terça-feira, 31 de dezembro de 2013

O amigo da onça


O famoso personagem foi criado pelo cartunista pernambucano Péricles de Andrade Maranhão, em 1943, e publicado de 23 de outubro de 1943 a 3 de fevereiro de 1962. Os diretores da revista O Cruzeiro queriam criar um personagem fixo e já tinham até o nome, adaptado de uma famosa anedota.

“ Dois caçadores conversam em seu acampamento:

— O que você faria se estivesse agora na selva e uma onça aparecesse na sua frente?
— Ora, dava um tiro nela.
— Mas se você não tivesse nenhuma arma de fogo?
— Bom, então eu matava ela com meu facão.
— E se você estivesse sem o facão?
— Apanhava um pedaço de pau.
— E se não tivesse nenhum pedaço de pau?
— Subiria na árvore mais próxima!
— E se não tivesse nenhuma árvore?
— Sairia correndo.
— E se você estivesse paralisado pelo medo?
Então, o outro, já irritado, retruca:
— Mas, afinal, você é meu amigo ou amigo da onça?"

Sinto-te


Feliz ano novo!!!!!!!

José Carlos De Lucca, no seu livro Socorro e Solução, conta que “numa cidade do interior, não chovia há muito tempo. A lavoura havia sido devastada pela seca e todos habitantes da cidade estavam muito preocupados com as consequências, pois já era iminente o risco de faltar água e comida. Sensibilizado, o padre resolveu convocar os fiéis para a missa, na qual todos pediram aos céus a bênção da chuva. Chegado o dia, os moradores estavam dentro da igreja e o padre apareceu, olhou para todos e começou a expulsá-los , chamando-os de incrédulos, de gente de pouca fé. Um dos fiéis, no entanto, questionou o sacerdote sobre o  motivo de sua atitude. O padre, ainda nervoso, blasfemou, dizendo: ‘se vocês tivessem fé, com certeza teriam trazido sobrinha ou guarda-chuva...’”

Eu desejo que possamos entrar o ano de 2014 de “sombrinha e guarda-chuva”  em punho, para que se realize, de fato, todos os nossos sonhos. Mas que possamos  compreender que “sombrinha e guarda-chuva em punho”  representam a mudança de atitude verdadeira,  que vai atrair boas energias, boa saúde,  paz, amizades verdadeiras, amores sinceros.

Que no novo ano o homem novo cuide mais do seu coração,  cuide mais de suas palavras, cuide mais de seus pensamentos;
Que no novo ano o homem novo  observe mais os sinais de Deus em sua volta;
Que no novo ano o homem novo  cultive valores mais espirituais;
Que no novo ano o homem novo ame mais profundamente sem medo, sem posse, sem apego;
Que Jesus nos fortaleça a cada dia desse novo ano, para que o homem novo não envelheça!

Feliz ano novo!

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Clepsidra

Consiste em dois recipientes, colocados em níveis diferentes: um na parte superior contendo o líquido, e outro, na parte inferior, com uma escala de níveis interna, inicialmente vazio. Através de uma abertura parcialmente controlada no recipiente superior, o líquido passa para o inferior, observando-se o tempo decorrido pela escala.
Este tipo de instrumento evoluiu tecnicamente de forma a permitir uma medição do tempo com maior exatidão.

Tais relógios são imprecisos, pois há fatores que influem na duração do fluxo de água:
* a variação da pressão atmosférica
* as impurezas da água
* a temperatura da água
A fabricação de uma Clepsidra exige muita precisão, em especial no que se refere ao orifício para vazão de água.
Há desencontros quanto a exata paternidade da Clepsidra.
Marco Vitrúvio Pólio, célebre arquiteto romano do século I ªC., atribui sua invenção ao mecânico Ctesibio ou Ctézibro.
Existe uma corrente que atribui a Platão, filósofo grego, esse privilégio; como foi um emérito viajante, pode muito bem ter sido apenas o portador desse invento. Por outro lado, chineses e egípcios também se arrogam essa prerrogativa.

A clepsidra foi utilizada ao longo da história para medir períodos curtos, tais como:
* a duração de um discurso de defesa (justiça) na Grécia antiga;
* duração dos turnos de guarda das legiões romanas;
* duração de períodos curtos em experimentos, como no caso de Galileu Galilei no estudo da queda de corpos em 1610;
* medição do tempo à noite ou em condições meteorológicas que não permitiam o uso de relógios de sol.
Clepsidra é encontrada atualmente em funcionamento em poucos lugares, como no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, no Shopping Iguatemi. Há também clepsidras na Alemanha, nos estados de Indianapolis e no Colorado (Estados Unidos), em Sydney (Austrália) e dois na Colúmbia Britânica (Canadá).
A clepsidra atual:

        No século VII d.C era esse o relógio que se usava para medir o tempo. Naquele tempo a vida era muito difícil. Até para medir o tempo, coisa tão simples de se fazer hoje em dia, a dificuldade era grande. Também outros detalhes como fazer a higiene pessoal, fazer as necessidades fisiológicas, a própria alimentação eram coisas muito rudimentares. Que bom não vivermos mais nesse tempo! 


Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Clepsidra http://www.vocesabia.net/ciencia/

domingo, 29 de dezembro de 2013

Ano Novo / Fenando Pessoa (Lindo!)


Vejam a profundidade desses versos de Fernando Pessoa sobre o Ano Novo:

"Ficção de que começa alguma coisa!
Nada começa: tudo continua.
Na fluida e incerta essência misteriosa
Da vida, flui em sombra a água nua.
Curvas do rio escondem só o movimento.
O mesmo rio flui onde se vê.
Começar só começa em pensamento."

sábado, 28 de dezembro de 2013

Morte por Luxúria


O autor: Peter Tremayne é o pseudônimo do autor inglês Peter Berresford Ellis. Nasceu em 1943. Ele vem de uma tradicional família de irlandeses, escoceses, galeses e bretões. Se formou em estudos Celtas e obteve mestrado no mesmo assunto, mas decidiu ser jornalista. Seu primeiro livro País de Gales - Uma Nação Novamente, falava da luta galesa pela independência política (1968). Só começou a atuar como escritor em tempo integral a partir de 1975. Desde então publicou 77 livros, 60 contos e vários trabalhos acadêmicos. Também escreveu 8 livros sob pseudônimo de Peter MacAlan. O autor tem recebido diversos prêmios por seus serviços prestados ao estudo da história Irlandesa.
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O livro: No século 7, a Igreja Católica Celta e a Romana estavam em conflito, por causa das diferenças fundamentais em suas liturgias, como o celibato e a participação da mulher na Igreja. Quando líderes das duas igrejas se reúnem no Sínodo de Whitby, em 664, para debater essas diferenças, mortes misteriosas começam a avançar sorrateiramente pela Abadia de Santa Hilda. Irmã Fidelma é chamada para conduzir a investigação. Mas, para que a tensão entre as duas Igrejas não aumente, a freira será acompanhada por Irmão Eadulf, da facção romana. O mais curioso é que Peter Tremayne não inventou uma única lei ou detalhe da época em que Fidelma vivia, que não possam ser provados por pesquisa histórica ou pela literatura daquele período. Fidelma é a heroína de uma série de 14 livros e que começa com Morte por Luxúria.
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Ainda estou lendo esse livro, mas estou apaixonada por ele. Os detalhes sobre a história do cristianismo no século VII são fascinantes, como por exemplo o tratamento que os cristãos davam ao celibato naquele tempo. Soma-se a isto os detalhes sobre a história da Irlanda (desde que li o livro Horizonte Vermelho que me apaixonei pela Irlanda), também sobre os Celtas. São muitas informações históricas interessantes. Estou amando a descoberta desse autor, pois não o conhecia.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Encontros e Desencontros do Amor



Arthur da Távola
(os trechos em vermelho são meus)



Cada encontro está carregado de perda.
Ou de perdas.

Mas por que deixamos ser assim?!

As vezes duas pessoas que se amam (amigos, casados, solteiros, amantes, namorados) se encontram e são felizes.
Ao fim da felicidade, um deles chora.
Ou fica triste.
Ou baixa os olhos.
Ou é invadido por uma inexplicável melancolia.
É a perda que está escondida no deslumbramento de cada encontro.

Ao fim todos choram, ou ficam tristes, ou baixam os olhos, ou são invadidos por uma inexplicável melancolia, porque todos amam e amam muito. Se essa perda se esconde no deslumbramento de cada encontro é por falta de cuidado com o que se ama. Não se concebe que uma perda escondida se sobreponha a um amor verdadeiro seja ele entre amigos, casados, solteiros, amantes, namorados. Por que deixamos ser assim?!

O encontro humano é tão raro que mesmo quando ocorre, vem carregado de todas as experiências de desencontros anteriores.
Quando você está perto de alguém e não consegue expressar tudo o que está claro e simples na sua cabeça, você está tendo um desencontro.
Aquela pessoa que lhe dá um extremo cansaço de explicar as coisas é alguém com quem você se desencontra.
Aquela a quem você admira tanto, que lhe impede de falar, também é um agente de desencontro, por mais encontros que você tenha com as causas da sua admiração por ele.
A pessoa que só pensa naquilo em que vai falar e não naquilo que você está dizendo para ela é alguém com quem você se desencontra.
Alguém que o ama ou o detesta, sem nunca ter sofrido a seu lado, é alguém desencontrado de você.
Cada desencontro é perda porque é a irrealização do que teria sido uma possibilidade de afeto.
É a experiência de desencontros que ensina o valor dos raros encontros que a vida permite.

Se são tantos desencontros por que não cuidamos mais dos nossos poucos encontros, que são tão importantes em nossa vida? Como pode uma amizade profunda se acabar em meio a uma perda escondida em um deslumbramento? Por que deixamos ser assim?!

A própria vida é uma espécie de antessala do grande encontro(com o todo? o nada?).
Por isso talvez ele nada mais seja do que uma provocação de desencontros preparatórios da penetração na essência DO SER.
Mas por isso ou por aquilo, cada encontro está carregado de perda.

Se desencontros são exercícios, se as perdas são exercícios para penetrarmos na essência e essência é amor, por que o exercício não é de amor? Por que permitimos que os ruídos externos macerem nossos encontros de forma tão irremediável? Por que deixamos ser assim?!

E no ato de sentir-se feliz associa-se a ideia do passageiro que é tudo, do amanhã cheio de interrogações, da exceção que aquilo significa.
A partir daí, uma tristeza muito particular se instala.
A tristeza feliz.
Tristeza feliz é a que só surge depois dos encontros verdadeiros, tão raros.
Encontros verdadeiros são os que se realizam de ser para ser e não de inteligência para inteligência ou de interesse para interesse.
Os encontros verdadeiros prescindem de palavras, eles realizam em cada pessoa, a parte delas que se sublimou, ficou pura, melhor, louca, mas a parte que responde a carências e às certezas anteriores aos fatos. É mais fácil, para quem tem um encontro verdadeiro, acabar triste pela certeza da fluidez da felicidade vivida do que sair cantando a alegria da felicidade vivida ou trocada.
Quem se alegra demais se distancia da felicidade.
Felicidade está mais próxima da paz que da alegria, do silêncio do que da festa.
Felicidade está perto da tristeza, porque a certeza da perda se instala a cada vez que estamos felizes.
É esta certeza - a da perda - que provoca aquela lágrima ou aquela angústia que se instala após os verdadeiros encontros.
Há sempre uma despedida em cada alegria.
Há sempre um "E depois? após cada felicidade.
Há sempre uma saudade na hora de cada encontro.
Antecipada.

Por que deixamos ser assim?!


Disso só se salva quem se cura, ou seja, quem deixa de estar feliz para ser feliz, quem passa do estar para o ser.

E só deixamos de estar feliz para ser feliz se não deixarmos se perder nossos encontros tão raros. Livremos nossos encontros dos ruídos externos, valorizemos os sentimentos fraternos verdadeiros, porque a perda escondida no deslumbramento de um encontro não pode acontecer quando o verdadeiro amor se instala.
Por que não deixamos que seja assim?!

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Feliz Natal!

                                                                                                Sempre fico meio atrapalhada nessa época do ano. Não sei muito o que fazer. É um tempo de muitas coisas diferentes que se atropelam. Às vezes tudo fica confuso. Um tempo de contradições. Falam do nascimento de Jesus e cantam Papai Noel em prosa e verso. Confraternizam em homenagem a Jesus, mas trocam os bens de Noel. Um tempo que passa como um redemoinho, que nos envolve e nos arrasta por situações muitas vezes indesejadas. Para os atrapalhados de carteirinha (eu) o tempo de bater record das gafes.

Mas como escapar de toda essa brincadeira de faz de conta e voltarmos nossa atenção para os bens do verdadeiro aniversariante?

Pode se dizer que as confraternizações são exercícios de amor ao próximo, que a troca de presentes é uma forma de expressar esse amor, que a caridade praticada nessa época é uma homenagem a Jesus. Não deixa de ser, mas uma forma ainda bem rudimentar. Quanto há de verdadeiro quando interagimos nessas confraternizações? Colegas de trabalho que passam o ano infernizando a vida dos companheiros;  familiares que passam o ano ausentes; companheiros de jornada que passam o ano competindo nas situações mais simples, atropelando seus pares e até aqueles que difamam,  caluniam, denigrem a imagem dos outros causando prejuízos irreparáveis para os ditos "amigos" e todos terminam  confraternizando e expressando "sua fraternidade" nessas trocas natalinas em homenagem a Jesus.

Diante desse "amor ao próximo" tão duvidoso se fugíssemos dos encontros superficiais e nos voltássemos para nos mesmos,  repensando nossas atitudes e sentimentos para com os outros agradaríamos mais a Jesus.

Vamos escolher nesse natal  apenas um sentimento em nós para mudarmos e vamos investir nisso. Que seja uma mágoa, que seja uma mudança em uma forma de agir, que seja uma mudança em uma forma de amar. Vamos mudar alguma coisa. Apenas uma coisa, mas uma coisa que possamos dizer que aquilo mudamos para sempre e olhar para o Jesus em nosso coração e dizer "aí está teu presente", que também é meu presente, porque me aproxima mais de Ti.

A todos que passaram pelo meu blog, que opinaram mesmo em particular ou não, que tanto me estimularam a investir nesse continho tão meu e que sempre estão presentes, peço perdão se em algum momento os choquei de alguma forma e  desejo  um natal de reflexão, de mudança, de muito amor para vocês e seus familiares, que haja amor,que haja união, que haja compreensão em suas vidas hoje e sempre.

FELIZ NATAL!!!
Áurea Ribeiro

domingo, 22 de dezembro de 2013

A amizade

Ivone Boechat
A amizade
é o mais belo afluente do amor,
ela ajuda a resolver,
com paciência,

as complicadas equações
da convivência humana.

A amizade
é tão forte quanto o amor,
ela o educa,
sinalizando o caminho da coerência,
apontando as veredas da justiça
controlando os excessos da paixão
.

A amizade
é um forte elo que une pessoas
na corrente do querer.

Amizade
é cola divina,
cola demais,
pode doer.
A amizade
tem muito mais
juízo que o amor,

quando ele se esgota
e cisma de ir embora,
ela se propõe a ficar
vigiando
o sentimento que sobrou.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Acenos

 Lya Luft

 "Às vezes é preciso recolher-se. O coração não quer obedecer, mas alguma vez aquieta; a ansiedade tem pés ligeiros, mas alguma vez resolve sentar-se à beira dessas águas. Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir. É um começo de sabedoria, e dói. Dói controlar o pensamento, dói abafar o sentimento, além de ser doloroso parece pobre, triste e sem sentido. Amar era tão infinitamente melhor; curtir quem hoje se ausenta era tão imensamente mais rico. Não queremos escutar essa lição da vida, amadurecer parece algo sombrio, definitivo e assustador. Mas às vezes aquietar-se e esperar que o amor do outro nos descubra nesta praia isolada é só o que nos resta. Entramos no casulo fabricado com tanta dificuldade, e ficamos quase sem sonhar. Quem nos vê nos julga alheados, quem já não nos escuta pensa que emudecemos para sempre, e a gente mesmo às vezes desconfia de que nunca mais será capaz de nada claro, alegre, feliz. Mas quem nos amou, se talvez nos amar ainda há de saber que se nossa essência é ambiguidade e mutação, este silêncio é tanto uma máscara quanto foram, quem sabe, um dia os seus acenos."

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Cena


Rubem Alves
“É mais fácil amar o retrato. 
Eu já disse que o que se ama é a ‘cena’. 
‘Cena’ é um quadro belo e comovente que existe na alma antes de qualquer experiência amorosa.
A busca amorosa é a busca da pessoa que, se achada, irá completar a cena.
Antes de te conhecer eu já te amava....
E então, inesperadamente, nos encontramos com rosto que já conhecíamos antes de o conhecer.
E somos então possuídos pela certeza absoluta de haver encontrado o que procurávamos.
A cena está completa. 
Estamos apaixonados”

Imagem do site: http://colheitade69.blogspot.com.br

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Inveja Mal Secreto - livro de Zuenir Ventura

Comecei a ler esse livro hoje e achei esse recado inicial aos leitores interessante: 

Aos Navegantes

Aos que pretendem empreender essa viagem, o autor pede que levem consigo, para o caso de se perderem, três distinções básicas: ciúme é querer manter o que se tem; cobiça é querer o que não se tem; inveja é não querer que o outro tenha.

E que prestem atenção: a inveja é um vírus que se caracteriza pela ausência de sintomas aparentes. O ódio espuma. A preguiça se derrama. A gula engorda. A avareza acumula. A luxúria se oferece. O orgulho brilha. Só a inveja se esconde.

E que tomem cuidado: como adverte uma personagem desse livro, a emergente Vera Loyola, "o verdadeiro amigo não é o que é solidário na desgraça, mas o que suporta o seu sucesso". Ou, como constatou outro personagem, o Padre: "A solidariedade na alegria é muito rara."

E que não se esqueçam: como dia Nelson Rodrigues, "há coisas que o sujeito não confessa nem ao padre, nem ao psicanalista, nem ao médium depois de morto".

Uma delas certamente é a inveja.

Portanto, preparem-se para participar de um jogo em que o importante não é o que se ganha, mas o que o outro perde.


Obs, Gente, terminei de ler esse livro. Não gostei. Ele faz uma abordagem sob o aspecto social. Muito superficial para falar sobre um sentimento. Porque a inveja é um sentimento.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Rouxinol e a Rosa


Era uma vez, um Rouxinol que vivia em um jardim. No jardim havia uma casa, cuja janela se abria todas as manhãs. Na janela, um jovem, comia pão, olhando as belezas do jardim. Sempre deixava cair farelos de pão, sobre a janela. O Rouxinol, comia os farelos, acreditando que o jovem os deixava de propósito para ele. Assim criou um grande afeto, pelo jovem que se importava em alimentá-lo, mesmo com migalhas.

O jovem um dia se apaixonou. Ao se declarar a sua amada, ela disse que só aceitaria seu amor, se como prova, ele desse a ela, na manhã seguinte, uma rosa vermelha. O jovem, percorreu todas as floriculturas da cidade, sua busca foi em vão, não encontrou nenhuma rosa vermelha para ofertar a sua amada.

Triste, desolado, o jovem foi falar com o jardineiro da casa onde vivia. O jardineiro explicou a ele, que poderia presenteá-la com Petúnias, Violetas, Cravos, menos Rosas. Elas estavam fora de época, era impossível conseguí-las, naquela estação.

O Rouxinol, que escutara a conversa, ficou penalizado pela desolação do jovem, teria que fazer algo para ajudar seu amigo, a conseguir a flor. Assim, a ave procurou o Deus dos pássaros que assim falou:

- Na verdade, você pode conseguir uma Rosa Vermelha para teu amigo, mas o sacrifício é grande, e pode custar-lhe a vida!
- Não importa respondeu a ave. O que devo fazer?
- Bem, você terá que se emaranhar em uma roseira, e ali cantar a noite toda, sem parar, o esforço é muito grande, seu peito pode não agüentar.
- Assim farei, respondeu a ave, é para a felicidade de um amigo!

Quando escureceu, o Rouxinol, se emaranhou em meio a uma roseira, que ficava frente a janela do jovem. Ali, se pôs a cantar, seu canto mais alegre, precisava caprichar na formação da flor.
Um grande espinho, começou a entrar no peito do Rouxinol, quanto mais ele cantava, mais o espinho entrava em seu peito.
O rouxinol não parou, continuou seu canto, pela felicidade de um amigo, um canto que simbolizava gratidão, amizade. Um canto de doação, mesmo que fosse da própria vida!

Do peito da pobre ave, começou a escorrer sangue, que foi se acumulando sobre o galho da roseira, mas ela não se deteve nem se entristeceu.

Pela manhã, ao abrir a janela, o jovem se deteve diante da mais linda Rosa vermelha, formada pelo sangue da ave, nem questionou o milagre, apenas colheu a Rosa.

Ao olhar o corpo inerte da pobre ave, o jovem disse:
- Que ave estúpida! Tendo tantas árvores para cantar, foi se enfiar justamente em meio a roseira que tem espinhos...
Fonte: http://www.forumespirita.net/fe/auto-conhecimento/fabulas-lendas-e-metaforas/?PHPSESSID=080e6d890f1324ff9872b88e39699ab9#ixzz2nUMfcckK
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O rouxinol carente não tinha discernimento.
Pensava que era amado pelo seu próprio coração. Para ele qualquer gesto era amor.
Felizmente,  ele não teve tempo de descobrir, que para seu  objeto de afeto, ele era apenas uma ave estúpida e sem importância.
Nós temos tempo suficiente para isso.
Vamos cuidar dos farelos com mais atenção, ou melhor, vamos começar um ano novo sem aceitar farelos. Vamos começar o ano mais inteiros, mais verdadeiros nas nossas relações afetivas. Final de ano é tempo bom para repensar a vida, os sentimentos, as amizades. Se  eram apenas indiferentes farelos vamos lutar para desapegar, tirar esse espinho do coração, porque nosso canto não é tão belo como o canto do rouxinol,  que é capaz de transformar sangue em rosa. Ainda temos um canto triste e desafinado incapaz de se sobrepor a dor da descoberta de uma falsa amizade...
 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Só Hoje


Hammed
"Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado".
(Mateuss 6:34)

A cada dia, a vida te pede cooperação e desempenho, para que faça tudo que estiver em teu alcance, só hoje.
Aquilo que não te for possível fazer, deixa por conta de Deus, lembra-te, os mecanismos providenciais estão sempre funcionando em
teu favor, mesmo quando não os perceba.
A hora é agora. Em qualquer situação, oferece o melhor de ti mesmo e vive todo o bem que puderes, só hoje.
Compartilha tua afetividade sem economia e experimenta a satisfação de amar, só hoje.
Abraça a causa do bem coletivo não esmorecendo jamais e rejubila-te nas
colheitas fartas da serenidade, só hoje.
Reparta o que puderes dispor e desfruta a lucidez mental para a solução de teus conflitos íntimos, só hoje.
Colabora com tua habilidade e capacidade inatas para o engrandecimento da humanidade e vivencia a plenitude da realização pessoal, só hoje.
"Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã". A felicidade não está
distante, mas aqui e agora. A alegria não está no objetivo a ser alcançado, e sim no caminho a ser percorrido, só hoje.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Natal sem minha mãe (saudades!)

Falamos de amor tantas vezes, mas confundimos tudo quando tentamos analisar nossos sentimentos confusos, possessivos e efêmeros. Poucos de nós conseguimos vislumbrar um verdadeiro amor,  porque amar só se aprende amando e o nosso exercício de amar envolve posturas tão doentias e viciosas que em vez de do nos aproximarmos de sua verdadeira prática nos afastamos cada vez mais dela.
Com essa proximidade do Natal, o primeiro sem minha mãe,  tenho pensado em tudo que ela me ensinou. Uma pessoa tão simples!! Um olhar distante observaria poucas possibilidades de poder educar ou ensinar bem as coisas necessárias para vencer no mundo. Mas olhando com o coração podemos ver o poder de educar e ensinar as coisas necessárias para vencer o mundo: o amor e a resignação. Lições inesquecíveis!
Sem ela eu não teria ido tão longe com essa  minha história de vida tão bagunçada!
Imagine que desde o primeiro segundo eu já aprendi muito sobre a vida, pois por ocasião do meu nascimento a minha mãe biológica morreu no parto, em uma fazenda distante de qualquer socorro, e na aflição para conseguir salvá-la a parteira apenas me pegou e colocou em uma rede próxima de onde ela, minha mãe biológica,  estava. Só sete horas depois de tudo consumado foi que a minha tia perguntou: e a menina?!  Essas sete horas de silêncio e abandono têm um reflexo  muito importante na pessoa que sou hoje. Talvez não tenha sequer conseguido sair delas ainda.
Depois disso fiquei com meus vós maternos, porque eles não permitiram  que meu pai me desse a um estranho. Mas como eles não tinham tempo para cuidar de mim,  chamaram uma pessoa para ser minha baba. Digo chamaram porque era um tempo que não se contratava uma baba, mas apenas se chamava uma filha de um morador da fazenda para trabalhar sem salário, só por roupa e comida. Foi nessa ocasião que a minha mãe entrou em minha vida. A partir daí ela passou a servir, a vida inteira,  a uma família extremamente ingrata, sem receber nenhuma remuneração e nenhuma gratidão, mas com uma fidelidade e um amor incomparável. Cuidou de mim com tanto amor, com tanto carinho que nem a minha mãe biológica teria conseguido,  já que ia ter outros cinco filhos para se preocupar se viva fosse. Foram inúmeras as noites em claro comigo, principalmente quando tive poliomielite e fiquei ano e meio sem andar. Sempre ao meu lado nas  lutas e nas dificuldades, que não foram poucas.
Certa feita, ela já com 70 anos, por ocasião da sua primeira internação em um hospital, ela me contou uma história que me marcou para sempre. A história de uma prova de amor silenciosa. Ela falou,  que nos primeiros anos de minha infância, a mãe dela adoeceu  e como ela, a mãe,  morava distante ela teria que me deixar e ir embora para cuidar dela. Ela disse que viveu um grande dilema, pois amava muito a mãe dela , mas ao mesmo tempo que me via tão frágil, tão pequena e tão só não tinha coragem de partir. Isso me lembrou “a escolha de Sofia”. Ela continuou contando que optou por mim, mas a vida inteira até aquele momento carregava uma culpa muito grande no coração por não ter cuidado da mãe.
A minha mãe foi o maior exemplo de amor e renúncia que conheci. Me sinto honrada e grata a Deus por ter tido a oportunidade de ter sido tão amada.
Mas ela  me deixou  a imensa  responsabilidade de amar diferente sem sentimento de posse, sem necessidade de cobrança, amar sem esperar nada em troca, amar com a grandeza de um coração capaz de perdoar e esquecer as dores da alma.
Sempre no natal ela cantava a música noite feliz inteirinha...
Espero que onde ela esteja nesse natal possa cantar noite feliz para muitos,  já que antes na nossa jornada solitária ela cantava só para mim...
Áurea Ribeiro

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Teu carma


Hammed
Carma — tuas ações, atos e atitudes geram ações, atos e atitudes. Teu carma é o efeito daquilo que causaste. Modifica teu carma, mudando tuas ações. Ao transformares teu modo de ser, transformarás as reações na tua existência. Quem joga rosas é a primeira pessoa a se perfumar. Quem atira lama, por conseqüência é o que mais se enlameia.

Podes modificar o teu carma, aceitando o teu hoje e reprogramando tuas atitudes desagradáveis. Ninguém te machuca, tu é que te machucas, mas não percebes; por isso, acusas os outros.

Ninguém te faz infeliz, tu é que esperas que os outros te façam feliz. A lei do retorno, isto é, a ciclicidade inexorável do tempo faz com que tudo sempre volte ao ponto de partida; importante lembrares que: se mudares tuas ações, estarás mudando teu carma; erros acontecem para ensinar; edificação íntima requer esforço pessoal; daquilo que deste receberás multiplicado; teu carma é o resultado de tuas ações, pois “a cada um de acordo com o seu comportamento.

Analisa atentamente a ligação entre situações, idéias e acontecimentos. Observa o nexo causal de tudo o que acontece em tua existência e verás que não são os fatos de vidas passadas que te complicam a existência na atualidade, e sim a perpetuação dos velhos modos de pensar e de agir, das crenças incoerentes e dos pontos de vista contraditórios.
Francisco do Espírito Santo Neto [pelo Espírito Hammed] Um modo de entender: uma nova forma de viver

domingo, 8 de dezembro de 2013

Um poema de Mozart


Eu penso que o artista expressa seus sentimentos de acordo com a arte que ele produz. Um pintor fala de amor pintando uma tela, um escritor escrevendo um poema, um músico compondo uma música. Mas hoje encontrei um poema com sua autoria atribuída ao músico Wolfgang Amadeus Mozart, que me fez lembrar de um texto de um livro espírita, psicografado pela médium Yvonne do Amaral Pereira, que mostra a evolução dos Espíritos que estão envolvidos com a arte e, realmente, vendo por esse lado, eles têm um potencial tão grande que são capazes de expressar seus sentimentos de diversas formas - falando aqui dos artistas grandes e completos. 

Wolfgang Amadeus Mozart nasceu em 27 de janeiro de 1756 (aquariano) na cidade austríaca de Salzburgo. Desde criança apresentou grande talento musical. Começou a escrever duetos e pequenas composições para piano, ainda na infância. Com a saúde debilitada, morreu com apenas 35 anos de idade. A causa de sua morte foi, provavelmente, uma forte infecção intestinal.

Achei muito curioso esse outro lado de Wolfgang Amadeus Mozart. Segue o poema: (ainda me perguntando será mesmo dele a autoria? Caso alguém conheça o poema como de outro autor...)


"Para fazer uma obra de arte não basta ter talento,
não basta ter força,
é preciso também viver um grande amor.

Que passem os minutos, dias e anos...
Todas as estações do tempo!
Que eu viva, qual tolo, todas as ilusões
pueris de sentimento...

Amar-te-ei, em todas as épocas, em todo momento
Que passem as águas por muitas pontes
e que debruce a saudade por muitas
serras e montes, amar-te-ei,
como se fosse a primeira vez e única,
apesar das tantas aventuras!
Ainda além deste céu, nas alturas.
Eternamente...
Ainda que outro alguém o tenha entre lençóis confidentes,
mesmo que os beijos sejam molhados  e quentes,
à parte, nossa alma vaga enamorada,
sobre qualquer prazer da carne ou qualquer  entrega fugaz .
Eternas, apaixonadas
Amar-te-ei, sobre qualquer dor que me pese
o orgulho ferido, o despeito revolvido!
Sobre qualquer punhalada em meu coração,
sobre qualquer distância a nós imputada...
Porque sei, amor de mim , que ainda assim...
Não é pequeno o nosso comprometimento .
Ah! Soubessem todos o tamanho!
Pobre carne, pequeno tempo !"

Fonte do poema: http://pensador.uol.com.br/pensamentos_de_mozart/

Nosso amado planeta


    Como é bom estarmos juntos nessa planeta lindo! Quando voltaremos a nos encontrar depois dessa jornada? Onde nos encontraremos novamente nesse universo tão imenso? Quando agente estuda astronomia é que a gente compreende o quanto é grande o universo. Eu fico me perguntando como em meio a essa gigantesca quantidade de  moradas  eu poderia encontrar as pessoas que eu amo. Será que o amor que sentimos é suficiente para nos mantermos no mesmo lugar em que estão aqueles que amamos? Sim, porque cada um está em um nível de evolução diferente, vibrando em um frequência diferente, sendo atraído para junto daqueles que são seus afins em vibração. E se partirmos vibrando em uma frequência diferente da frequência dos nossos amados? Quando e onde tornaremos a nos encontrar? São tantas perguntas sem respostas. Precisamos ficar perto de quem amamos e trabalhando o desapego, porque sabe Deus quando novamente...
Áurea Ribeiro

sábado, 7 de dezembro de 2013

Eu te amo (Chico Buarque)


Canteiros


Cecília Meireles

Quando penso em você fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa, menos a felicidade
Correm os meus dedos longos em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego já me traz contentamento
Pode ser até manhã, cedo claro feito dia
mas nada do que me dizem me faz sentir alegria
Eu só queria ter no mato um gosto de framboesa
Para correr entre os canteiros e esconder minha tristeza
Que eu ainda sou bem moço para tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da vida,
Pois se não chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço, sem ter visto a vida.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Quando não existe amor



Certa feita, em um grupo de desenvolvimento humano que eu participava, comentávamos sobre um caso,  acontecido naquela ocasião, em que uma mulher tinha matado e esquartejado o marido. Perguntávamos como uma pessoa podia fazer uma barbaridade desta  por  tão pouco e a terapeuta que nos acompanhava colocou que o fato  apenas desencadeou a ação, que era resultado da soma de muitos outros fatos que se acumularam ao longo do relacionamento. Nos últimos dias tenho lembrado muito disto.

Não sei se o que me assusta mais se é a intensidade do ódio que as pessoas são capazes de sentir, aparentemente, por quase nada ou a capacidade que elas têm de dissimular esse ódio ao longo de uma vida inteira, para expressá-lo de uma só vez em um determinado momento. Desconfio que a dissimulação é bem mais terrível,  porque nos deixa sem saber com quem estamos lidando e consequentemente ficamos se defesa. O fato é que quando não existe amor as razões do outro são esquecidas e por qualquer coisa a criatura  se toma de ódio e passa a perseguir e tentar destruir o outro. Só quando observamos sem nos identificar é que podemos ver o quanto fica cega a pessoa que odeia. Ela perde a capacidade de raciocínio completamente!

 Nós espíritas vivemos tão envolvidos com essa  proposta de mudança, com essa proposta de crescimento espiritual, vivemos nos cobrando tanto e cobrando tanto dos outros uma postura cada vez mais voltada para o bem que esquecemos completamente de como é a postura real da maioria das pessoas, que vivem afastadas desses destes propósitos,  e vez por outra somos apanhados de surpresa.

Enquanto o ser humano não resolver investir o máximo em autoconhecimento, para chegar mais próximo de sua essência e conquistar maior autenticidade  vamos viver  à mercê de pessoas  hipócritas, superficiais e perigosas, que vivem apenas de aparências e são boazinhas apenas para fazer seu show particular para sociedade, sem se preocupar nem mesmo com as pessoas que chamam de família.

Áurea Ribeiro

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A alegria na tristeza


                                                                                                                                    Martha Medeiros

O título desse texto na verdade não é meu, e sim de um poema do uruguaio Mario Benedetti. No original, chama-se "Alegría de la tristeza" e está no livro "La vida ese paréntesis" que, até onde sei, permanece inédito no Brasil.

O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.

Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.

Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.

Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.

Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.

Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada. Triste é não sentir nada.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Amigo aprendiz



Quero ser o teu amigo.
Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias...


Fernando Pessoa

O cavalo

Um dia, o cavalo de um camponês caiu num poço. Não chegou a se ferir, mas não podia sair dali por conta própria. Por isso o animal chorou fortemente durante horas, enquanto o camponês pensava no que fazer.

Finalmente, o camponês tomou uma decisão cruel: concluiu que já que o cavalo estava muito velho e que o poço estava mesmo seco, precisaria ser tapado de alguma forma. Portanto, não valia a pena se esforçar para tirar o cavalo de dentro do poço. Ao contrário, chamou seus vizinhos para ajudá-lo a enterrar vivo o animal.

Cada um deles pegou uma pá e começou a jogar terra dentro do poço. O cavalo não tardou a se dar conta do que estavam fazendo com ele e chorou desesperadamente.

Porém, para surpresa de todos, o cavalo aquietou-se depois de umas quantas pás de terra que levou. O camponês finalmente olhou para o fundo do poço e se surpreendeu com o que viu.

A cada pá de terra que caía sobre suas costas o cavalo a sacudia, dando um passo sobre esta mesma terra que caía ao chão. Assim, em pouco tempo, todos viram como o cavalo conseguiu chegar até a boca do poço, passar por cima da borda e sair dali trotando.

A vida vai te jogar muita terra nas costas. Principalmente se você já estiver dentro de um poço. O segredo para sair do poço é sacudir a terra que se leva nas costas e dar um passo sobre ela.

Cada um de nossos problemas é um degrau que nos conduz para cima. Podemos sair dos mais profundos buracos se não nos dermos por vencidos. Use a terra que te jogam para seguir adiante!

Recorde-se das cinco regras para ser feliz:

1- Liberte o seu coração do ódio.

2- Liberte a sua mente das preocupações.

3- Simplifique a sua vida.

4- Dê mais e espere menos.

5- Ame-se mais e aceite a terra que lhe jogam. Ela pode ser a solução, não o problema.

“É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca”. - Dom Hélder Câmara