sábado, 18 de janeiro de 2014

Verdadeira Reforma

RYOKAN devotou sua vida ao estudo do Zen. Um dia soube que seu sobrinho, apesar dos conselhos dos parentes, estava gastando dinheiro com uma cortesã. Pelo fato de haver tomado o lugar de Ryokan na administração dos bens familiares e de a propriedade estar correndo o risco de ser perdida, os parentes pediram a Ryokan para fazer alguma coisa a respeito.

Ryokan teve de viajar um longo percurso para visitar seu sobrinho, que não via há muitos anos. O sobrinho pareceu feliz de encontrar seu tio novamente e o convidou para passar a noite.

Durante toda a noite Ryokan sentou-se em meditação. De manhã, quando estava para partir, disse ao jovem: "Devo estar ficando velho, minha mão treme muito. Você pode me ajudar a amarrar o cadarço da minha sandália de palha?"

O sobrinho o ajudou de bom grado. "Obrigado", concluiu Ryokan, "sabe, um homem se torna mais velho e mais fraco a cada dia. Cuide bem de você mesmo." Então Ryokan partiu, nunca mencionando uma única palavra sobre a cortesã ou as reclamações dos parentes. Mas, daquela manhã em diante, as dissipações do sobrinho terminaram. 
Extraído do Livro "Histórias Zen", de Paul Repps
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Cada um de nós tem um jeito próprio de resolver seus problemas. Essa pretensão nossa de querer resolver os problemas dos outros à nossa maneira é um sinal claro do quanto trazemos de orgulho e prepotência em nós. Pensamos que possuímos os outros e somos capazes e dirigir a vida de cada um que está ao nosso redor. Pensamos que o nosso olhar sobre problemas do outro ou sobre o outro de uma forma geral é o único verdadeiro. Ninguém conhece melhor um problema do que aquele que está passando por ele. Podemos até  sinalizá-lo sutilmente, mas jamais podemos querer que as  coisas sejam resolvidas do nosso jeito. Cada um tem o seu ritmo, o seu jeitinho de resolver suas questões no seu próprio tempo e quando não consegue vai no tempo de Deus, mas nunca no tempo do outro. Essa invasão na vida alheia pode causar muitos prejuízos para o nosso próximo e comprometimento nosso perante a Lei de Deus. Quando acreditamos realmente em Deus e vivemos em paz conseguimos observar como  até as pequenas coisas acontecem no Universo, porque o ele é todo harmonia  e tudo nele acontece no ritmo de Deus. Tudo acaba bem. Só não acaba bem quando interferimos nos processos de aprendizado nossos e dos outros, porque aí queremos brincar de Deus e aplicar Suas Leis aos outros e a nós mesmos de acordo com a nossa interpretação. 

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