A inveja sempre foi uma emoção
sutilmente disfarçada em nossa sociedade, assumindo aspectos ignorados
pela própria criatura humana. As atitudes de rivalidade, antagonismo e
hostilidade dissimulam muito bem a inveja, ou seja, a própria
“prepotência da competição”, que tem como origem todo um séquito de
antigas frustrações e fracassos não resolvidos e interiorizados.
O invejoso é inseguro e supersensível,
irritadiço e desconfiado, observador minucioso e detetive da vida alheia
até a exaustão, sempre armado e alerta contra tudo e todos. Faz o
gênero de superior, quando, em realidade, se sente inferiorizado; por
isso, quase sempre deixa transparecer um ar de sarcasmo e ironia em seu
olhar, para ocultar dos outros seu precário contato com a felicidade.
.....
A emoção da inveja no adulto é produto
das atitudes internas de indivíduos de idade psicológica bem inferior à
idade cronológica, os quais, embora ocupem corpos desenvolvidos, são
verdadeiras almas de crianças mimadas, impotentes e inseguras, que
querem chamar a atenção dos maiores no lar.
.....
Eis alguns sintomas interiorizados de inveja que podemos considerar como dissimulados e negados:
- inclinações superlativas à elegância e ao refinamento, com aversão à grosseria;
- insatisfação permanente, nunca se contentando com nada;
- manifestação de temperamento teatral e pedantismo nas atitudes;
- elogios afetados e amores declarados exageradamente;
- animação competitiva que leva às raias da agressividade.
O caráter invejoso conduz o indivíduo a
uma imitação perpétua à originalidade e criação dos outros e, como
consequência lógica, à frustração. Isso acarreta uma sensação crônica de
insatisfação, escassez, imperfeição e perda, além de estimular sempre
uma crescente dor moral e prejudicar o crescimento espiritual das almas
em evolução.
Livro: As Dores da Alma, trechos do item Inveja
Espírito de Hammed
Psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto
Nenhum comentário:
Postar um comentário