sábado, 28 de junho de 2014

Pode uma mente bruta se tornar sensível?


Ouçam a pergunta, o significado por trás das palavras. Pode a mente bruta se tornar sensível? Se eu digo que minha mente é bruta e tento torná-la sensível, o próprio esforço para se tornar sensível é brutalidade. Por favor, vejam isto. Não fiquem intrigados, mas olhem. Por outro lado, se reconheço que sou bruto sem querer mudar, sem tentar me tornar sensível, se começo a compreender o que a brutalidade é, observá-la em minha vida dia após dia – o modo voraz de comer, a rudeza com que trato as pessoas, o orgulho, a arrogância, a grosseria de meus hábitos e pensamentos – essa própria observação transforma o que éDo mesmo modo, se sou estúpido e digo que devo me tornar inteligente, o esforço para ficar inteligente é apenas uma forma maior de estupidez; porque o importante é compreender a estupidez. Por mais que eu possa tentar me tornar inteligente, minha estupidez permanecerá. Eu posso adquirir o verniz superficial do aprendizado, posso citar livros, repetir passagens de grandes autores, mas, basicamente, ainda serei estúpido. Mas se eu vejo e compreendo a estupidez quando ela se expressa em minha vida cotidiana – como me comporto frente ao meu empregado, como considero meu vizinho, o homem pobre, o homem rico, o funcionário – então essa própria consciência provoca a dissolução da estupidez
  J. Krishnamurti, The Book of Life
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O autoconhecimento é a base de qualquer mudança. Por isso é tão difícil mudar, porque a auto-observação e a tomada de consciência de nossos defeitos é muito difícil. Na verdade, a maior dificuldade é reconhecermos o que somos. Tenho uma amiga que sempre me fala sobre a mãe dela, que nunca fala de forma normal com os filhos, sempre fala com grosseria e brutalidade. Imagine alguém não conseguir uma coisa tão básica, que é falar com um tom normal de voz. Se alguém ainda não consegue uma coisa tão simples está em maus lençóis, porque estamos vivendo um momento de últimas oportunidades e não adianta mergulhar num mundo de faz de conta que sou meigo, faz de conta que sou doce, porque Deus conhece nosso coração bem melhor do que nós mesmos e a Ele ninguém engana. Precisamos antes de tudo buscarmos o conhecimento dos processos que podem favorecer nossas mudanças, porque se caminhamos às cegas achando que conhecemos todos os processos podemos perder um tempo precioso. Para isso precisamos ter humildade suficiente para reconhecermos o que somos realmente e do que somos capaz,  para darmos o segundo passo que é  procurar as formas que podem nos levar a mudança.

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