No
final da década de 90, as cartas enviadas pela escritora francesa Simone de
Beauvoir a seu amante, o escritor norte-americano Nelson Algren, tornaram-se
públicas, depois da edição do livro “Cartas a Nelson Algren: um amor
transatlântico - 1947/1964 “. O livro, organizado pela filha adotiva de Simone,
Sylvie Le Bon de Beauvoir, revela a
escritora de forma bastante diferente daquela até então conhecida através de
suas memórias. Simone de Beauvoir,
filósofa e escritora que popularizou o aforismo: "Uma mulher não nasce,
torna-se mulher" teve Sartre como seu companheiro, cúmplice e juntos viviam uma relação aberta e mantinham o que chamavam de “casamento intelectual”. Publicamente Simone sempre se mostrou uma
feminista e escreveu uma das bíblias do feminismo, “O Segundo Sexo”. A relação amorosa que ela manteve com o filósofo
Jean-Paul Sartre (1905-1980), sempre apresentada como revolucionária, na
prática não era exatamente assim, pelo
menos em um desses casos, a relação que Simone manteve por 17 anos com o
escritor americano Nelson Algren , ela era bem diferente, em dado momento, ela
anuncia que mandou fazer um robe de seda, para que em seu encontro seguinte ele
pudesse vê-la lavando pratos com elegância. O casal se correspondeu até 1964,
mas o romance já terminara treze anos antes, para desespero de Simone. Em
várias ocasiões, ela caiu em prantos ao lembrar-se de seu grande amor. Foi ela,
contudo, quem causou o rompimento: sem querer abandonar Sartre, a França e a
literatura, recusou todos os pedidos de casamento de Algren. A história ganhou
uma escritora engajada e perdeu uma dona-de-casa feliz.
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