terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O Anel

Autor desconhecido
"Venho aqui, mestre, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer nada. Me dizem que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota. Como posso melhorar? O que posso fazer para que me valorizem mais?
O mestre, sem olhá-lo, disse: - Sinto muito, meu jovem, mas não posso ajudá-lo; devo primeiro resolver o meu próprio problema. Talvez, depois. E, fazendo uma pausa, falou:

- Se você me ajudasse, eu poderia resolver este problema com mais rapidez e depois talvez possa te ajudar.

- C... Claro, mestre, gaguejou o jovem, mas se sentiu outra vez desvalorizado e hesitou em ajudar seu mestre.

O mestre tirou um anel que usava no dedo pequeno, deu ao garoto e disse:


- Monte no cavalo e vá até o mercado. Devo vender este anel, porque tenho que pagar uma dívida. É preciso que obtenha o máximo possível pelo anel, mas não aceite menos que uma moeda de ouro. Vá e volte com a moeda o mais rápido possível.

O jovem pegou o anel e partiu. Mal chegou ao mercado e começou a oferecer o anel aos mercadores. Eles olhavam com algum interesse, até quando o jovem dizia o quanto pretendia pelo anel. Quando ele mencionava uma moeda de ouro, alguns riam, outros saiam sem ao menos olhar para ele; só um velhinho foi amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar um anel.


Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer uma moeda de prata e uma xícara de cobre, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que uma moeda de ouro, e recusava as ofertas.


Depois de oferecer a joia a todos os que passaram pelo mercado,  abatido pelo fracasso, montou no cavalo e voltou. O jovem desejou ter uma moeda de ouro para que ele mesmo pudesse comprar o anel; assim, livraria a preocupação de seu professor, podendo receber ajuda e conselhos.


Entrou na casa e disse: - Mestre, sinto muito, mas é impossível conseguir o que me pediu. Talvez, pudesse conseguir duas ou três moedas de prata, mas não acho que se possa enganar ninguém sobre o valor do anel.


- Importante o que disse meu jovem, contestou sorridente.


- Devemos saber, primeiro, o valor do anel. Volte a montar no cavalo e vá até o joalheiro. Quem melhor para saber o valor exato do anel? Diga que quer vender o anel e pergunte quanto ele te dá por ele. Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda. Volte aqui com meu anel.


O jovem foi até o joalheiro e lhe deu o anel para examinar. O joalheiro examinou o anel com uma lupa, pesou-o e disse:


 - Diga ao seu Mestre que, se ele quer vender agora, não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel.

- 58 MOEDAS DE OURO!!! Exclamou o jovem.


- Sim, replicou o joalheiro, eu sei que, com tempo, eu poderia oferecer cerca de 70 moedas, mas se a venda é urgente...


O jovem correu, emocionado, à casa do mestre para contar o que ocorreu.


- Senta, disse o mestre. Depois de ouvir tudo o que o jovem lhe contou, disse:


- Você é como esse anel, uma joia valiosa e única. E que só pode ser avaliada por um “expert”. Pensava que qualquer um podia descobrir o seu verdadeiro valor??? Dizendo isso, voltou a colocar o anel no dedo.


- Todos somos como esta joia: valiosos e únicos.

Andamos por todos os mercados da vida, pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem... porém ninguém, além do Grande Joalheiro, sabe o nosso valor!!! Ninguém pode lhe fazer sentir inferior sem seu consentimento.


 

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