Hoje, quando estava indo trabalhar,
o carro em que eu ia parou em um sinal e na frente do nosso carro parou uma
moto com um casal homossexual. Um deles desceu, beijou o rosto do outro e saiu
andando. O rapaz parado na moto ficou observando o outro indo embora com um
olhar tão amoroso e o outro que seguia caminhando, a cada três passos, parava e
olhava para trás com um olhar tão cheio de amor que tocou meu coração. Quanto
amor eu vi ali!
Depois fiquei pensando como a
vida às vezes pode ser cruel com algumas pessoas. Uma relação baseada em um
amor assim, tão grande que salta aos olhos, é condenada por uma maioria
esmagadora de pessoas que fazem parte de uma sociedade cheia de convenções
baseadas “na moral e nos bons costumes”. Enquanto outras relações baseadas apenas
em outros interesses, sejam eles financeiros ou sociais, são acatadas como algo
intocável. Será que essas pessoas não são capazes de construir um núcleo familiar
até mais salutar e verdadeiro do que outras que mal conseguem conviver entre
si?
Não que eu seja contra as tais
convenções, porque elas são necessárias para facilitar o convívio social, mas o
que eu questiono é em que estão embasadas essas convenções. No amor não é. Porque
se fosse no amor não haveria tanto preconceito social. Como sofrem essas
pessoas que não se enquadram na “receita social para ser um pacato cidadão”!
Fico imaginando o que passavam essas pessoas em outros séculos sem poder
expressar de modo algum seus sentimentos. Pelo menos agora já podem, na maioria
dos países, fazer uma opção sexual de acordo com a sua natureza.
Tenho alguns amigos homossexuais e espero que
eles consigam, apesar de todos preconceitos,
conquistar uma vida plena em todos os
sentidos.
Áurea Ribeiro
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