domingo, 25 de agosto de 2013

O Desapego dos Objetivos




Agarrar-se a objetivos também é um obstáculo ao desapego que merece destaque.

Não é o fato de possuir objetivos que é problemático, mas sim a força com a qual a pessoa se agarra a eles, a identificação com os objetivos que perseguimos. O grande sábio chinês Tranxu já escrevia: "quando o arqueiro mira o alvo por puro prazer, ele dispõe de todas as capacidades. Quando mira o alvo para obter um aro de bronze, fica nervoso. Quando quer ganhar um prêmio em ouro maciço, torna-se cego, vê dois alvos, fica fora de si. Sua competência não diminuiu, mas ele está simplesmente dividido pelo prêmio que procura receber. Ele pensa mais na vitória do que em atingir o alvo, e a necessidade de ganhar o esvazia de seu poder".
 
Eis uma descrição precisa do perigo de nos mantermos agarrados demais aos objetivos que perseguimos. Ater-se à realização desses objetivos mais do que a tudo nos enfraquece. A angústia e o medo pode se infiltrar em nosso espírito. A paz não pode mais reinar, a felicidade se afasta de nós. Ir em busca de um objetivo e se desapegar ao mesmo tempo é a solução. É preciso está aberto ao fato de que talvez se deva modificar seus objetivos, renunciar a algumas metas,  mudar.
 
A não permanência da vida demanda essa capacidade. Um estudo sobre a noção de esperança evidenciou que esse sentimento é a propriedade característica daqueles que se permitem mudar de objetivos sem se repreender e desenvolvem a capacidade de seguir em frente se desapegando.


Esse trecho foi tirado do livro O Desapego de Rosette Poletti e Barbara Dobbs. Um livro espetacular sobre o assunto. Com direito até a caderno de exercícios.

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