domingo, 31 de março de 2013

O tempo ensina, mas não cura.


Você pode ir embora e nunca mais ser a mesma.
Você pode voltar e nada ser como antes.
Você pode até ficar, pra que nada mude, mas aí é você que não vai se conformar com isso.
Você pode sofrer por perder alguém.
Você pode até lembrar com carinho ou orgulho de algum momento importante na sua vida: formatura, casamento, aprovação no vestibular ou a festa mais linda que já tenha ido, mas o que vai te fazer falta mesmo, o que vai doer bem fundo, é a saudade dos momentos simples:
Da sua mãe te chamando pra acordar,
Do seu pai te levando pela mão,
Dos desenhos animados com seu irmão,
Do caminho pra casa com os amigos e a diversão natural
Do cheiro que você sentia naquele abraço,
Da hora certinha em que ele sempre aparecia pra te ver,
E como ele te olhava com aquela cara de coitado pra te derreter.
De qualquer forma, não esqueça das seguintes verdades:
Não faça nada que não te deixe em paz consigo mesma;
Cuidado com o que anda desabafando;
Conte até três (tá certo, se precisar, conte mais);
Antes só do que muito acompanhado;
Esperar não significa inércia, muito menos desinteresse;
Renunciar não quer dizer que não ame;
Abrir mão não quer dizer que não queira;
O tempo ensina, mas não cura.

Imagem retirada do site: http://www.gamedesire.com/player/anjasul/blog/487331

domingo, 24 de março de 2013

Amigo Ingrato


Causa-te surpresa o fato de ser o teu acusador de agora, o amigo aturdido de ontem, que um dia pediu-te abrigo ao coração gentil e ora não te concede ensejo, sequer, para esclarecimentos.

Despertas, espantado, ante a relação de impiedosas queixas que guardava de ti, ele que recebeu, dos teus lábios e da tua paciência, as excelentes lições de bondade e de sabedoria, com as quais cresceu emocional e culturalmente.

Percebes, acabrunhado, que as tuas palavras foram, pelo teu amigo, transformadas em relhos com os quais, neste momento, te rasga as carnes da alma, ele, que sempre se refugiou no teu conforto moral.

Reprocha-te a conduta, o companheiro que recebeste com carinho, sustentando-lhe a fragilidade e contornando as suas reações de temperamento agressivo.

Tornou-se, de um para outro momento, dono da verdade e chama-te mentiroso.

Ofereceste-lhe licor estimulante e recebes vinagre de volta.

Doaste-lhe coragem para a luta, e retribui-te com o desânimo para que fracasses.

Ele pretende as estrelas e empurra-te para o pântano.

Repleta-se de amor e descarrega bílis na tua memória, ameaçando-te sem palavras.

*

Não te desalentes!

O mundo é impermanente.

O afeto de hoje torna-se o adversário de amanhã.

As mãos que perfumas e beijas, serão, talvez, as que te esbofetearão, carregadas de urze.

*

Há mais crucificadores do que solidários na via de redenção.

Esquecem-se, os homens, do bem recebido, transformando-se em cobradores cruéis, sem possuírem qualquer crédito.

Talvez o teu amigo te inveje a paz, a irrestrita confiança em Deus, e, por isto, quer perturbar-te.

Persevera, tranqüilo!

Ele e isto, esta provação, passarão logo, menos o que és, o que faças.

Se erraste, e ele te azorraga, alegra-te, e resgata o teu equívoco.

Se estás inocente, credita-lhe as tuas dores atuais, que te aprimoram e te aproximam de Deus.

*

Não lhe guardes rancor.

Recorda que foi um amigo, quem traiu e acusou Jesus; outro amigo negou-O, três vezes consecutivas, e os demais amigos fugiram dEle.

Quase todos O abandonaram e O censuraram, tributando-Lhe a responsabilidade pelo medo e pelas dores que passaram a experimentar. Todavia, Ele não os censurou, não os abandonou e voltou a buscá-los, inspirá-los e conduzi-los de volta ao reino de Deus, por amá-los em demasia.

Assim, não te permitas afligir, nem perturbar pelas acusações do teu amigo, que está enfermo e não sabe, porque a ingratidão, a impiedade e a indiferença são psicopatologias muito graves no organismo social e humano da Terra dos nossos dias.
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos de Felicidade. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador, BA: LEAL. 1990.
Imagem retirada do site: http://virginiaalves2954.wordpress.com/2007/07/22/a-cor-da-lagrima/

quarta-feira, 20 de março de 2013

A Pequena Vendedora de Fósforos


“Muitas mulheres me contam que, quando crianças, frequentemente se sentiam impotentes e apavoradas quando estavam sozinhas, longe de onde estava o movimento, deixadas no gelo, por assim dizer, como a criança infeliz da história de Hans  Christian Anderson, o conto infantil intitulado A peque vendedora de fósforos. Uma das fábulas infantis mais inquietantes, que conta a história de uma garotinha órfã residente de uma vila, onde ninguém lhe dá atenção. Para sobreviver ela vende fósforos na rua. Numa noite terrivelmente fria de inverno, ela vagueia pelas ruas pedindo a estranhos que comprem seus fósforos, mas ninguém compra. Seu  consolo é olhar o calor da lareira de uma família bem alimentada, através da janela da sala. Mais tarde, naquela noite, a garotinha dos fósforos morre congelada de frio. Não existe uma história infantil de exclusão mais angustiante do que essa.

A ausência de uma ligação de amor durante a infância irá assombrar os anos de nossa vida adulta: o terrível sentimento de não ter sido querido pelos pais amados, mais tarde se tornará medo de não ser querido por um amigo ou desejado por uma amante. Às vezes,  o medo do abandono é suficiente para nos estimular a permanecer em relacionamentos insatisfatórios ou danosos; ou, por outro lado, a nos isolar, antecipadamente, contra a dor esperada pela rejeição.”
Trecho do livro: A arte de viver só – Florence Falk  - Editora Planeta

segunda-feira, 18 de março de 2013

Pássaros Feridos


Existe uma lenda acerca de um "pássaro" que só canta uma vez na vida,
com mais suavidade que qualquer outra criatura sobre a terra.
A partir do momento em que deixa o ninho,
começa a procurar um espinheiro-alvar,
e só descansa quando o encontra.
Depois, cantando entre os galhos selvagens,
empala-se no acúleo mais agudo e mais comprido.
E, morrendo, sublima a própria agonia
e despede um canto mais belo que o da cotovia e o de rouxinol.
Um canto superlativo, cujo preço é a existência.
Mas o mundo inteiro para ouvi-lo
e Deus sorri no céu.
Pois o melhor só se adquire à custa de um grande sofrimento ...
Pelo menos é o que diz a lenda.
O pássaro com o espinho cravado no peito segue uma lei imutável.
Impelido por ela, não sabe o que é empalar-se, e morre cantando.
No instante em que o espinho penetra
não há consciência nele do morrer futuro.
Limita-se a cantar e canta até que não lhe sobra vida
para emitir uma única nota.
Mas nós, quando enfiamos os espinhos no peito,
nós sabemos.
Compreendemos.
E assim mesmo o fazemos...
Colleen McCullough – na abertura do livro pássaros feridos

domingo, 17 de março de 2013

Poeminha Amoroso

 
Cora Coralina
Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo...
Imagem retirada do site: http://naturezaeminhapaixao.blogspot.com.br/

Uma Pequena Folha

 
Pablo Neruda
Tu eras também uma pequena folha,
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube  que ias comigo,
até que as tuas raízes  atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.
 

sexta-feira, 15 de março de 2013

Curiosidades

           Entre os séculos VIII e XI... invenções e descobertas permitiram elevar substancialmente a quantidade e a qualidade da produção agrícola. O arado pesado e munido de rodas, que possibilitava uma lavra mais profunda e maior movimentação  da terra, foi uma delas. Esse tipo de arado requeria, para arrastá-lo, amimais lavradeiros, e a experiência mostrar que o boi e o cavalo, possuidores da mesma força de tração, apresentavam algumas diferenças importantes: o cavalo é 50% mais rápido e mais resistente que o boi. Munidos de pescoço longo, os cavalos não podiam usar os mesmos arreios que os bois, sob pena de serem sufocados. Foi inventado então o colar rígido, com uma correia que passava sobre o peito, permitindo ao animal realizar o esforço sem perigo de estrangulamento. Outro ponto frágil dos equinos, a  fragilidade  de seus cascos, foi superado com a fabricação da ferradura.
.....
          Novidades também surgiram no terreno da técnica militar. A colocação do estribo e do arção no cavalo permitiu ao cavaleiro cravar-se firmemente no lombo do animal. Podia assim usar as armas, sobretudo a lança, com maior eficácia e potência. Paulatinamente foram se desenvolvendo as defesas metálicas desse tipo de cavaleiro, tanto sobre seu corpo como sobre o animal, até transformar-se numa espécie de tanque de guerra. Nascia desse modo a cavalaria pesada, que teve um papel notável nos embates e conquistas contra outras culturas.
 
             Trecho do livro Igreja Medieval: a cristandade latina- José Luiz Del Roio –Editora Ática

quinta-feira, 14 de março de 2013

Poema

Eu sou eu.
Você é você
Não vim ao mundo pra satisfazer suas expectativas
nem você as minhas.
Se em algum momento nos encontramos, pode ser lindo
senão... nada há por fazer.
Siga seu caminho, seja feliz!
Eu sou feliz!
(desconheço o autor - poema recebido da querida Mary Campus)

segunda-feira, 4 de março de 2013

O Pássaro Dourado

Emmanuel 

Conta-se que Ramsés II possuía enorme coleção de pássaros treinados para comunicação, aves semelhantes aos pombos-correio da atualidade.

Depois de algum tempo em que os mensageiros alados desempenhavam serviços de intercâmbio, com segurança e eficiência, a magnanimidade real deliberou honorificar seis deles, que se revelavam mais corajosos e fiéis.

Atendendo a isso, o grande sesostris colocou a homenagem, entre os diversos números de festa popular.

A condecoração constaria de um leve revestimento de ouro para cada um.

No dia marcado, conquanto sob severa contenção, cinco dos pássaros em destaque escaparam céus afora.

Apenas um deles ficou retido nas mãos  de alto funcionário, ante a real presença.

O faraó aproximou-se com carinho e borrifou-lhe o corpo, especialmente as asas, com finíssima poeira de ouro puro, sob os aplausos da multidão.

O pássaro condecorado, entretanto, embora liberto, permaneceu em vasta mesa do palácio, a contorcer-se, qual se quisesse desfazer-se do precioso  brinde, sempre reverenciado por todos no entanto,  nunca mais conseguiu voar.

Da Obra “Agora É O Tempo” – Espírito: Emmanuel – Médium: Francisco Cândido Xavier. / Imagem retirada de: http://bloguinho-infantil.blogspot.com.br/2010/10/o-passarinho-dourado.html


sábado, 2 de março de 2013

União Infeliz


Dolorosa, sem dúvida, a união considerada menos feliz. E, claro, que não existe obrigatoriedade para que alguém suporte, a contragosto, a truculência ou o peso de alguém, ponderando-se que todo espírito é livre no pensamento para definir-se, quanto às próprias resoluções. Que haja, porém, equilíbrio suficiente nos casais jungidos pelo compromisso afetivo, para que não percam a oportunidade de construir a verdadeira libertação.

Indiscutivelmente, os débitos que abraçamos são anotados na Contabilidade da Vida; todavia, antes que a vida os registre por fora, grava em nós mesmos, em toda extensão, o montante e os característicos de nossas faltas.

A pedra que atiramos no próximo talvez não volte sobre nós em forma de pedra, mas permanece conosco na figura de sofrimento. E, enquanto não se remove a causa da angústia, os efeitos dela perduram sempre, tanto quanto não se extingue a moléstia, em definitivo, se não a eliminamos na origem do mal.

Nas ligações terrenas, encontramos as grandes alegrias; no entanto, é também dentro delas que somos habitualmente defrontados pelas mais duras provações. Isso porque, embora não percebamos de imediato, recebemos, quase sempre, no companheiro ou na companheira da vida íntima, os reflexos de nós próprios.

É natural que todas as conjugações afetivas no mundo se nos figurem como sendo encantados jardins, enaltecidos de beleza e perfume, lembrando livros de educação, cujo prefácio nos enleva com a exaltação dos objetivos por atingir. A existência física, entretanto, é processo específico de evolução, nas áreas do tempo, e assim como o aluno nenhuma vantagem obterá da escola se não passa dos ornamentos exteriores do educandário em que se matricula, o espírito encarnado nenhum proveito recolheria do casamento, caso pretendesse imobilizar-se no êxtase do noivado.

Os princípios cármicos desenovelam-se com as horas. Provas, tentações, crises salvadoras ou situações expiatórias surgem na ocasião exata, na ordem em que se nos recapitulam oportunidades e experiências, qual ocorre à semente que, devidamente plantada, oferece o fruto em tempo certo.

O matrimônio pode ser precedido de doçura e esperança, mas isso não impede de que os dias subsequentes, em sua marcha incessante, tragam aos cônjuges os resultados das próprias criações que deixaram para trás.

A mudança espera todas as criaturas nos caminhos do Universo, a fim de que a renovação nos aprimore.

A jovem suave que hoje nos fascina, para a ligação afetiva, em muitos casos será talvez amanhã a mulher transformada, capaz de impor-nos dificuldades enormes para a consecução da felicidade; no entanto, essa mesma jovem suave foi, no passado - em existências já transcorridas -, a vítima de nós mesmos, quando lhe infligimos os golpes de nossa própria deslealdade ou inconsequência, convertendo-a na mulher temperamental ou infiel que nos cabe agora revelar e retificar. O rapaz distinto que atrai presentemente a companheira, para os laços da comunhão mais profunda, bastas vezes será provavelmente depois o homem cruel e desorientado, suscetível de constrangê-la a carregar todo um calvário de aflições, incompatíveis com os anseios de ventura que lhe palpitam na alma. Esse mesmo rapaz distinto, porém, foi no pretérito - em existências que já se foram - a vítima dela própria, quando, desregrada ou caprichosa, lhe desfigurou o caráter, metamorfoseando-o no homem vicioso ou fingido que lhe compete tolerar e reeducar.

Toda vez que amamos alguém e nos entregamos a esse alguém, no ajuste sexual, ansiando por não nos desligarmos desse alguém, para depois - somente depois - surpreender nesse alguém defeitos e nódoas que antes não víamos, estamos à frente de criatura anteriormente dilapidada por nós, a ferir-nos justamente nos pontos em que a prejudicamos, no passado, não só a cobrar-nos o pagamento de contas certas, mas, sobretudo, a esmolar-nos compreensão e assistência, tolerância e misericórdia, para que se refaça ante as leis do destino. A união suposta infeliz deixa de ser, portanto, um cárcere de lágrimas para ser um educandário bendito, onde o espírito equilibrado e afetuoso, longe de abraçar a deserção, aceita, sempre que possível, o companheiro ou a companheira que mereceu ou de que necessita, a fim de quitar-se com os princípios de causa e efeito, liberando-se das sombras de ontem para elevar-se, em silenciosa vitória sobre si mesmo, para os domínios da luz.
  Pelo Espírito Emmanuel/ Médium: Francisco Cândido Xavier/Do livro: Vida e Sexo
 Imagem retirada do site: http://bemqueeuqueria.blog.terra.com.br/category/sem-categoria/