terça-feira, 10 de março de 2015

Colcha de Retalhos

"Considera o que te digo, porque o Senhor te dará entendimento"
Paulo (II Timóteo, 2:7)

Os atos bons que fazes, ao longo da caminhada, juntando-os, um a um, Deus os vai costurando, fazendo, para ti, uma colcha de retalhos, que te valerá no fim da vida, quando o frio da ancianidade vier te molestar o corpo.

E mesmo que nu estiveres, não te inquietará o frio da penúria nem te enregelará o abandono a que fores relegado pelos beneficiários do teu amor, pois até a ingratidão de todos eles se transformará em bênçãos para ti mesmo, porque será o retalho do perdão que estarás doando, e o retalho do perdão é medida vantajosa demais para quem o confecciona, poque, com essa medida, Deus cobrirá o teu frio e a tua nudez.

Juntando pedaço por pedaço dos instantes de bondade que deste em favor do mundo, Jesus, tão bom e compensador, irá confeccionando,  também, o lastro infinito dos teus sonhos de esperança quanto as criaturas que ficarem no mundo, e dormirás o sono merecido dos justos, sonhando com uma humanidade sem ódio e sem rancor, sem cólera, sem peste, sem fome e sem guerra. 

Sonharás com um mundo maravilhoso de paz e luz, cuja sementes pudeste plantar no coração dos teus filhos e de todas as criancinhas que ajudaste com carinho e amor na Terra.

Os teus atos de compreensão, tolerância e caridade, alma querida, serão ajuntadas por Jesus que, para ti especialmente, estará confeccionando um colcha de retalhos com que te cobrirá contra o frio do desprezo, contra o frio da injustiça, da dor e de todos os sofrimentos e dissabores.

Confia, espera e age, que o Bendito Costureiro da Bondade não te deixará desprovido de tudo aquilo que o mundo te negou...

Não te deixará sozinho porque sozinho não deixaste o padecente; poque sozinho não deixaste a Ele que trabalhava em silêncio quando chegaste para ajudá-lo sem qualquer indagação; e não te deixará passando frio porque, com os teus gestos de bondade, cedeste-lhe as medidas da cooperação valiosa, e Ele, com elas, teceu, para ti, uma tépida, sublime e merecida colcha de retalhos.
do livro de Iron Junqueira  Pelo Clarão da Janela 

Nenhum comentário:

Postar um comentário