sábado, 15 de março de 2014

Um preconceito



Hoje, quando estava indo trabalhar, o carro em que eu ia parou em um sinal e na frente do nosso carro parou uma moto com um casal homossexual. Um deles desceu, beijou o rosto do outro e saiu andando. O rapaz parado na moto ficou observando o outro indo embora com um olhar tão amoroso e o outro que seguia caminhando, a cada três passos, parava e olhava para trás com um olhar tão cheio de amor que tocou meu coração. Quanto amor eu vi ali!

Depois fiquei pensando como a vida às vezes pode ser cruel com algumas pessoas. Uma relação baseada em um amor assim, tão grande que salta aos olhos, é condenada por uma maioria esmagadora de pessoas que fazem parte de uma sociedade cheia de convenções baseadas “na moral e nos bons costumes”. Enquanto outras relações baseadas apenas em outros interesses, sejam eles financeiros ou sociais, são acatadas como algo intocável. Será que essas pessoas não são capazes de construir um núcleo familiar até mais salutar e verdadeiro do que outras que mal conseguem conviver entre si?

Não que eu seja contra as tais convenções, porque elas são necessárias para facilitar o convívio social, mas o que eu questiono é em que estão embasadas essas convenções. No amor não é. Porque se fosse no amor não haveria tanto preconceito social. Como sofrem essas pessoas que não se enquadram na “receita social para ser um pacato cidadão”! Fico imaginando o que passavam essas pessoas em outros séculos sem poder expressar de modo algum seus sentimentos. Pelo menos agora já podem, na maioria dos países, fazer uma opção sexual de acordo com a sua natureza.

Tenho alguns amigos homossexuais e espero que eles consigam, apesar de todos  preconceitos,  conquistar uma vida plena em todos os sentidos.
Áurea Ribeiro

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