Albert
Camus
Envelhecer
é o único meio de viver muito tempo.
A
idade madura é aquela
na
qual ainda se é jovem,
porém
com muito mais esforço.
O
que mais me atormenta
em
relação às tolices de minha juventude,
não
é havê-las cometido…
é
sim não poder voltar a cometê-las.
Envelhecer
é passar da paixão
para
a compaixão.
Muitas
pessoas não chegam aos oitenta
porque
perdem muito tempo
tentando
ficar nos quarenta.
Aos
vinte anos reina o desejo,
aos
trinta reina a razão,
aos
quarenta o juízo.
O
que não é belo aos vinte,
forte
aos trinta,
rico
aos quarenta,
nem
sábio aos cinquenta,
nunca
será nem belo,
nem
forte,
nem
rico,
nem
sábio…
Quando
se passa dos sessenta,
são
poucas as coisas que nos parecem absurdas.
Os
jovens pensam que os velhos são bobos;
os
velhos sabem que os jovens o são.
A
maturidade do homem
é
voltar a encontrar a serenidade
como
aquela que se usufruía
quando
se era menino.
Nada
passa mais depressa que os anos.
Quando
era jovem dizia:
“verás
quando tiver cinquenta anos”.
Tenho
cinquenta anos
e
não estou vendo nada.
Nos
olhos dos jovens arde a chama,
nos
olhos dos velhos brilha a luz.
A
iniciativa da juventude
vale
tanto quanto a experiência dos velhos.
Sempre
há um menino em todos os homens.
A
cada idade lhe cai bem uma conduta diferente.
Os
jovens andam em grupo,
os
adultos em pares
e
os velhos andam sós.
Feliz
é quem foi jovem em sua juventude
e
feliz é quem foi sábio em sua velhice.
Todos
desejamos chegar à velhice
e
todos negamos que tenhamos chegado.
Não
entendo isso dos anos:
que,
todavia, é bom vivê-los, mas
não
tê-los.”
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