceta do raio que destrói.

Tu és jovem.
Atender a quem te chama é belo,
lutar por quem te rejeita
é quase chegar a perfeição.
A juventude precisa de sonhos
e se nutrir de lembranças,
assim como o leito dos rios
precisa da água que rola
e o coração necessita de afeto.

Não faças do amanhã
o sinônimo de nunca,
nem o ontem te seja o mesmo
que nunca mais.
Teus passos ficaram.
Olhes para trás...
mas vá em frente
pois há muitos que precisam
que chegues para poderem seguir-te.

domingo, 2 de março de 2014

Rigidez


Teimosia é uma forma de rigidez da personalidade. É um apego obstinado às próprias idéias e gostos, nunca admitindo insuficiência e erros.

Conviver com criaturas que estão com a razão, que acreditam que nasceram para ensinar ou salvar todo mundo e que jamais transgridem a nada, é viver relacionamentos desgastantes e insatisfatórios.

Quase sempre, fugimos desses indivíduos dogmáticos, incapazes de aceitar e considerar um ponto de vista diferente do seu. Nesses relacionamentos, ficamos confinados à representação de papéis instrutor-aprendiz, orientador-orientado, mentor-pupilo. Somente escutamos, nunca podemos expressar nossa opinião sobre os eventos e as experiências que compartilhamos.

As pessoas teimosas vão ao excesso do desrespeito, por não darem o devido espaço para as diferenças pessoais que existem nos companheiros(as), amigos(as) e familiares.

"... pelos vossos excessos, chegais à saciedade e vos punis a vós mesmos".

Os limites traçados pela natureza nos ensinam onde e quando devemos parar, bem como por onde e quando devemos seguir. A natureza respeita nossos dons próprios, ou seja, nossa individualidade. Assim, devemos também aceitar e respeitar nossa maneira única de ser, bem como a de todos aqueles com quem compartilhamos a existência terrena.

O excesso de rigidez e severidade faz com que criemos um padrão mental que influenciará os outros para que nos tratem da mesma forma como os tratamos. Poderemos ainda, no futuro, provocar em nós um sentimento de autopunição, pois estaremos usando para conosco o mesmo tratamento de austeridade e dureza. O arrependimento se associa à culpa, nascendo daí uma vontade de nos redimir pelos excessos cometidos, o que acarreta uma necessidade de expiação - o indivíduo se compraz com o próprio sofrimento.

Nossos limites se expressam de maneira peculiar e ninguém pode exigir igualdade de pensamento e ação de outro ser humano. Respeitando nossa singularidade, aprenderemos a respeitar a singularidade dos outros e sempre cairemos no excesso, quando não aceitarmos nosso ritmo de crescimento, bem como o do próximo.

Segundo Alfred Adler, a "compensação" é um dos métodos de defesa do ego e consite num fenômeno psicológico que busca contrabalançar e dissimular nossas tendências inconscientes por nós consideradas reprováveis e que tentam vir à nossa consciência.

Os excesso de todo gênero funcionam, na maioria da vezes, como disfarce psicológico para compensar nossas tendências interiores. Exageramos posturas e inclinações na tentativa de simular um caráter oposto.

Atitudes exageradas de um indivíduo significam, quase sempre, o contrário do que ele declara.

Excesso de pudor - compensação de desejos sexuais normais reprimidos.

Excesso de afabilidade - compensação de agressividade mal elaborada.

Excesso de alimentação - compensação de insegurança ou necessidade de proteção.

Excesso de religião - compensação de dúvidas desmoralizadoras existentes na inconsciência.

Excesso de dominação - compensação de fragilidade e desamparo interior.

Atrás de todo excesso ou rigidez se encontra a não aceitação da naturalidade da vida, fora e dentro de nós mesmos.

Hammed - As dores da alma

sábado, 1 de março de 2014

A última música - Nicholas Sparks

O LIVRO


Uma história de amor, carinho e compreensão – o primeiro amor, o amadurecimento, a relação entre pais e filhos, o recomeço e o perdão. A ÚLTIMA MÚSICA retrata várias formas de expressão amorosa que tocam o coração da gente, porque nos leva a refletir sobre a forma que estamos amando e nos leva a analisar o que estamos fazendo com os nossos sentimentos. O personagem Steve me encantou especialmente. A cada novo capítulo ele nos surpreende com um novo exemplo de amor, um exemplo de amor diante de uma traição, um exemplo de amor diante da rejeição, um exemplo de amor diante da morte, um exemplo de perdão incondicional diante de todas as dores. Mas os outros personagens também simbolizam outros sentimentos amorosos que fazem parte da nossa vida cotidiana. Enfim, o livro trata de sentimentos e crescimento humano. Adorei!!!!!!

O FILME



FICHA TÉCNICA 

Gênero: Drama
Direção: Julie Anne Robinson
Roteiro: Jeff Van Wie, Nicholas Sparks
Elenco: Adam Barnett, Anthony Paderewski, April Moore, Bobby Coleman, Bonnie Johnson, Carly Chaikin, Carrie Malabre, Greg Kinnear, Hallock Beals, Kate Vernon, Kelly Preston, Lance E. Nichols, Liam Hemsworth, Melissa Ordway, Michael Jamorski, Miley Cyrus, Nick Lashaway, Nick Searcy, Phil Parham, Rhoda Griffis, Stephanie Leigh Schlund, Todd Smith
Produção: Adam Shankman, Jennifer Gibgot
Fotografia: John Lindley

O filme é bom, não podia deixar de ser,  mas o roteiro deixou o enredo mais pobre, porque deixou de lado detalhes importantes do livro e acrescentou outros que alterou muito a história. No livro o personagem Steve não é suspeito de incendiar a igreja. Isto faz muita diferença. O ator que representou o personagem Steve - Greg Kinnear - não conseguiu passar nada da grandeza espiritual do personagem. Lamentável! Também a atriz Miley Cyrus deixou muito a desejar em beleza e representação, o personagem Ronnie, representado por ela, é muito mais intenso e bonito. Mesmo assim vale a pena assistir o filme.

PARA ASSISTIR O  FILME: