Certa ocasião
estava na mata com muita sede.
Havia me perdido do
meu dono e durante alguns dias não conseguira nada para comer ou beber
De repente, surgiu
à minha frente um lindo lago. Era a primeira vez que eu via um lago.
Antes eu sempre
tivera água numa tigela que meu dono enchia e me oferecia.
Instintivamente,
fui correndo até a margem para saciar a sede e vi minha própria imagem
espelhada na água. Tomei um grande susto e, apavorado, saí correndo e latindo,
entocando-me num arbusto.
A sede, no entanto,
era tão grande que fui outra vez, bem cauteloso, até o lago.
Mas, chegando lá,
de novo assombrei-me com meu próprio reflexo e voltei correndo para a mata.
Repeti esse
movimento algumas vezes. Até que, cansado e muito sedento, em dado momento,
enfrentei o medo, encarando minha imagem, e em seguida lancei a cara na água.
O reflexo se desfez
e bebi à vontade.
Mais tarde,
saciado, pensei:
“Que grande
aprendizado! A partir de agora, sempre que eu quiser algo de verdade, mesmo que
haja medo, vou meter a cara. Agir espanta o medo”.
Texto e foto do
livro Mudando para Melhor de Kau Mascarenhas
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