quarta-feira, 20 de março de 2013

A Pequena Vendedora de Fósforos


“Muitas mulheres me contam que, quando crianças, frequentemente se sentiam impotentes e apavoradas quando estavam sozinhas, longe de onde estava o movimento, deixadas no gelo, por assim dizer, como a criança infeliz da história de Hans  Christian Anderson, o conto infantil intitulado A peque vendedora de fósforos. Uma das fábulas infantis mais inquietantes, que conta a história de uma garotinha órfã residente de uma vila, onde ninguém lhe dá atenção. Para sobreviver ela vende fósforos na rua. Numa noite terrivelmente fria de inverno, ela vagueia pelas ruas pedindo a estranhos que comprem seus fósforos, mas ninguém compra. Seu  consolo é olhar o calor da lareira de uma família bem alimentada, através da janela da sala. Mais tarde, naquela noite, a garotinha dos fósforos morre congelada de frio. Não existe uma história infantil de exclusão mais angustiante do que essa.

A ausência de uma ligação de amor durante a infância irá assombrar os anos de nossa vida adulta: o terrível sentimento de não ter sido querido pelos pais amados, mais tarde se tornará medo de não ser querido por um amigo ou desejado por uma amante. Às vezes,  o medo do abandono é suficiente para nos estimular a permanecer em relacionamentos insatisfatórios ou danosos; ou, por outro lado, a nos isolar, antecipadamente, contra a dor esperada pela rejeição.”
Trecho do livro: A arte de viver só – Florence Falk  - Editora Planeta

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