domingo, 19 de maio de 2013

Cartas a Nelson Algren: um amor transatlântico - 1947/1964

No final da década de 90, as cartas enviadas pela escritora francesa Simone de Beauvoir a seu amante, o escritor norte-americano Nelson Algren, tornaram-se públicas, depois da edição do livro “Cartas a Nelson Algren: um amor transatlântico - 1947/1964 “. O livro, organizado pela filha adotiva de Simone,  Sylvie Le Bon de Beauvoir, revela a escritora de forma bastante diferente daquela até então conhecida através de suas memórias.  Simone de Beauvoir, filósofa e escritora que popularizou o aforismo: "Uma mulher não nasce, torna-se mulher"  teve  Sartre como  seu companheiro, cúmplice e  juntos  viviam uma relação aberta e mantinham  o que chamavam  de “casamento intelectual”.  Publicamente Simone sempre se mostrou uma feminista e escreveu uma das bíblias do feminismo, “O Segundo Sexo”.  A relação amorosa que ela manteve com o filósofo Jean-Paul Sartre (1905-1980), sempre apresentada como revolucionária, na prática não era exatamente assim,  pelo menos em um desses casos, a relação que Simone manteve por 17 anos com o escritor americano Nelson Algren , ela era bem diferente, em dado momento, ela anuncia que mandou fazer um robe de seda, para que em seu encontro seguinte ele pudesse vê-la lavando pratos com elegância. O casal se correspondeu até 1964, mas o romance já terminara treze anos antes, para desespero de Simone. Em várias ocasiões, ela caiu em prantos ao lembrar-se de seu grande amor. Foi ela, contudo, quem causou o rompimento: sem querer abandonar Sartre, a França e a literatura, recusou todos os pedidos de casamento de Algren. A história ganhou uma escritora engajada e perdeu uma dona-de-casa feliz.

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