quinta-feira, 29 de maio de 2014

Autoconhecimento é um processo

Então, para compreender os inumeráveis problemas que cada um de nós tem, não é essencial que haja autoconhecimento? E essa é uma das coisas mais difíceis, consciência de si – o que não significa um isolamento, um retraimento. Obviamente, se conhecer é essencial; mas se conhecer não implica se retirar da relação. E seria um erro, certamente, pensar que a pessoa pode se conhecer significantemente, completamente, totalmente, através do isolamento, ou indo para algum psicólogo ou algum sacerdote; ou que se pode aprender autoconhecimento através de um livro. Autoconhecimento é obviamente um processo, não um fim em si mesmo; e para conhecer a si mesmo, deve-se estar cônscio de si mesmo em ação, o que é relação. Você descobre a si mesmo, não em isolamento, não retraído, mas em relação, em relação com a sociedade, com sua esposa, seu marido, seu irmão, com o homem; mas para descobrir como você reage, qual é sua resposta, é preciso extraordinária vigilância da mente, sutileza de percepção.
 Krishnamurti, J. Krishnamurti, The Book of Life

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Poder de recolher-se


Recolher-se é desapegar. É dar um passo atrás da situação atual. É me distanciar da influência das situações externas que me prendem nas teias dos sentimentos e emoções. Para que eu possa me recolher é crucial entender que não preciso ficar apegado aos acontecimentos rotineiros ou às marés da vida. A meditação me ajuda a construir esse poder. Aprendo a ficar mais quieto. Falo menos. Penso menos. Desenvolvo uma disciplina interior. Para isso, preciso considerar minha mente como minha filha. Não devo repreendê-la por pensar negativo, mas tratá-la com cuidado e amor. Isto trará perseverança e finalmente o poder de recolher-se.

Brahma Kumaris

Viver sem tempos mortos...

Simone de Beauvoir
Não mais me deitar no feno perfumado ou deslizar na neve deserta.
Onde eu exatamente me encontro?
O que me surpreende é a impressão de não ter envelhecido, embora eu esteja instalada na velhice.
O tempo é irrealizável.
Provisoriamente o tempo parou para mim.
Provisoriamente.
Mas eu não ignoro as ameaças que o futuro encerra, como também não ignoro que é o meu passado que define a minha abertura para o futuro.
O meu passado é a referência que me projeta e que eu devo ultrapassar.
Portanto, ao meu passado, eu devo o meu saber e a minha ignorância, as minha necessidades, as minhas relações, a minha cultura e o meu corpo.
Hoje, que espaço o meu passado deixa para a minha liberdade hoje? Não sou escrava dele. Não sou escrava dele.
O que eu sempre quis foi comunicar unicamente da maneira mais direta o sabor da minha vida. Unicamente o sabor da minha vida.
Acredito que eu consegui fazê-lo.
Vivi num mundo de homens, guardando em mim o melhor da minha feminilidade.
Não desejei e nem desejo nada mais do que viver sem tempos mortos.                                                                 

domingo, 25 de maio de 2014

Você não está sozinho

Cada coisa em seu lugar


 festa reuniu todos os discípulos de Nasrudin. Comeram e beberam por muitas horas, e conversaram sobre a origem das estrelas. Quando já era quase madrugada, todos se prepararam para voltarem as suas casas.

Restava um belo prato de doces sobre a mesa: Nasrudin obrigou os seus discípulos a comê-lo.

Um deles, porém, se recusou.

“O mestre está nos testando” disse. “Quer ver se conseguimos controlar nossos desejos”.

“Você está enganado”, respondeu Nasrudin. “A melhor maneira de dominar um desejo, é vê-lo satisfeito. Prefiro que vocês fiquem com o doce no estômago – que é seu verdadeiro lugar – do que no pensamento, que deve ser usado para coisas mais nobres.”

Estou farto de me agarrar


Uma vez havia uma aldeia de criaturas no fundo do leito de um grande rio cristalino. A corrente do rio passava silenciosamente por cima de todos eles, ricos e pobres, bons e maus. Cada criatura a seu modo, se agarrava fortemente às plantas e pedras do leito do rio, pois agarrar-se era seu modo de vida e resistir à corrente era o que cada um tinha aprendido desde que nascera. 

Uma das criaturas disse por fim: 'Estou farto de me agarrar. Embora não possa ver com meus próprios olhos, espero que a corrente saiba para onde está indo. Vou soltar-me e deixar que ela me leve para onde quiser. Se me agarrar, morrerei de tédio'. As outras criaturas riram-se e disseram: ' Louco! Se você se soltar, essa corrente o lançará sobre as pedras e sua morte será mais rápida que a causada pelo tédio!' 

Mas ele não lhes deu ouvidos, soltou-se e foi lançado sobre as pedras. Com o tempo, como ele se recusasse a voltar a se agarrar, a corrente o levantou, livrando-o do fundo pedregoso, e ele não se machucou mais. As criaturas exclamaram: ' Vejam, um milagre! Uma criatura como nós, e no entanto voa! É o Messias que chegou para nos salvar!' E ele disse: ' Não sou mais Messias do que vocês. O rio tem prazer em nos erguer à liberdade, se ousarmos nos soltar. Nosso verdadeiro trabalho é essa viagem, essa aventura!'

Trecho do livro Ilusões - Richard Bach

sábado, 24 de maio de 2014

O dia de amanhã cuidará de si mesmo


Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber, nem quanto ao vosso corpo pelo que haveis de vestir, não é a vida mais que o mantimento e o corpo mais do que o vestido? Olhai para as aves do céu que nem semeiam nem colhem, nem ajuntam em celeiros e o Vosso Pai Celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? E quando ao vestido, por que andais preocupados, olhai para os lírios do campo, como eles crescem, não trabalham nem fiam e eu vos digo que nem mesmo Salomão em toda sua glória se vestiu como qualquer deles, pois se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós? Não andeis pois inquieto dizendo: que comeremos? Que beberemos? ou o que o que nos vestiremos, de certo Vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas.mas buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. Vos preocupeis pois pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo." 
                                                                                                                                         Jesus

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Na Hora do Silêncio

Quando te encontrares em qualquer dificuldade emocional, recorda o silêncio como instrumento divino de construção e paz.

Confuso, ele te ajudará a encontrar soluções adequadas.

Indeciso, ele te ajudará a fortalecer a idéia de maior equilíbrio.

Desacreditado, ele te ajudará a reconhecer que o mais importante é acreditares em ti mesmo.

Perseguido, ele te ajudará a compreender os perseguidores.

Injuriado, ele te ajudará a continuar apesar dos espinhos.

Vencido, ele te ajudará no refazimento de tuas forças.

Revoltado, ele te ajudará a entender o valor da resignação no processo de auto-aperfeiçoamento.

Ressentido, ele te ajudará a lutar contra o melindre.

Injustiçado, ele te ajudará a perceber que o perdão rompe a cadeia do mal.

Incompreendido, ele te ajudará a sustentar a paciência.

Toda vez que te sentires em dificuldades emocionais, pensa um pouco mais antes de qualquer atitude impetuosa e recorda que, diante de Pilatos, o silêncio de Jesus representou, para sempre, a vitória do bem imperecível sobre a incompreensão transitória.
Autor: André Luiz
Psicografia de Antônio Baduy Filho

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Como nascem as borboletas

Vendo esse vídeo a gente observa quanto de persistência, quanto de paciência, quanto de flexibilidade nos delicados movimentos precisou a lagarta para conseguir voar. Se deixássemos a natureza agir, assim seria o movimento do nosso coração, mas na maioria das vezes queremos dar o ritmo da nossa "cabeça" ao nosso coração e precipitamos tudo, estragamos tudo, porque o amor precisa de tempo para amadurecer. Se tivéssemos a paciência da lagarta, se tivéssemos a persistência da lagarta e se tivéssemos a flexibilidade ideal para movimentar, com a mesma delicadeza da lagarta, os nossos sentimentos teríamos um coração tão leve, tão doce que a ninguém causaríamos dor, tristeza ou mágoa e cada bater de nossas asas para erguer-se em voo seria como um grito de liberdade pleno de amor nesse voo infinito para Deus.
Áurea Ribeiro

domingo, 18 de maio de 2014

A tristeza permitida


Martha Medeiros

Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como? 

Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra. 

Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra. 

A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido. 

Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas. 

“Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia. 

Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

A menina e o pássaro encantado

UM CLÁSSICO!
“Meu encanto precisa da saudade...”

“Era uma vez uma menina que amava um pássaro encantado que sempre a visitava e lhe contava estórias, o que a fazia imensamente feliz. Mas chegava um momento que o pássaro dizia: “Tenho que ir”. A menina chorava porque amava o pássaro e não queria que ele partisse. “Menina”, disse-lhe o pássaro, “aprenda o que vou lhe ensinar: eu só sou encantadopor causa da ausência. É na ausência que a saudade vivi. E a saudade é um perfume que torna encantados todos os que os sentem. Quem tem saudades esta amando. Tenho que partir para que a saudade exista e para que continue a ama-la e você continue a me amar...” E partia.
A menina, sofrendo a dor da saudade maquinou um plano: quando o pássaro voltou e lhe contou estórias e foi dormir, ela o prendeu em uma gaiola de prata, dizendo: “Agora ele será meu para sempre.” Mas não foi isso que aconteceu. O pássaro, sem poder voar, perdeu as cores, perdeu o brilho, perdeu a alegria, não tinha mais estórias para contar. E o amor acabou. Levou um tempo para que a menina percebesse que ela não amava aquele pássaro engaiolado. O pássaro que ela amava era o pássaro que voava livre e voltava quando queria e ela soltou o pássaro que voou para longe.”

Rubem Alves in A menina e o pássaro encantado
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Rubem Alves é uma das pessoas que eu mais admiro nesta vida. Um dia assisti uma conferência dele aqui em Fortaleza. Foi  um momento inesquecível.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

A Indulgência

JOSÉ
Espírito Protetor, Bordeaux, 1863
O Evangelho Segundo o Espiritismo

            Espíritas, queremos hoje vos falar da indulgência, esse sentimento tão doce, tão fraternal,que todo homem deve ter para com os seus irmãos, mas que tão poucos praticam. A indulgência não vê os defeitos alheios, e se os vê, evita comentá-los e divulgá-los. Oculta-os, pelo contrário, evitando que se propaguem, e se a malevolência os descobre, tem sempre uma desculpa à mão para os disfarçar, mas uma desculpa plausível, séria, e não daquelas que, fingindo atenuar a falta, a fazem ressaltar com pérfida astúcia.
            A indulgência jamais se preocupa com os maus atos alheios, a menos que seja para prestar um serviço, mas ainda assim com o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, nem traz censuras nos lábios, mas apenas conselhos, quase sempre velados. Quando criticais, que dedução se deve tirar das vossas palavras? A de que vós, que censurais, não praticastes o que condenais, e valeis mais do que o culpado. Oh, homens! Quando passareis a julgar os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos e os vossos próprios atos, sem vos ocupardes do que fazem os vossos irmãos? Quando fitareis os vossos olhos severos somente sobre vós mesmos?
            Sede, pois, severos convosco e indulgentes para com os outros. Pensai naquele que julga em última instância, que vê os secretos pensamentos de cada coração, e que, em conseqüência, desculpa freqüentemente as faltas que condenais, ou condena as que desculpais, porque conhece o móvel de todas as ações. Pensai que vós, que clamais tão alto: “anátema!” talvez tenhais cometido faltas mais graves.
            Sede indulgentes meus amigos, porque a indulgência atrai, acalma, corrige, enquanto o rigor desalenta, afasta e irrita.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

E ele conta...

“Às vezes é preciso diminuir a barulheira, parar de fazer perguntas, parar de imaginar respostas, aquietar um pouco a vida para simplesmente deixar o coração nos contar o que sabe. E ele conta. Com a calma e a clareza que tem.”
— Caio Fernando Abreu

domingo, 11 de maio de 2014

Sonata ao Luar



     Quem de nós não teve um momento de extremada dor?
     Quem nunca sentiu, em algum momento da vida, vontade de desistir?
     Quem ainda não se sentiu só, extremamente só, e teve a sensação de ter perdido o endereço da esperança!
    Nem mesmo as pessoas famosas, ricas, importantes, estão isentas de terem seus momentos de solidão e profunda amargura...
    Foi o que ocorreu com um dos mais reconhecidos compositores de todos os tempos, chamado Ludwig Van Beethoven, que nasceu no ano de 1770 em Bonn, Alemanha, e faleceu em 1827, em Viena, na Áustria.
    Beethoven vivia um desses dias tristes, sem brilho e sem luz. Estava muito abatido pelo falecimento de um príncipe da Alemanha, que era como um pai para ele.
   O jovem compositor sofria de grande carência afetiva. O pai era um alcoólatra contumaz e o agredia fisicamente. Faleceu na rua, por causa do alcoolismo.
    Sua mãe morreu muito jovem. Seu irmão biológico nunca o ajudou em nada, e, além disso, cobrava-lhe aluguel da casa onde morava.
   A tudo isto soma-se o fato de sua doença agravar-se. Sintomas de surdez começavam a perturbá-lo, ao ponto de deixá-lo nervoso e irritado.
   Beethoven somente podia escutar usando uma espécie de trombone acústico no ouvido, o que seria para nós, hoje, um tipo de aparelho auditivo.
  Ele carregava sempre consigo uma tábua ou um caderno, para que as pessoas escrevessem suas idéias e pudessem se comunicar, mas elas não tinham paciência para isto, nem para ler seus lábios.
  Notando que ninguém o entendia nem o queriam ajudar, Ludwig se retraiu e se isolou. Por isso conquistou a fama de misantropo.
   Foi por todas essas razões que o compositor caiu em profunda depressão. Chegou a redigir um testamento dizendo que ia se suicidar.
   Mas como nenhum filho de Deus está esquecido, vem a ajuda espiritual através de uma moça cega, que lhe fala quase gritando.
   Ela morava na mesma pensão pobre, para onde Beethoven havia se mudado, e daria tudo para enxergar uma noite de luar...
   Ao ouvi-la Beethoven se emociona até as lágrimas...
   Afinal, ele podia ver! Ele podia escrever sua arte nas pautas...
  A vontade de viver volta-lhe renovada e ele compõe uma das músicas mais belas da humanidade: Sonata ao luar.
  No seu tema, a melodia imita os passos vagarosos de algumas pessoas. Possivelmente os dele e os dos outros que levavam o caixão mortuário do príncipe, seu protetor.
  Olhando para o céu prateado de luar, e lembrando da moça cega, como a perguntar o porquê da morte daquele mecenas tão querido, ele se deixa mergulhar num momento de profunda meditação transcendental...
  Alguns estudiosos de música dizem que as três notas que se repetem insistentemente no tema principal do 1º movimento da Sonata, são as três sílabas da palavra por quê? ou outra palavra sinônima, em alemão.
  Anos depois de ter superado o sofrimento, viria o incomparável Hino à alegria, da 9ª sinfonia, que coroa a missão desse notável compositor, já totalmente surdo.
   Hino à alegria expressa a sua gratidão à vida e a Deus por não haver se suicidado.
   Tudo graças àquela moça cega que lhe inspirou o desejo de traduzir, em notas musicais, uma noite de luar...
   Usando sua sensibilidade Beethoven retratou, através da melodia, a beleza de uma noite banhada pelas claridades da lua, para alguém que não podia ver com os olhos físicos...
***
   A música desperta na alma impressões de arte e de beleza que são o júbilo e a recompensa dos espíritos puros, uma participação na vida divina em seus deleites e seus êxtases.
   A música, melhor do que a palavra representa o movimento, que é uma das leis da vida; por isso ela é a própria voz do mundo superior.
  Porém, unida a palavras malsãs, a música não é mais do que um instrumento de perversão, um veículo de torpeza que precipita a alma nas baixas sensualidades, corrompendo os costumes.
  Pense nisso, e busque alimentar sua alma com melodias que expressem arte e beleza, que falem do bom e do belo.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em história narrada pelo músico Enrique Baldovino e em algumas frases do livro “O Espiritismo na Arte”, de Léon Denis.

A impontualidade do amor


atribuído na internet a Martha Medeiros

Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente a tevê, devora dois pacotes de doritos enquanto espera o telefone tocar. Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha. 

Trimmm! É sua mãe, quem mais poderia ser? Amor nenhum faz chamadas por telepatia. Amor não atende com hora marcada. Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase galinha, sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem aí. Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta, volver. Por que o amor nunca chega na hora certa? 

Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans. Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana para um cinema. Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de jazz. Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio. 

O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina. Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga, e mal repara em outro alguém que só tem olhos pra você. Ou então fica arrasado porque não foi pra praia no final de semana. Toda a sua turma está lá, azarando-se uns aos outros. Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida. O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa. 

O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste. Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole. O amor está em todos os lugares, você que não procura direito. 

A primeira lição está dada: o amor é onipresente. Agora a segunda: mas é imprevisível. Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza. Idealizar é sofrer. Amar é surpreender.

domingo, 4 de maio de 2014

Disseram que não vencerás...


Emmanuel - Chico Xavier
Livro: Momentos de Paz
DISSERAM...
Que não vencerás em teus empreendimentos;
que o teu doente querido está no clima da morte;
que atravessarás longa noite de provações;
que não mais encontrarás o trabalho que mais desejas;
que não te recuperarás de certas perdas sofridas;
que não realizarás os sonhos que acalentas;
que os entes amados distantes de ti nunca mais te voltarão ao convívio;
que o desgaste do corpo físico não mais te permitirá as realizações que tanto almejas;
que, por essa ou aquela falta, andarás sobre a Terra constantemente sobre pedras e espinhos.
Tudo isso disseram...
Entretanto, continua agindo e servindo, orando e esperando, porque as opiniões de Deus são diferentes.

sábado, 3 de maio de 2014

Harlan Coben


Harlan nasceu em Newark, Nova Jersey. Depois de se formar em ciência política, trabalhou no setor de turismo. Hoje mora em Nova Jersey com os quatro filhos e a esposa. 

Vencedor de diversos prêmios, é o único escritor a ter recebido a trinca de ases da literatura policial americana: o Anthony, o Shamus e o Edgar Allan Poe, todos por livros da série de Myron Bolitar. Suas obras já foram traduzidas para 41 idiomas. Aclamado na França, Coben é conhecido como “o mestre das noites em claro”. Seu livro Não conte a ninguém foi transformado no premiado filme homônimo estrelado por Kristin Scott Thomas e François Cluzet, disponível no Brasil em DVD.

É uma leitura distrativa bem leve, mas prende muito a nossa atenção. Não conseguimos soltar o livro até chegar no último capítulo. Bom para distrair a mente diante dos problemas da vida. Ajuda a esquecer.

Os livros publicados no Brasil:
Jogada Mortal
Sem Deixar Rastros
Quebra de Confiança
O Preço da Vitória
A Promessa
Quando Ela se Foi
Alta Tensão (está na fila para uma próxima leitura)
Refúgio
Não Conte a Ninguém (já li)
Uma questão de Segundos
Desaparecido para Sempre (já li)
Não Há Segunda Chance
Apenas um Olhar
O Inocente
Silêncio na Floresta
Confie em Mim (já li)
Cilada
Fique Comigo

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Dez apontamentos de paz


1º Aprenda a desculpar infinitamente para que os seu erros, à frente dos outros, sejam esquecidos e perdoados.

2º Cale-se, diante do escárnio e da ofensa, sustentando o silêncio edificante, capaz de ambientar-lhe a palavra fraterna em momento oportuno.

3º Não cultive desafetos, recordando que a aversão por determinada criatura é, quase sempre, o resultado da aversão que lhe impuseste.

4º Não permita que o egoísmo e a vaidade, o orgulho e a discórdia se enraízem no seu coração, lembrando que toda a idéia de superstimação dos próprios valores é adubo nos espinheiros da irritação e do ódio.

5º Perante o companheiro que se rendeu às tentações de natureza inferior, deixe que a compaixão lhe ilumine os pontos de vista, pensando que, em outras circunstâncias, poderia você ocupar-lhe a indesejável situação e o lugar triste.

6o Não erga a sua voz demasiado e nem tempere a sua frase com fel para que a sua palavra não envenene as chagas do próximo.

7º Levante-se, cada dia, com a disposição de servir sem a preocupação de ser servido, de auxiliar sem retribuição e cooperar sem recompensa, para que a solidariedade espontânea te favoreça com os créditos e recursos da simpatia.

8º Esqueça a calúnia e a maledicência, a perversidade e as aflições que lhe dilaceram a alma, entendendo nas dores e obstáculos do mundo as suas melhores oportunidades de redenção.

9º Lembre-se de que os seus credores estão registrando a linguagem de seus exemplos e perdoar-lhe-ão as faltas e os débitos, à medida que você se fizer o benfeitor desinteressado de muitos.

10º Não julgue que o serviço da paz seja mero problema da boca mas, sim, testemunho de amor renúncia, regeneração e humildade da própria vida, porque, somente ao preço de nosso próprio suor, na obra do bem, é que conseguiremos reconciliar-nos, mais depressa, com os nossos adversários, segundo a lição do Senhor.

Se vos internardes pelo terreno baldio da queixa, em breve, vos achareis mergulhados no charco de compridos lamentações.
Autor: André Luiz
Psicografia de Chico Xavier. Do livro: Mentores e Seareiros

quinta-feira, 1 de maio de 2014

O Deus dos Valentes


Paulo Coelho
Se o que você está percorrendo é o caminho dos seus verdadeiros sonhos,comprometa-se com ele.
Não deixe a porta de saída aberta, através da desculpa: "Ainda não é bem isto que eu queria".
Esta frase guarda dentro dela a semente da derrota.
Assuma o seu caminho.mesmo que precise dar passos incertos, mesmo que saiba que pode fazer melhor o que está fazendo.
Se você aceitar suas possibilidades no presente, vai melhorar no futuro, mas se negar suas limitações, jamais se verá livre delas.
Enfrente seu caminho com coragem, não tenha medo da crítica dos outros.
E, sobretudo, não se deixe paralisar por sua própria crítica.
Deus estará sempre com você nas noites insones, e enxugará com seu amor as lágrimas ocultas.
Deus é o Deus dos valentes.